DO ENVIADO A JOHANNESBURGO

A Fifa recorreu a crianças carentes para reduzir os espaços vazios no jogo entre Sérvia e Gana. Nem assim o estádio de Pretória lotou.
Até poucos minutos antes da partida, havia uma enorme "buraco" nos assentos do setor superior da arena. Era como uma grande mancha azul em meio ao colorido dos torcedores de Gana.
De repente, um grupo de torcedores, todos com cores azuis, chega e preenche boa parte do espaço. Ao lado, um outro grupo com roupas todas pretas, e chapéus vermelhos também se colocava estrategicamente nos lugares.
O azul era composto por toalhas da Hyundai. Eram crianças de escolas carentes da África do Sul e alguns pais, levados ao estádio por um programa social.
"Escolhemos escolas de Províncias que têm menos estrutura", contou Shane Immelman, da Lapdesk, ONG cujo objetivo é fornecer carteiras para as escolas.
O programa de fundo de ingressos da Fifa prevê a distribuição de 120 mil bilhetes -66 mil para crianças carentes. Só a Hyundai vai dar 7.000. Ontem, eram ao menos entre 200 e 300 pessoas.
A Fifa disse ter providenciado transporte para determinados grupos que ganharam ingressos e não conseguiam chegar aos estádios.
Já o grupo de preto com boinas vermelhas quase não festejou no jogo. Ao final, saiu em formação militar. A reportagem não chegou à arquibancada a tempo de identificar qual era a sua origem.
Nos setores mais caros à Fifa, não foi possível preencher do mesmo jeito. A maioria dos camarotes estava vazio, todos preparados com garrafas de uísque e champanhe sem consumidores.
O estádio Loftus Versfeld recebeu só 38.833 torcedores, ou 4.000 a menos do que a capacidade total. (RM)


Texto Anterior: Bola leva a culpa pelo 2º frango do Mundial
Próximo Texto: Doentes pela Copa
Índice