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VÔLEI
Seleção só colocou a mão na taça da Liga Mundial após ganhar o quinto set por 31 a 29, no mais longo desempate desde 98
Equipe segura nervos em tie-break épico
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção masculina precisou
testar novamente seu banco de reservas, superar seus erros e, principalmente, controlar seus nervos
para conquistar o tricampeonato
da Liga Mundial de vôlei.
O troféu só chegou às mãos do
capitão Nalbert após longos 27
minutos e um inacreditável placar
de 31 a 29 de um tie-break que deveria terminar em 15 pontos contra Sérvia e Montenegro.
Foi a mais longa final de uma
competição intercontinental desde outubro de 1998, quando a nova regra de sets com 25 pontos
sem vantagem passou a vigorar.
Antes da partida de ontem, só
duas grandes decisões haviam
chegado ao quinto set. Em 2000,
na final da Liga Mundial, a Itália
bateu Cuba por 15 a 13. No ano
passado, no Campeonato Mundial da Argentina, o mesmo placar selou a vitória do Brasil sobre
a Rússia e deu à seleção o único título que faltava em sua galeria.
O alívio com o fim do mais nervoso jogo do time desde que o técnico Bernardinho assumiu o cargo, no final de 2000, e a alegria
com a conquista levaram o capitão Nalbert a fazer uma forte
comparação: "Isso é melhor do
que um orgasmo", declarou à TV
Globo, por telefone.
Até ver um ataque certeiro de
Giba decretar 3 sets a 2 (25/16, 21/
25, 19/25, 25/23 e 31/29) em uma
hora e 51 minutos, a seleção teve
de superar um festival de erros.
O time desperdiçou 11 pontos
na quinta parcial -mais de um
terço dos anotados pelo adversário- e viu o fundamento que o
levou à final voltar a ser seu calcanhar de Aquiles. A seleção errou
seis saques no quinto set, mesmo
número do rival.
Além disso, mandou quatro
ataques para fora e viu Ricardinho errar um levantamento -no
total, foram 38 falhas na partida.
O tie-break refletiu a instabilidade da equipe no jogo todo.
Depois de fazer um primeiro set
perfeito, os brasileiros não conseguiram manter o ritmo e sofreram com os saques do adversário.
A virada só aconteceu quando
Bernardinho decidiu pôr em prática a filosofia que propalou durante todo o campeonato: a não
divisão entre reservas e titulares.
Depois de ser arrasado no terceiro set e assistir à virada de Sérvia e Montenegro, o treinador
mexeu em três posições.
No meio-de-rede, Henrique entrou no lugar de André Heller.
Giovane foi substituído por Giba
na ponta, e o oposto André Nascimento deu vaga a Anderson.
Ficaram Rodrigão, Ricardinho,
Nalbert e o líbero Escadinha.
Com os jogadores saídos do
banco, a seleção conseguiu virar.
"Nosso mérito foi não ter deixado a partida ir embora. Começamos bem, mas perdemos a paciência depois que o saque deles
começou a entrar", afirmou Bernardinho. "Já o quinto set foi uma
loucura. Mostramos coragem e
determinação", completou o treinador, que obteve seu oitavo título com a seleção masculina.
O oposto Anderson, que começou a Liga como titular, mas acabou perdendo a posição para André Nascimento, voltou à condição de "homem que resolve".
O jogador, que só atuou ontem
em dois sets inteiros, transformou-se na principal opção de Ricardinho e marcou 12 pontos.
Nalbert, titular desde a primeira
etapa, anotou 14 e foi o principal
pontuador brasileiro da partida.
A atuação dos atacantes ontem,
aliás, assegurou a vitória do Brasil.
A equipe, que contou com uma
superioridade nos outros fundamentos em partidas anteriores
para chegar à fase final, anotou 65
pontos em ataques contra 58 do
adversário -28 deles do oposto
Ivan Miljkovi, o dobro dos anotados por Nalbert.
Nas outras ações, os sérvios tiveram mais sucessos. Anotaram
15 pontos de bloqueio contra 10
do time brasileiro e tiveram ligeira vantagem no saque (7 aces a 6).
"No momento de dificuldade,
os que estavam no banco foram lá
e tiraram o time do buraco. Temos de zelar por essa família porque ela ainda vai nos trazer muitas coisas boas", disse Giovane.
(MARIANA LAJOLO)
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