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FUTEBOL
Um longo domingo
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Haja controle remoto. A maratona esportiva do domingo começou com a eletrizante final da Liga Mundial de vôlei,
prosseguiu com a estréia da seleção sub-23 na Copa Ouro e terminou com a "rodada dupla" do
Brasileirão. A vitória brasileira
no vôlei foi tão emocionante que
todo o restante da jornada teve
um sabor de anticlímax.
México 1 x 0 Brasil, na Copa
Ouro, foi um jogo amarrado e
lento -em parte por culpa do calor absurdo-, com apenas alguns lampejos ocasionais.
O gol mexicano saiu de uma bobeada defensiva brasileira.
A seleção, embora não tenha sido brilhante, criou muito mais
chances de gol.
Faltou objetividade aos garotos
brasileiros, mas não se pode esperar muito, ainda, da seleção de
Ricardo Gomes. É um time em
formação, que tende a crescer até
o Pré-Olímpico. A Copa Ouro é
importante para a experimentação de jogadores e o entrosamento da equipe. Por isso é preciso
não cair fora na primeira fase.
Já dá para perceber algumas
coisas que precisam melhorar. Há
que jogar mais pelas laterais do
campo e apostar nos passes rápidos entre os habilidosos jogadores
de armação e ataque, em lugar da
condução demasiada da bola.
Houve no jogo de ontem uma
cisão entre o setor defensivo do
meio-campo (Paulo Almeida e
Júlio Batista) e o ofensivo (Kaká e
Diego). Talvez seja o caso de trocar um dos dois pelo mais habilidoso e versátil Tiago Motta.
Outra coisa: Kaká e Diego não
se entenderam. No primeiro tempo, o primeiro sumiu e o segundo,
sem ter opção rápida de passe,
prendeu demais a bola e sofreu
muitas faltas. Após a saída de
Diego, Kaká apareceu decisivamente nos melhores lances ofensivos. Ricardo Gomes terá algum
trabalho para fazer render essa
dupla, núcleo criativo da seleção.
No clássico dos tricolores, o São
Paulo conseguiu uma vitória preciosa, consolidando a boa fase.
Tem hoje mais consistência defensiva e maior equilíbrio entre os
setores. E alguns jogadores em
ponto de bala: o artilheiro Luis
Fabiano, o onipresente Gustavo
Nery e, agora, o novato Diego.
Se o São Paulo reconquista seu
posto entre os grandes do país, o
Cruzeiro se consolida como o melhor da atualidade. Ontem, em
Porto Alegre, o time de Alex e
companhia foi mais uma vez soberano em campo, enfrentando
com paciência e toque de bola a
forte marcação gremista.
O gol cruzeirense foi uma pequena jóia lapidada pelo seu diabólico trio ofensivo: na intermediária, Deivid levantou a cabeça,
viu Alex entrando na área e tocou
pelo alto para ele. O meia deu um
lençol em Danrlei e cabeceou para o gol. Aristizábal completou, só
para garantir. Um lance rápido,
de poucos toques, mas de alta
criatividade e competência.
Ao perder para o Vitória, o Santos -a outra das três grandes forças nacionais- marcou passo e
se distanciou dos líderes.
Dia da zebra
Sábado foi o dia das zebras no
Brasileiro. O Fortaleza despachou o Inter, o Paysandu bateu
o Vasco em São Januário e o
lanterna Goiás sustentou o empate na casa do Atlético-PR.
Vale mais que nunca o chavão:
não existe jogo fácil.
Na corda bamba
Dois técnicos terminaram a rodada na marca do pênalti, depois que derrotas em casa "coroaram" a má campanha de
seus times: o corintiano Geninho e o vascaíno Antônio Lopes. A culpa não é só deles. Geninho sofreu sucessivas perdas
de jogadores-chave (começando por Vampeta e terminando
por Fábio Luciano e Liedson).
Lopes, por sua vez, viu-se às
voltas com o vaivém de astros e
a bagunça geral do clube de São
Januário.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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