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São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2003

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FUTEBOL

Um longo domingo

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

Haja controle remoto. A maratona esportiva do domingo começou com a eletrizante final da Liga Mundial de vôlei, prosseguiu com a estréia da seleção sub-23 na Copa Ouro e terminou com a "rodada dupla" do Brasileirão. A vitória brasileira no vôlei foi tão emocionante que todo o restante da jornada teve um sabor de anticlímax.
México 1 x 0 Brasil, na Copa Ouro, foi um jogo amarrado e lento -em parte por culpa do calor absurdo-, com apenas alguns lampejos ocasionais.
O gol mexicano saiu de uma bobeada defensiva brasileira.
A seleção, embora não tenha sido brilhante, criou muito mais chances de gol.
Faltou objetividade aos garotos brasileiros, mas não se pode esperar muito, ainda, da seleção de Ricardo Gomes. É um time em formação, que tende a crescer até o Pré-Olímpico. A Copa Ouro é importante para a experimentação de jogadores e o entrosamento da equipe. Por isso é preciso não cair fora na primeira fase.
Já dá para perceber algumas coisas que precisam melhorar. Há que jogar mais pelas laterais do campo e apostar nos passes rápidos entre os habilidosos jogadores de armação e ataque, em lugar da condução demasiada da bola.
Houve no jogo de ontem uma cisão entre o setor defensivo do meio-campo (Paulo Almeida e Júlio Batista) e o ofensivo (Kaká e Diego). Talvez seja o caso de trocar um dos dois pelo mais habilidoso e versátil Tiago Motta.
Outra coisa: Kaká e Diego não se entenderam. No primeiro tempo, o primeiro sumiu e o segundo, sem ter opção rápida de passe, prendeu demais a bola e sofreu muitas faltas. Após a saída de Diego, Kaká apareceu decisivamente nos melhores lances ofensivos. Ricardo Gomes terá algum trabalho para fazer render essa dupla, núcleo criativo da seleção.
 

No clássico dos tricolores, o São Paulo conseguiu uma vitória preciosa, consolidando a boa fase. Tem hoje mais consistência defensiva e maior equilíbrio entre os setores. E alguns jogadores em ponto de bala: o artilheiro Luis Fabiano, o onipresente Gustavo Nery e, agora, o novato Diego.
 

Se o São Paulo reconquista seu posto entre os grandes do país, o Cruzeiro se consolida como o melhor da atualidade. Ontem, em Porto Alegre, o time de Alex e companhia foi mais uma vez soberano em campo, enfrentando com paciência e toque de bola a forte marcação gremista.
O gol cruzeirense foi uma pequena jóia lapidada pelo seu diabólico trio ofensivo: na intermediária, Deivid levantou a cabeça, viu Alex entrando na área e tocou pelo alto para ele. O meia deu um lençol em Danrlei e cabeceou para o gol. Aristizábal completou, só para garantir. Um lance rápido, de poucos toques, mas de alta criatividade e competência.
Ao perder para o Vitória, o Santos -a outra das três grandes forças nacionais- marcou passo e se distanciou dos líderes.

Dia da zebra
Sábado foi o dia das zebras no Brasileiro. O Fortaleza despachou o Inter, o Paysandu bateu o Vasco em São Januário e o lanterna Goiás sustentou o empate na casa do Atlético-PR. Vale mais que nunca o chavão: não existe jogo fácil.

Na corda bamba
Dois técnicos terminaram a rodada na marca do pênalti, depois que derrotas em casa "coroaram" a má campanha de seus times: o corintiano Geninho e o vascaíno Antônio Lopes. A culpa não é só deles. Geninho sofreu sucessivas perdas de jogadores-chave (começando por Vampeta e terminando por Fábio Luciano e Liedson). Lopes, por sua vez, viu-se às voltas com o vaivém de astros e a bagunça geral do clube de São Januário.

E-mail jgcouto@uol.com.br


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