São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2004

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Em jogo feio no ABC, São Paulo fica no zero

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo e São Caetano buscavam encontrar a paz ontem no estádio Anacleto Campanella.
Mas o 0 a 0 entre as duas equipes, que passam por períodos turbulentos, ficou bem longe do bom futebol e do "fair play".
Em um jogo violento, com nove cartões amarelos e um vermelho, os são-paulinos chegaram a 25 pontos no Brasileiro, mantiveram a quarta colocação, mas não conseguiram aplacar o mal-estar provocado pelas ausências do atacante Jean nos jogos contra Ponte Preta e Santos, que fizeram o técnico Cuca entrar em rota de colisão com a diretoria.
"Nós precisamos de reforços. Precisamos qualificar a equipe, e acredito que dois ou três reforços chegarão", afirmou o vice de futebol do clube, Juvenal Juvêncio.
No São Caetano, a situação é ainda pior. O time completou o sexto jogo sem vitória, e o técnico Muricy Ramalho continua com o cargo ameaçado.
Ontem, Cuca resolveu escalar Jean, que teve atuação apagada, e deixou a equipe mais ofensiva, com Grafite na frente e dois meias de criação, Danilo e Vélber. Quando atacava, o São Paulo ainda contava com os laterais Fábio Santos e Cicinho. Já o volante Renan se transformava em um zagueiro quando o time era atacado.
No clube do ABC, Muricy optou pelo esquema 3-5-2. Assim, o zagueiro Gustavo ganhou a vaga do meia Lúcio Flávio.
As duas equipes apresentavam forte esquema de marcação, e as principais oportunidades apareciam somente em contra-ataques. O São Caetano explorava as jogadas pelo lado esquerdo, com Triguinho. Por ali, levava perigo ao gol do adversário. Em um cruzamento, Triguinho encontrou na área Warley, que só não abriu o placar porque Flávio salvou quase em cima da linha, aos 13min.
O São Paulo respondeu em velocidade. Grafite foi lançado e chutou cruzado, mas Sílvio Luiz espalmou para escanteio. Foi a única finalização certa das três do time na etapa inicial, contra duas do adversário. Cinco minutos depois, Anderson Lima cobrou falta, e Rogério fez boa defesa.
A partir daí, o futebol foi deixado de lado na primeira etapa. Para evitar surpresas, as duas equipes passaram a abusar das faltas. Foram 18 do São Paulo e 15 do São Caetano. Até os 30min, cinco atletas já haviam recebido cartão amarelo -três do São Paulo e dois do São Caetano.
O nervosismo das equipes acabou prejudicando mais o São Caetano, que perdeu o zagueiro Serginho aos 45min. Ele cometeu falta em Jean e recebeu o cartão vermelho. Após a infração, os jogadores começaram a bater boca. Fabrício Carvalho e Lugano, que também recebeu cartão, trocaram empurrões. "Esse uruguaio só quer briga. Todo uruguaio é maldoso", disse o atacante, que já havia sido punido com o amarelo.
"Ele [juiz] está usando esse critério de cartões. Temos de tomar cuidado porque já levamos quatro", declarou Cuca.
No segundo tempo, Muricy sacou o meia Mateus e colocou o volante Marco Aurélio, a fim de reforçar o sistema defensivo. Como já era esperado, os são-paulinos, em vantagem numérica, tentavam pressionar. Aos 5min, Vélber, em chute de fora da área quase marcou. Sílvio Luiz fez a defesa.
Cuca ainda tirou o volante Renan e colocou o meia Souza.
Mesmo com uma postura mais ofensiva, o São Paulo, apesar de pressionar, não conseguiu furar o bloqueio do time do ABC. A torcida são-paulina, que ontem gritou por reforços e pediu "raça" aos jogadores, verá de novo o time em ação no sábado à noite, contra o Figueirense, no Morumbi.


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