São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

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Calor apóia Brasil diante dos reis do segundo tempo

Cidade mais quente da Venezuela é trunfo contra a seleção argentina, que aniquilou os rivais na etapa final do torneio

Argentinos, que fizeram todas as suas partidas da Copa América à noite, vão jogar em Maracaibo, onde temperatura bate em 40C


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A MARACAIBO

A Argentina tem liquidado os adversários no segundo tempo, mas na final da Copa América, amanhã, contra o Brasil, enfrentará um outro adversário: o forte calor de Maracaibo.
Os argentinos fizeram todos os seus cinco jogos (cinco vitórias), até agora, à noite. A final de amanhã, que acontecerá na cidade que é tida como a mais quente da Venezuela, começará às 17h05 no horário local.
"Tomara que isso não nos afete", já disse o ala argentino Zanetti. Em Maracaibo, a temperatura tem batido com freqüência nos 40ºC. A previsão mais baixa para amanhã aponta 28º C no início do jogo.
A Argentina, por precaução, tem feito treinos desde que chegou à Venezuela depois das 18h, com o sol mais ameno. E tiveram um dia a menos de descanso que os brasileiros (jogaram na quarta-feira).
Fisicamente, o rival está tão bem quanto tecnicamente. Prova disso é que quase 70% dos gols do time na Copa América foram marcados no segundo tempo (11 dos 16 marcados).
A Argentina já saiu atrás no marcador contra EUA e Colômbia e sofreu contra Peru e México no mata-mata na primeira etapa. ""Creio que estamos rendendo a mesma coisa", diz Heinze, defensor que fez aos 45min da etapa inicial o gol da equipe contra os mexicanos.
O Brasil, por sua vez, dividiu com igualdade seus gols no torneio -foram seis na primeira etapa e seis no segundo tempo. A equipe do técnico Dunga, que tem treinado normalmente às 17h, já atuou nesta Copa América à tarde (em Maturín).
"Temos que jogar compactos contra a Argentina", falou, ontem, o treinador da seleção brasileira ao ser indagado se seu time jogaria mais aberto ou nos contra-ataques amanhã.
O auxiliar técnico da seleção, Jorginho, já destacou o crescimento da Argentina no segundo tempo. ""Quando conseguiram o primeiro gol contra o México, depois tiveram mais espaços no segundo tempo."
Tevez, ex-atacante corintiano, está ávido para vingar a derrota na final de 2004, mas disse que seu time precisa se dosar. "Não podemos sair para matar o Brasil logo cedo", disse ele.
Os titulares brasileiros fizeram só exercícios leves ontem. Desde o início da disputa, se mostram bem adaptados ao calor. ""Somos brasileiros, estamos acostumados", diz Helton.
Curiosamente, nos últimos dias, Buenos Aires viu neve pela primeira vez em décadas.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, falou ontem na Venezuela também sobre temperatura ao responder sobre o veto recente da entidade à altitude.
"É preciso estudar bem onde e quando se pode jogar futebol para não haver prejuízo à saúde dos jogadores. Não se trata apenas de altitude, mas da neve, do horário dos jogos, tudo", disse.


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