São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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"Manos" de Mano são contra acordo até 2010

Conselheiros insatisfeitos querem barrar renovação de técnico ao final do ano

Membros do Cori dizem que Corinthians irá se endividar ainda mais caso costure um acordo longo e depois tenha que demitir treinador gaúcho


EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Corinthians, Andres Sanchez, vai sofrer resistência dentro do próprio clube para renovar o contrato do técnico Mano Menezes.
Membros do Cori (Conselho de Orientação) querem impedir a ampliação do acordo com o treinador, que vai até o final deste ano. A idéia da diretoria é estender o vínculo até 2010, ano do centenário de fundação do clube do Parque São Jorge.
O problema, alegam conselheiros, é que o atual mandato de Andres termina em janeiro de 2009 e, dizem, ele não pode estabelecer compromisso com Mano sem ter a garantia de que será reeleito para o cargo.
O assunto será abordado na reunião do órgão, que não tem poder para vetar a decisão do presidente, na próxima semana. Mas os membros do Cori contam que podem levar a questão para ser debatida no Conselho Deliberativo.
Parte dos conselheiros do clube está insatisfeita com o desempenho de Mano Menezes.
Consideram o treinador "retranqueiro" e sem criatividade.
Citam especialmente a decisão da Copa do Brasil, contra o Sport, em que o time ficou acuado durante todo o tempo e acabou derrotado por 2 a 0 no jogo final, em Recife, o que lhe custou o título da competição.
Anteontem, após o empate em 1 a 1 contra o Avaí, o treinador voltou a receber críticas dos conselheiros por ter recuado o time, substituído o meia Douglas por Eduardo Ramos e sofrido o empate nos minutos finais da partida.
Os descontentes com o trabalho de Mano alegam que o técnico recebe um alto salário (R$ 230 mil mensais) e não tem conseguido fazer o time atuar de maneira convincente.
Um outro temor é que o contrato de Mano seja renovado e uma nova diretoria não queira mais o técnico. Nesse caso, o clube poderia sofrer novo prejuízo financeiro, como nos casos de Passarella e Leão.
O treinador argentino, demitido em 2005, recebe parcelas mensais de uma indenização que totaliza R$ 1,98 milhão. E Leão, mandado embora no ano passado, fez acordo para ganhar R$ 860 mil -os valores são apontados pelo Corinthians no balancete de junho.
O Cori também vai exigir explicações da diretoria sobre a campanha de marketing "Sou Mano do Mano", lançada na semana passada e que tem como personagem o técnico gaúcho.
Os conselheiros querem saber quanto receberá o treinador com a venda de camisetas relacionadas ao tema. A diretoria alega ter idealizado a campanha como forma de convencer Mano a aceitar uma renovação de contrato, mostrando como o treinador é popular com a torcida corintiana.
O técnico, no entanto, não tem tanta intimidade assim com os torcedores.
Desde que chegou ao clube, no fim do ano passado, evita um contato mais estreito com membros de organizadas, acostumados a se reunir com treinadores para discutir assuntos relacionados ao time.
Mano já reclamou publicamente da liberdade que torcedores costumam ter no Parque São Jorge, como o acesso às dependências do clube para protestar durante treinos.


Colaborou Ricardo Perrone , do Painel FC


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