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desconto
Desmonte rende menos ao Corinthians
Para encher o caixa rápido, clube deve aceitar reduzir o ganho nas transações de Cristian e André Santos para a Turquia
Vice de finanças considera antecipação de receita, mesmo com o lucro sendo inferior, vantajosa; dívida hoje é de R$ 103 milhões
Almeida Rocha/Folha Imagem
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O treinador Mano Menezes, ontem, no CT do Parque Ecológico
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Para poder receber o dinheiro imediatamente, o Corinthians deve reduzir o seu ganho
nos direitos das negociações de
Cristian e André Santos, emblemáticas no desmanche do
time de Mano Menezes.
Quase certa, a operação funciona como antecipação de receita. Um banco estrangeiro
paga toda a parte do clube na
negociação. Em troca, aplica
um ágio de 4% ao ano, que resultam em desconto no valor.
Assim, o Corinthians leva
menos do que teria direito inicialmente nas transações, que
seriam R$ 11 milhões. O total
das negociações é de R$ 31,4
milhões. "Provavelmente, nós
vamos fazer. Receberíamos em
dois anos [pelo acordo atual].
Vamos fazer a antecipação porque os juros no exterior são
menores. Assim, a operação é
interessante sob o ponto de vista financeiro", afirmou o vice
de finanças do Corinthians,
Raul Corrêa da Silva.
Quando o clube acertou as
transações de Cristian e André
Santos, havia previsão de parcelamento em três vezes, com
pagamentos em 2009, 2010 e
2011. Cada um dos detentores
dos direitos sobre os atletas receberia proporcionalmente a
sua parte nessas datas.
As vendas dos direitos dos
dois atletas foram por 12 milhões (R$ 31,4 milhões), sendo
7 milhões por Cristian e 5
milhões por André Santos.
O Corinthians até tentou
comprar a parte do Atlético-PR
nos direitos de Cristian, que
era de 33%, antes da negociação. Só que isso não deu certo.
"Acabamos não comprando.
Ficou um terço para cada clube
[o outro clube é o Flamengo,
que vendeu sua parte]", confirmou o vice-presidente de futebol corintiano, Mário Gobbi.
Assim, o Corinthians tem direito a 37,5% do lateral-esquerdo e a 33% do volante. O total a
receber seria de R$ 11 milhões.
Sem a antecipação, o time receberia um terço disso agora.
Em 2009, será a segunda antecipação de receita corintiana
de anos posteriores. Antes, o
clube tinha adiantado mais de
R$ 10 milhões da Nike.
Segundo Corrêa da Silva, a
operação, desta vez, deve ser
feita por ser interessante financeiramente. Mas a dívida
cresceu do final de 2008 até o
meio de 2009, atingindo R$
103 milhões, diz o clube.
Nesta semana, o técnico Mano Menezes admitiu que era o
momento de o clube honrar
compromissos com os atletas,
ao comentar as negociações.
Há premiações a serem pagas
pelo título da Copa do Brasil
-houve cobranças internas.
Embora exista crescimento
de outras receitas (TV, patrocinadores e bilheteria), são as
vendas de jogadores que servem como ganhos extras. Mas
ainda não foi decidida a destinação da verba das vendas de
Cristian e André Santos. É possível que parte seja reinvestida.
"O nosso negócio é futebol",
afirmou Corrêa da Silva. "Não
temos que dar retorno financeiro, mas títulos", completou
Gobbi, modificando seu discurso feito recentemente.
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