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CBAt ignora regra para compor time
Para suprir desfalque, confederação convoca para o Mundial de Berlim maratonista que atuou fora do prazo estipulado
Adriano Bastos, que irá atuar com José Teles e Marilson dos Santos, diz confiar em sua boa recuperação física para poder incrementar currículo
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
A situação não é mesmo das
melhores para a delegação brasileira que irá disputar, a partir
de amanhã, o Mundial de atletismo em Berlim. Além da recente eclosão de um escândalo
de doping que desfalcou a equipe, para poder contar com um
maior número de competidores na Alemanha, a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) teve de ignorar uma de
suas próprias determinações.
De acordo com as normas da
entidade, um maratonista convocado para um Mundial ou
uma Olimpíada não deve participar de nenhuma prova com
mais de 21 km nos 90 dias que
antecedem as competições. A
regra existe para poupar os
atletas que percorrem os
42,195 km da maratona.
No entanto, Adriano Bastos,
um dos três representantes do
país que vão disputar no sábado, dia 22, a medalha em Berlim, completou a Maratona do
Rio de Janeiro, no dia 28 de junho, na quinta posição -ou seja, fora do prazo estipulado.
Bastos, o quinto colocado do
ranking nacional, teve de ser
chamado às pressas, no dia 14
de julho, para substituir Cosme
Ancelmo, que foi atropelado
por um ônibus durante um
treino em Petrópolis (RJ). Antes, Franck Caldeira, terceiro
nome da lista, já tinha aberto
mão da vaga no Mundial.
"Adivinhação ainda não faz
parte do nosso trabalho na
CBAt. A partir do momento
que ele [Bastos] aceitou [a convocação], não participou mais
[de provas com mais de 21
km]", afirmou Martinho Nobre, diretor da entidade.
"Usamos o bom senso. Os
convocados até 11 de maio não
poderiam participar dessas
competições, e, obviamente, os
demais estavam liberados. Antes [da convocação de Bastos],
não tinha motivo para proibi-
-lo", completou o dirigente.
Bastos disse não acreditar
que a participação na Maratona
do Rio vá atrapalhar o seu desempenho na Alemanha. "Não
tem como mudar o que passou.
Na época [da Maratona do Rio],
eu nem considerava a possibilidade [de disputar o Mundial].
Não estou mais cansado e vou
muito bem para Berlim."
Para comprovar a rápida recuperação, o atleta usa como
exemplo o seu desempenho em
provas no início do ano. Bastos
competiu em quatro maratonas (Disney, Santa Catarina,
Porto Alegre e Rio de Janeiro)
em apenas seis meses.
"Tenho a recuperação muito
boa. Em Santa Catarina, a prova foi extremamente desgastante, a organização ainda falhou, porque faltou água, e venci. Voltei para casa extremamente cansado e, um mês depois, ganhei em Porto Alegre."
Ao contrário dos outros dois
maratonistas brasileiros (Marilson Gomes dos Santos e José
Teles), que estão em Saint Moritz, na Europa, desde o final do
mês passado, Bastos embarcará
para a Alemanha somente na
próxima segunda-feira.
"A CBAt está me dando todo
o apoio. Para mim, até seria
pior, psicologicamente, ficar
longe de casa tanto tempo. O
Mundial será uma oportunidade de eu acrescentar um algo a
mais no meu currículo."
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