Jamaicano busca em Berlim seu 1º título mundial

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao som de reggae, com braços de borracha presos às costas e a promessa de uma nova coreografia caso vença a final dos 100 m no Mundial de atletismo de Berlim, no domingo.
Foi assim que Usain Bolt, recordista mundial e campeão olímpico da distância, chegou à Alemanha para sua primeira entrevista antes da abertura do evento, que começa amanhã.
"Estou pronto e tenho algumas novidades", afirmou o velocista jamaicano, que ontem também participou do lançamento de suas novas sapatilhas, agora cor de laranja no lugar do dourado da Olimpíada.
"Não gosto muito de eventos assim, mas faz parte de ser um campeão, então tento levar tudo numa boa. O que quero é correr", disse Bolt na festa promovida por sua patrocinadora.
"Estou com coceira para competir. Eu tenho treinado bastante e estou confiante, mas não muito confiante", afirmou.
O motivo de tal receio talvez seja o fato de o jamaicano não possuir a melhor marca da distância em 2009 -é o segundo, com 9s79. O detentor do melhor tempo do ano é o americano Tyson Gay, justamente seu maior rival, que marcou 9s77.
E que chegou para o Mundial esbanjando confiança. "Não tenho nenhuma dúvida de que posso competir com esse cara [Bolt]", disse Gay, 27, campeão mundial dos 100 m e 200 m.
"Ainda não consegui mostrar todo o meu potencial, mas tenho muito guardado. O recorde mundial é tudo o que tenho em mente", completou Gay, que em Pequim-2008 correu mal e não passou das semifinais.
Postura bem diferente da adotada por Bolt, que diz ter como meta agora sagrar-se campeão do mundo, algo inédito em sua carreira profissional -foi campeão juvenil em 2003.
"Talvez no ano que vem, quando não há Mundial, eu possa me concentrar nos tempos", falou o jamaicano, 22, dono de três ouros na Olimpíada de Pequim -100 m, 200 m e revezamento 4 x 100 m.
"Estabeleci um nível para mim e tenho que mantê-lo. Por isso estou sempre pronto para competir no meu melhor."