São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011

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Camisas de Mano

Altíssima rotatividade no mais simbólico número do futebol brasileiro é marca da duvidosa seleção atual

GANSO
CARLOS EDUARDO
RONALDINHO
RENATO AUGUSTO
JADSON
ELANO
NEYMAR

MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

Faz um ano e 13 jogos que Mano Menezes assumiu a seleção brasileira, e a busca por um camisa 10 continua. O simbólico número já esteve nas costas de sete jogadores nesse período -nenhuma outra posição foi ocupada por tanta gente diferente sob o comando do ex-treinador do Corinthians.
Paulo Henrique Ganso, Carlos Eduardo, Ronaldinho, Renato Augusto, Jadson, Elano, todos meias, usaram a 10. Nenhum agradou. Tanto que no último amistoso, derrota por 3 a 2 para a Alemanha na quarta-feira, em Stuttgart, quem vestiu a badalada camisa foi o atacante Neymar.
O meia Fernandinho, que entrou no lugar de Ganso, usou a 11. Até Mano achou que seria demais dar a 10 ao atleta do Shakhtar Donetsk. Em todas as outras posições do time, a variação foi muito menor. Em média, 2,5 jogadores usaram as outras camisas de titulares, de 1 a 11.
Nas cinco maiores frustrações da era Mano, cinco jogadores ostentaram a 10.
Ronaldinho na derrota por 1 a 0 para a Argentina, Renato Augusto no 1 a 0 para a França, Elano no 0 a 0 com a Holanda, Ganso na eliminação na Copa América, nos pênaltis, contra o Paraguai, e Neymar na surra tática que o Brasil levou da Alemanha.
Outro número atesta a dificuldade que o Brasil enfrenta para encontrar um maestro para o meio de campo: em nove dos 13 jogos, o atleta que iniciou com a camisa 10 foi substituído.
Em algumas oportunidades, por jogadores que jamais voltaram a ser convocados pelo treinador, como Jucilei, Douglas e Giuliano.

SEM GOL
O gol de Neymar na Alemanha, aos 47min do segundo tempo com o jogo definido, foi o único marcado por um camisa 10 na era Mano. Os outros seis não conseguiram.
O técnico passou boa parte de seu período à frente da seleção esperando pela recuperação de Ganso. Na Copa América, o meia do Santos não funcionou -ele mesmo admitiu que errou demais.
No primeiro amistoso após o vexame na Argentina, Ganso disse estar 100%, mas viu a maior parte do jogo do banco. Quando entrou, pouco fez.
Depois da derrota na Alemanha, Mano fez autocrítica e reconheceu que "falta mecânica" a seu time. "Ainda fazemos força para criar jogadas, o jogo não flui", admitiu o treinador, que foi contratado justamente para "resgatar o futebol brasileiro", cujo maior símbolo é a camisa 10.


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