São Paulo, sábado, 14 de setembro de 2002

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FUTEBOL

Levir Culpi ignora desempenho defensivo do time e escala três atacantes

Palmeiras adota esquema "camicase" contra o Bahia

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O discurso do técnico do Palmeiras, Levir Culpi, para enfrentar o Bahia, hoje, às 16h, no Parque Antarctica, reflete bem o desespero de quem está sem vencer há seis jogos no Brasileiro-2002.
Apesar de a sua equipe ter a defesa mais vazada do torneio -sofreu 21 gols em nove partidas-, o treinador não quer saber de se defender. Para Culpi, o time tem de atacar para sair da incômoda zona de rebaixamento -é o 23º colocado, com sete pontos.
O Palmeiras deste ano faz o pior início de Brasileiro da história do clube. Se a atual edição já estivesse encerrada, o desempenho final seria também o mais fraco de todos os tempos do time do Parque Antarctica, que já ganhou quatro edições do campeonato.
Após nove jogos, o time acumula uma vitória, quatro empates e quatro derrotas, o que significa um aproveitamento de 25,9%.
Por isso, Culpi não teve dúvidas. Hoje, contra os baianos, vai armar o time com três atacantes: Muñoz, Dodô e Nenê. Para a defesa, terá o volante Flávio, atleta que estava afastado do grupo principal nas passagens de Wanderley Luxemburgo e Murtosa, mas que ganhou nova chance com o técnico.
O treinador, entretanto, diz que, para que o esquema surta o efeito desejado, conta com a colaboração de seus comandados.
"Vamos apostar no ataque. Não é um tiro no escuro [o sistema com três atacantes]. É um risco calculado, mas deve haver muita solidariedade [na marcação] entre os jogadores", afirmou o técnico, ressaltando que prefere "perder duas partidas e ganhar uma do que empatar três".
Culpi foi seduzido pelo sistema ofensivo após a derrota para o Internacional por 3 a 2 no meio de semana. No segundo tempo do jogo, ele pôs Muñoz no lugar de Fabiano Eller, e o time conseguiu chegar ao empate em 2 a 2 depois de estar perdendo por 2 a 0.
O Palmeiras, que teve chances de virar o placar, foi derrotado com um gol aos 40min do segundo tempo. Apesar disso, o técnico elogiou o desempenho do time.
Ontem, durante o último treinamento antes de enfrentar o Bahia, Culpi adiantou a marcação dos titulares para pressionar a saída de bola adversária.
Mas treinou pouco os lances de bola parada, apontados por ele como o principal motivo da derrota para os gaúchos.
"Nós conversamos bastante e vamos tentar não deixar a defesa tão exposta. O Flávio foi orientado a nos ajudar na marcação", afirmou o zagueiro Alexandre, um dos mais criticados pela má fase da equipe no Nacional.
Flávio, que atuou pelo Atlético-PR no primeiro semestre e não disputa uma partida há mais de dois meses, disse não se sentir pressionado por retornar ao time em um momento delicado.
"Eu gostaria de entrar sem toda essa pressão. Sei que estão esperando que eu resolva o problema de marcação da equipe. Mas eu sou mais uma peça e vou tentar funcionar com todas as outras", afirmou o volante, que também se arriscará no ataque.
"Tenho essa característica de chutar bem de fora da área. Espero fazer isso amanhã [hoje]", disse o atleta, que, em 56 jogos pelo Palmeiras, marcou sete gols.
Se Flávio será a novidade palmeirense hoje, o lateral-direito Arce não estará em campo -ele sofreu um estiramento muscular na coxa esquerda e ficará pelo menos dez dias afastado dos campos.
Leonardo, que vinha atuando no meio-campo, será o substituto.


NA TV - Sportv (menos para São Paulo), às 16h



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