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FUTEBOL
Levir Culpi ignora desempenho defensivo do time e escala três atacantes
Palmeiras adota esquema "camicase" contra o Bahia
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O discurso do técnico do Palmeiras, Levir Culpi, para enfrentar o Bahia, hoje, às 16h, no Parque Antarctica, reflete bem o desespero de quem está sem vencer
há seis jogos no Brasileiro-2002.
Apesar de a sua equipe ter a defesa mais vazada do torneio -sofreu 21 gols em nove partidas-, o
treinador não quer saber de se defender. Para Culpi, o time tem de
atacar para sair da incômoda zona de rebaixamento -é o 23º colocado, com sete pontos.
O Palmeiras deste ano faz o pior
início de Brasileiro da história do
clube. Se a atual edição já estivesse
encerrada, o desempenho final
seria também o mais fraco de todos os tempos do time do Parque
Antarctica, que já ganhou quatro
edições do campeonato.
Após nove jogos, o time acumula uma vitória, quatro empates e
quatro derrotas, o que significa
um aproveitamento de 25,9%.
Por isso, Culpi não teve dúvidas.
Hoje, contra os baianos, vai armar
o time com três atacantes: Muñoz,
Dodô e Nenê. Para a defesa, terá o
volante Flávio, atleta que estava
afastado do grupo principal nas
passagens de Wanderley Luxemburgo e Murtosa, mas que ganhou nova chance com o técnico.
O treinador, entretanto, diz que,
para que o esquema surta o efeito
desejado, conta com a colaboração de seus comandados.
"Vamos apostar no ataque. Não
é um tiro no escuro [o sistema
com três atacantes]. É um risco
calculado, mas deve haver muita
solidariedade [na marcação] entre os jogadores", afirmou o técnico, ressaltando que prefere "perder duas partidas e ganhar uma
do que empatar três".
Culpi foi seduzido pelo sistema
ofensivo após a derrota para o Internacional por 3 a 2 no meio de
semana. No segundo tempo do
jogo, ele pôs Muñoz no lugar de
Fabiano Eller, e o time conseguiu
chegar ao empate em 2 a 2 depois
de estar perdendo por 2 a 0.
O Palmeiras, que teve chances
de virar o placar, foi derrotado
com um gol aos 40min do segundo tempo. Apesar disso, o técnico
elogiou o desempenho do time.
Ontem, durante o último treinamento antes de enfrentar o Bahia, Culpi adiantou a marcação dos titulares para pressionar a saída de bola adversária.
Mas treinou pouco os lances de
bola parada, apontados por ele
como o principal motivo da derrota para os gaúchos.
"Nós conversamos bastante e
vamos tentar não deixar a defesa
tão exposta. O Flávio foi orientado a nos ajudar na marcação",
afirmou o zagueiro Alexandre,
um dos mais criticados pela má
fase da equipe no Nacional.
Flávio, que atuou pelo Atlético-PR no primeiro semestre e não
disputa uma partida há mais de
dois meses, disse não se sentir
pressionado por retornar ao time
em um momento delicado.
"Eu gostaria de entrar sem toda
essa pressão. Sei que estão esperando que eu resolva o problema
de marcação da equipe. Mas eu
sou mais uma peça e vou tentar
funcionar com todas as outras",
afirmou o volante, que também se
arriscará no ataque.
"Tenho essa característica de
chutar bem de fora da área. Espero fazer isso amanhã [hoje]", disse
o atleta, que, em 56 jogos pelo Palmeiras, marcou sete gols.
Se Flávio será a novidade palmeirense hoje, o lateral-direito
Arce não estará em campo -ele
sofreu um estiramento muscular
na coxa esquerda e ficará pelo menos dez dias afastado dos campos.
Leonardo, que vinha atuando
no meio-campo, será o substituto.
NA TV - Sportv (menos para
São Paulo), às 16h
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