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VÔLEI
Equipes surpreendem as favoritas seleções de China e Rússia e disputam amanhã título inédito do Mundial feminino
Itália e EUA mudam história das quadras
DA REPORTAGEM LOCAL
Itália e EUA redesenharam ontem a geografia do vôlei feminino.
As duas seleções eliminaram as
favoritas China e Rússia e disputam amanhã a inédita decisão do
Mundial da Alemanha.
As atletas da Itália, que nunca
havia chegado entre os quatro
principais times do mundo, obtiveram a vaga com uma vitória por
3 sets a 1 sobre as chinesas.
Para as norte-americanas, que
decidiram um Mundial apenas
uma vez, em Tóquio-1967, quando ficaram com a medalha de prata, a classificação foi mais difícil.
Os EUA, único time invicto até
agora na Alemanha, precisaram
de cinco sets para eliminar a equipe da Rússia da disputa do título.
Russas e chinesas haviam decidido o último torneio internacional importante disputado antes
do Mundial -a Rússia ficou com
o título do Grand Prix.
As duas equipes eram apontadas como favoritas no campeonato na Alemanha, principalmente
por causa da decadência da atual
tricampeã olímpica e bi mundial
Cuba iniciada após a Olimpíada
de Sydney, em 2000.
A Rússia é o país com maior número de títulos mundiais -cinco
(52, 56, 60, 70 e 90). As chinesas
conquistaram dois (82 e 86).
Além das duas seleções, apenas
japonesas (62, 67 e 74) e cubanas
(78, 94 e 98) já estiveram no topo
do pódio da competição.
"Quando cheguei à Alemanha,
esperava ir à segunda fase. Quando atingi esse estágio, pensei que
seria bom ir às quartas-de-final.
Agora, me vejo na final, com dez
vitórias", disse Toshiaki Yoshida,
técnico da seleção americana.
"Eu disse para minhas atletas
atuarem jogo por jogo, set por set.
ponto por ponto. Não calculamos
isso [disputar o título]. Talvez esta seja a razão para estarmos na
decisão", completou ele.
Para a equipe italiana, o feito de
ontem consolida o trabalho de renovação do vôlei do país iniciado
no começo dos anos 90.
Em 2000, a geração de Elisa Togut, Francesca Piccinini, Manuela
Leggeri e cia. fez história pela primeira vez ao conquistar a inédita
classificação da Itália para uma
Olimpíada, em Sydney.
No ano passado, ficou com a
medalha de prata no Campeonato
Europeu, até então o maior feito
do vôlei feminino italiano.
"Eu realmente não sei o que dizer. Eu estou muito feliz, não consigo acreditar que conseguimos",
disse o técnico Marco Bonitta.
A vitória italiana teve um sabor
especial também para as brasileiras. Ainda revoltadas com as "armações" da China na competição
e com a derrota diante das rivais
nas quartas-de-final, as jogadoras
assistiram à partida de ontem e
comemoraram muito o resultado.
"A China armou para fugir da
Rússia, prejudicando as outras
equipes. Mas agora não teve escapatória", afirmou a meio-de-rede
Valeskinha, ontem, após assistir à
derrota chinesa.
Italianas e norte-americanas se
destacam também nas estatísticas
individuais do Mundial.
Elisa Togut, que ontem marcou
29 pontos na vitória sobre a China, é a quarta maior pontuadora
do torneio, com 148 pontos.
Outro ponto forte italiano é a líbero Paola Cardullo. Ela ocupa o
terceiro posto na defesa -média
de 3,44 por set- e tem a quarta
melhor recepção, com 53,16% de
aproveitamento no passe.
A levantadora Eleonora Lo
Bianco é a terceira melhor no
aproveitamento em sua posição.
A força das norte-americanas
está no bloqueio e no saque. Danielle Scott (0,94 ponto por set) e
Heather Bown (0,83) têm o melhor aproveitamento na rede entre as jogadoras que disputam o Mundial. Já Logan Tom é dona do
terceiro melhor saque, com média de 0,5 ponto por set.
Com agências internacionais
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