São Paulo, sábado, 14 de setembro de 2002

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VÔLEI

Equipes surpreendem as favoritas seleções de China e Rússia e disputam amanhã título inédito do Mundial feminino

Itália e EUA mudam história das quadras

DA REPORTAGEM LOCAL

Itália e EUA redesenharam ontem a geografia do vôlei feminino. As duas seleções eliminaram as favoritas China e Rússia e disputam amanhã a inédita decisão do Mundial da Alemanha.
As atletas da Itália, que nunca havia chegado entre os quatro principais times do mundo, obtiveram a vaga com uma vitória por 3 sets a 1 sobre as chinesas.
Para as norte-americanas, que decidiram um Mundial apenas uma vez, em Tóquio-1967, quando ficaram com a medalha de prata, a classificação foi mais difícil.
Os EUA, único time invicto até agora na Alemanha, precisaram de cinco sets para eliminar a equipe da Rússia da disputa do título.
Russas e chinesas haviam decidido o último torneio internacional importante disputado antes do Mundial -a Rússia ficou com o título do Grand Prix.
As duas equipes eram apontadas como favoritas no campeonato na Alemanha, principalmente por causa da decadência da atual tricampeã olímpica e bi mundial Cuba iniciada após a Olimpíada de Sydney, em 2000.
A Rússia é o país com maior número de títulos mundiais -cinco (52, 56, 60, 70 e 90). As chinesas conquistaram dois (82 e 86).
Além das duas seleções, apenas japonesas (62, 67 e 74) e cubanas (78, 94 e 98) já estiveram no topo do pódio da competição.
"Quando cheguei à Alemanha, esperava ir à segunda fase. Quando atingi esse estágio, pensei que seria bom ir às quartas-de-final. Agora, me vejo na final, com dez vitórias", disse Toshiaki Yoshida, técnico da seleção americana.
"Eu disse para minhas atletas atuarem jogo por jogo, set por set. ponto por ponto. Não calculamos isso [disputar o título]. Talvez esta seja a razão para estarmos na decisão", completou ele.
Para a equipe italiana, o feito de ontem consolida o trabalho de renovação do vôlei do país iniciado no começo dos anos 90.
Em 2000, a geração de Elisa Togut, Francesca Piccinini, Manuela Leggeri e cia. fez história pela primeira vez ao conquistar a inédita classificação da Itália para uma Olimpíada, em Sydney.
No ano passado, ficou com a medalha de prata no Campeonato Europeu, até então o maior feito do vôlei feminino italiano.
"Eu realmente não sei o que dizer. Eu estou muito feliz, não consigo acreditar que conseguimos", disse o técnico Marco Bonitta.
A vitória italiana teve um sabor especial também para as brasileiras. Ainda revoltadas com as "armações" da China na competição e com a derrota diante das rivais nas quartas-de-final, as jogadoras assistiram à partida de ontem e comemoraram muito o resultado.
"A China armou para fugir da Rússia, prejudicando as outras equipes. Mas agora não teve escapatória", afirmou a meio-de-rede Valeskinha, ontem, após assistir à derrota chinesa.
Italianas e norte-americanas se destacam também nas estatísticas individuais do Mundial.
Elisa Togut, que ontem marcou 29 pontos na vitória sobre a China, é a quarta maior pontuadora do torneio, com 148 pontos.
Outro ponto forte italiano é a líbero Paola Cardullo. Ela ocupa o terceiro posto na defesa -média de 3,44 por set- e tem a quarta melhor recepção, com 53,16% de aproveitamento no passe.
A levantadora Eleonora Lo Bianco é a terceira melhor no aproveitamento em sua posição.
A força das norte-americanas está no bloqueio e no saque. Danielle Scott (0,94 ponto por set) e Heather Bown (0,83) têm o melhor aproveitamento na rede entre as jogadoras que disputam o Mundial. Já Logan Tom é dona do terceiro melhor saque, com média de 0,5 ponto por set.


Com agências internacionais


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