São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 2006

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Palavra emperra patrocínios dos Jogos

Para investir R$ 10 milhões, Petrobras quer usar palavra em campanhas, mas diz que comitê só cede marca "Rio-2007'

Em nota à Folha, comitê que organiza o evento afirma que utilização do termo não é proibida e que repasses de verbas não estão atrasados


TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

O uso da palavra Pan está emperrando a assinatura de contratos entre o Co-Rio (Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos no Rio) e patrocinadores oficiais do evento.
O gerente de patrocínios da Petrobras, Cláudio Thompson, diz que a empresa não destinou um centavo dos R$ 10 milhões previstos na carteira de investimento da empresa para a infra-estrutura dos Jogos. Porém o contrato de veiculação de mídia com a Rede Globo, de R$ 50 milhões, já foi assinado e parte do dinheiro já foi repassada.
Segundo Thompson, a Olympo, empresa responsável pelo gerenciamento de marketing do Comitê Olímpico Brasileiro e do Co-Rio, órgão que dirige as ações do evento, não quer que as patrocinadoras oficiais usem a palavra Pan em propagandas, e sim a marca Rio-2007.
"Como não há direitos sobre a palavra Pan, eles acham que esta é a forma de diferenciar as empresas que são oficialmente patrocinadoras das outras que vão usar a palavra para ganhar mídia gratuita. Por outro lado, as patrocinadoras oficiais acham que devem ter o direito de usar a palavra Pan, que possui um significado bem maior e mais amplo do que Rio-2007."
O gerente citou como exemplo diversos tipos de produtos, como marca de aparelho celular e biscoito, que já estão usando o termo Pan em suas propagandas, sem que tenham desembolsado verba de patrocínio para o maior torneio esportivo das Américas. "Todo mundo quer faturar em cima do Pan", afirmou Thompson.
O Pan tem seis patrocinadores oficiais: a Caixa Econômica Federal, a Petrobras, a Sadia, a Kaiser, a Olympikus e a Oi. E uma conta de R$ 10 milhões por patrocinador, somando R$ 60 milhões. Até agora, entretanto, somente dois assinaram contrato: a Caixa Econômica Federal e a Sadia. "O contrato de mídia foi assinado, mas a parte da verba que vai para o Co-Rio e o COB, que deveria ter sido assinada no ano passado, ainda não foi por entraves jurídicos", disse Thompson.
O gerente afirmou acreditar que o contrato será assinado em breve, até porque a marca Petrobras está sendo divulgada nos eventos pré-Pan, como aconteceu na última Meia-Maratona do Rio. "A marca está sendo veiculada, mas ainda não demos dinheiro. Temos feito diversas reuniões e achamos que, mais cedo ou mais tarde, vamos chegar a um acordo. Esse impasse é jurídico."

Outro lado
De acordo com a assessoria de imprensa do comitê organizador do evento, "não existe proibição do uso da palavra Pan por parte do Co-Rio".
Segundo nota em resposta à Folha, o comitê informou que não havia prazos de assinatura de contratos com os patrocinadores e que o cronograma de pagamento varia de acordo com cada contrato.
Não informou, porém, quanto já foi repassado. Segundo o Co-Rio, não houve atrasos de repasse de verbas e os próximos contratos devem ser assinados "nas próximas semanas".


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