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Palavra emperra patrocínios dos Jogos
Para investir R$ 10 milhões, Petrobras quer usar palavra em campanhas, mas diz que comitê só cede marca "Rio-2007'
Em nota à Folha, comitê que organiza o evento afirma que utilização do termo não é proibida e que repasses de verbas não estão atrasados
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
O uso da palavra Pan está
emperrando a assinatura de
contratos entre o Co-Rio (Comitê Organizador dos Jogos
Pan-Americanos no Rio) e patrocinadores oficiais do evento.
O gerente de patrocínios da
Petrobras, Cláudio Thompson,
diz que a empresa não destinou
um centavo dos R$ 10 milhões
previstos na carteira de investimento da empresa para a infra-estrutura dos Jogos. Porém o
contrato de veiculação de mídia
com a Rede Globo, de R$ 50 milhões, já foi assinado e parte do
dinheiro já foi repassada.
Segundo Thompson, a Olympo, empresa responsável pelo
gerenciamento de marketing
do Comitê Olímpico Brasileiro
e do Co-Rio, órgão que dirige as
ações do evento, não quer que
as patrocinadoras oficiais usem
a palavra Pan em propagandas,
e sim a marca Rio-2007.
"Como não há direitos sobre
a palavra Pan, eles acham que
esta é a forma de diferenciar as
empresas que são oficialmente
patrocinadoras das outras que
vão usar a palavra para ganhar
mídia gratuita. Por outro lado,
as patrocinadoras oficiais
acham que devem ter o direito
de usar a palavra Pan, que possui um significado bem maior e
mais amplo do que Rio-2007."
O gerente citou como exemplo diversos tipos de produtos,
como marca de aparelho celular e biscoito, que já estão usando o termo Pan em suas propagandas, sem que tenham desembolsado verba de patrocínio para o maior torneio esportivo das Américas. "Todo mundo quer faturar em cima do
Pan", afirmou Thompson.
O Pan tem seis patrocinadores oficiais: a Caixa Econômica
Federal, a Petrobras, a Sadia, a
Kaiser, a Olympikus e a Oi. E
uma conta de R$ 10 milhões
por patrocinador, somando R$
60 milhões. Até agora, entretanto, somente dois assinaram
contrato: a Caixa Econômica
Federal e a Sadia. "O contrato
de mídia foi assinado, mas a
parte da verba que vai para o
Co-Rio e o COB, que deveria ter
sido assinada no ano passado,
ainda não foi por entraves jurídicos", disse Thompson.
O gerente afirmou acreditar
que o contrato será assinado
em breve, até porque a marca
Petrobras está sendo divulgada
nos eventos pré-Pan, como
aconteceu na última Meia-Maratona do Rio. "A marca está
sendo veiculada, mas ainda não
demos dinheiro. Temos feito
diversas reuniões e achamos
que, mais cedo ou mais tarde,
vamos chegar a um acordo. Esse impasse é jurídico."
Outro lado
De acordo com a assessoria
de imprensa do comitê organizador do evento, "não existe
proibição do uso da palavra Pan
por parte do Co-Rio".
Segundo nota em resposta à
Folha, o comitê informou que
não havia prazos de assinatura
de contratos com os patrocinadores e que o cronograma de
pagamento varia de acordo
com cada contrato.
Não informou, porém, quanto já foi repassado. Segundo o
Co-Rio, não houve atrasos de
repasse de verbas e os próximos contratos devem ser assinados "nas próximas semanas".
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