São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 2006

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CARLOS SARLI

Marmelada, trabalho em equipe?

FOSSE na F-1, o líder teria tirado o pé. Seria obrigado a fazê-lo. Na penúltima etapa da temporada no SuperSurf, o circuito brasileiro de surfe profissional, dois colegas de equipe, Renato Galvão e Heitor Alves, disputaram a bateria decisiva. O primeiro, caso vencesse a prova de Itacaré, BA, manteria as chances de conquistar o título brasileiro; o segundo, que surpreendia ao chegar à final, começou a etapa apenas na 31ª posição no ranking.
O patrocinador de ambos, a catarinense Mormaii, provavelmente nem pensou na hipótese de interferir; o cearense Heitor Alves foi para a água "fazer a sua parte", se divertir, sem pressão, e o ubatubense Renato Galvão, campeão brasileiro em 2004, entrou na decisão com a obrigação de vencer -só assim iria para a etapa da Barra da Tijuca no páreo.
Deu a lógica? Qual seria a lógica? Deu o Heitor, que desde o início do campeonato se adaptou bem às condições da praia de Itacarezinho e explorou com habilidade as manobras aéreas -podia tirar brevê. A Renato restou comemorar mais uma final, esta alcançada depois de virar algumas baterias na última onda, e elogiar o desempenho do colega. Uma atitude sincera e digna do esporte.
E foi outro cearense, André Silva, quem adiou a decisão do SuperSurf ao vencer Jihad Kohdr nas oitavas-de-final. O paranaense Jihad, líder folgado do ranking, era o único que poderia vencer o circuito por antecipação. O nono lugar na etapa baiana, mesma posição alcançada por Odirley Coutinho, agora seu único rival, deixou Jihad numa situação bastante confortável para chegar ao seu primeiro título brasileiro profissional -basta passar duas baterias em outubro, no Rio. Já para Odirley, três vezes vice-campeão do SuperSurf, só a vitória interessa.

Feminino
Se, no masculino, sete atletas chegaram à Bahia disputando o título, no feminino, 15 das 24 competidoras chegaram a Itacaré com chances, mas, ao contrário do que ocorreu entre os marmanjos, o título feminino tem merecido dono.


No SuperSurf, a final entre 2 atletas de mesmo patrocínio, um na luta pelo título e outro em ascensão, viu vitória de...

A carioca Andréa Lopes, 32, precisava vencer a quarta etapa da temporada para chegar ao seu quarto título. Foi o que fez. Ficou sabendo pouco antes da final que a vitória lhe daria o torneio por antecipação e fez um surfe seguro para superar a paulista Cláudia Gonçalves e conquistar o inédito tetra brasileiro de surfe profissional.
Andréa é a surfista brasileira com mais história no circuito. Cinco vezes campeã brasileira amadora, ela entrou, no início dos anos 90, no circuito mundial, o WCT, ficou com anorexia e teve que se afastar das provas. Em 99, voltou a brilhar, tornou-se a primeira brasileira a vencer etapa do Mundial e obteve seu primeiro título brasileiro pro.
Desde então, seguiu no topo e já falava em se aposentar até a vitória no último domingo, que, tudo indica, a animou a tentar o penta.
MUNDIAL DE KITESURFE
A partir de domingo, atletas de 30 países estarão em João Pessoa para a decisiva etapa do PKRA.

QUINTAL DE CASA
É o novo filme dirigido por Rafael Mellin, que tem pré-estréia hoje. A equipe Hang Loose surfando em casa é o foco do DVD, e Danylo Grilo com o pai, Horácio, em São Sebastião, é uma das seqüências.
CORRIDA DE AVENTURA
A decisiva etapa do Circuito Brasil Wild acontece no próximo final de semana no Petar, com 117 km de percurso.
NACIONAL UNIVERSITÁRIO
O circuito de surfe com quatro etapas começa neste final de semana na Barra, Rio, passa por Bahia, Santa Catarina e termina em dezembro em Maresias, SP.

sarli@trip.com.br


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