São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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McLaren perde pontos, US$ 100 mi e só

Por espionagem, Conselho Mundial da FIA exclui time do Mundial de Construtores, mas preserva Hamilton e Alonso

Apesar da pena branda, Ron Dennis, chefe da equipe inglesa, dá sinais de que vai recorrer do veredicto à Corte de Apelações da entidade

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SPA-FRANCORCHAMPS

Nunca os 425 km que separam o número 8 da praça da Concórdia, em Paris, e o paddock do circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica, estiveram tão próximos como ontem.
Enquanto no autódromo pilotos e times se preparavam para os primeiros treinos livres para o GP da Bélgica, que começam hoje, na sede da FIA a McLaren era julgada e punida.
Após mais de dez horas de reunião, o Conselho Mundial da entidade considerou que a equipe violou o artigo 151c do Código Esportivo Internacional, que condena "qualquer conduta fraudulenta ou ato prejudicial aos interesses de qualquer competição".
Com a pena, a McLaren perdeu os 166 pontos no Mundial de Construtores, não poderá somar mais nenhum nesta temporada e terá de pagar multa de US$ 100 milhões -estima-se que seu orçamento anual seja de US$ 400 milhões.
Lewis Hamilton e Fernando Alonso, por terem colaborado com a investigação, foram poupados. Sobre 2008, nenhuma definição. A entidade prometeu explicar hoje as razões da punição no maior escândalo de espionagem da categoria.
Tanto McLaren quanto Ferrari possuem 48 horas, a partir de hoje, para recorrer à Corte de Apelações da FIA. Mas, se depender do comunicado da Ferrari após o julgamento, a história pode ter acabado ontem. "A Ferrari está satisfeita que a verdade tenha emergido."
Já a McLaren não se mostrou totalmente insatisfeita. "O mais importante é que vamos correr neste final de semana, no resto da temporada e nas outras", afirmou Ron Dennis, chefe da equipe. "Mas não aceito a punição desta maneira."
Ele argumenta que os pilotos e os 140 funcionários do time assinaram documentos para dizer que não tiveram contato com as informações da Ferrari que chegaram às mãos de Mike Coughlan, projetista do time, via Nigel Stepney, ex-ferrarista.
"Nunca negamos que dados da Ferrari estivessem em posse de um de nossos funcionários [Coughlan]. Mas a questão é: essa informação foi usada pela McLaren? Isso não é o caso, e nada ficou provado", afirmou.
As primeiras conseqüências do veredicto podem ser vistas já hoje. Uma das questões a serem esclarecidas é o futuro de Alonso, infeliz na McLaren: a punição pode ter produzido a brecha jurídica que ele queria para não cumprir os dois anos de contrato que ainda tem.


NA TV - Treino livre para o GP da Bélgica
Sportv, ao vivo, às 9h



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