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Rivais do Rio querem Jogos-16 "enxutos"
Cidades apostam em custo menor e sedes próximas
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL
O Rio terá adversários pela
sede da Olimpíada-16 dispostos
a abrigar Jogos "enxutos".
Dos seis rivais cariocas, pelo
menos quatro falam, em seus
projetos, numa competição
com menos custos: Chicago,
Doha, Madri e Praga. As outras
postulantes são Baku e Tóquio.
Edições "econômicas" são
uma tendência no COI (Comitê
Olímpico Internacional), que,
desde a década de 90, tem brecado o gigantismo olímpico numa tentativa de difundir o
evento esportivo para países
fora do eixo EUA-Europa.
O prazo de inscrição terminou ontem. Hoje, o COI divulga
oficialmente as concorrentes.
A escolha será em 2 de outubro
de 2009, em Copenhague.
As sete cidades confirmaram
suas postulações por meio dos
comitês olímpicos de seus países. O México rejeitou o registro de Monterrey por considerar que a cidade "não tem condições de ser aspirante agora".
O plano é para 2020.
As adversárias do Rio também citam o aproveitamento
de instalações prontas.
"Com 75% das sedes construídas, e 85% delas ligadas por
transporte público, achamos
ter a infra-estrutura necessária", afirmou Patrick Sandusky,
porta-voz de Chicago-16, à Folha, por e-mail.
"Nosso projeto é centralizado, compacto. A candidatura é
toda bancada com dinheiro privado", diz Sandusky.
Praga segue a mesma linha.
"Queremos provar que é melhor organizar Jogos Olímpicos
enxutos, usando a infra-estrutura existente", afirmou Tomas
Petera, diretor do Comitê
Olímpico da República Tcheca,
no site da entidade.
O Rio ainda não anunciou
seu projeto, nem conta com site
como Chicago e Tóquio. Procurado, o Comitê Olímpico Brasileiro informou que só irá falar
quando o dossiê estiver finalizado, sem estimar o tempo.
Madri voltou a negar um
acordo com o Rio para que uma
das cidades desistisse e apoiasse a outra. A hipótese surgiu
durante o Pan-07, em julho.
"O Rio viveu problemas de
transporte, e outros detalhes,
no Pan e no Mundial de judô.
Não creio que seja o seu momento [de receber a Olimpíada]", disse Mercedes Coghen,
que integra o comitê madrileno, à agência espanhola Efe.
O Rio tentou abrigar a Olimpíada em duas ocasiões: 2004 e
2012. Na última disputa, as piores notas -em escala até 10-
foram em segurança (nota mínima de 2,9), transporte (3,1) e
rede hoteleira (5,1). A avaliação
foi feita por uma comissão do
COI em visita às candidatas.
Os integrantes do comitê
ainda puseram em xeque o
meio ambiente. A despoluição
da baía de Guanabara, ainda
não concluída, fazia parte do
projeto carioca. "Um terço da
população do Rio tem acesso
inadequado ao saneamento básico", dizia o relatório do COI.
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