São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Rivais do Rio querem Jogos-16 "enxutos"

Cidades apostam em custo menor e sedes próximas

FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

O Rio terá adversários pela sede da Olimpíada-16 dispostos a abrigar Jogos "enxutos".
Dos seis rivais cariocas, pelo menos quatro falam, em seus projetos, numa competição com menos custos: Chicago, Doha, Madri e Praga. As outras postulantes são Baku e Tóquio.
Edições "econômicas" são uma tendência no COI (Comitê Olímpico Internacional), que, desde a década de 90, tem brecado o gigantismo olímpico numa tentativa de difundir o evento esportivo para países fora do eixo EUA-Europa.
O prazo de inscrição terminou ontem. Hoje, o COI divulga oficialmente as concorrentes. A escolha será em 2 de outubro de 2009, em Copenhague.
As sete cidades confirmaram suas postulações por meio dos comitês olímpicos de seus países. O México rejeitou o registro de Monterrey por considerar que a cidade "não tem condições de ser aspirante agora". O plano é para 2020.
As adversárias do Rio também citam o aproveitamento de instalações prontas.
"Com 75% das sedes construídas, e 85% delas ligadas por transporte público, achamos ter a infra-estrutura necessária", afirmou Patrick Sandusky, porta-voz de Chicago-16, à Folha, por e-mail.
"Nosso projeto é centralizado, compacto. A candidatura é toda bancada com dinheiro privado", diz Sandusky.
Praga segue a mesma linha. "Queremos provar que é melhor organizar Jogos Olímpicos enxutos, usando a infra-estrutura existente", afirmou Tomas Petera, diretor do Comitê Olímpico da República Tcheca, no site da entidade.
O Rio ainda não anunciou seu projeto, nem conta com site como Chicago e Tóquio. Procurado, o Comitê Olímpico Brasileiro informou que só irá falar quando o dossiê estiver finalizado, sem estimar o tempo.
Madri voltou a negar um acordo com o Rio para que uma das cidades desistisse e apoiasse a outra. A hipótese surgiu durante o Pan-07, em julho.
"O Rio viveu problemas de transporte, e outros detalhes, no Pan e no Mundial de judô. Não creio que seja o seu momento [de receber a Olimpíada]", disse Mercedes Coghen, que integra o comitê madrileno, à agência espanhola Efe.
O Rio tentou abrigar a Olimpíada em duas ocasiões: 2004 e 2012. Na última disputa, as piores notas -em escala até 10- foram em segurança (nota mínima de 2,9), transporte (3,1) e rede hoteleira (5,1). A avaliação foi feita por uma comissão do COI em visita às candidatas.
Os integrantes do comitê ainda puseram em xeque o meio ambiente. A despoluição da baía de Guanabara, ainda não concluída, fazia parte do projeto carioca. "Um terço da população do Rio tem acesso inadequado ao saneamento básico", dizia o relatório do COI.


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