São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2008

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Confederações enxugam suas estruturas

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto o COB gasta a maior parte de sua verba com manutenção, as confederações enxugam a estrutura para sobrar dinheiro para preparação técnica, participações em competições e manutenção de atletas por meio de auxílios.
Até porque essas entidades têm restrições de gastos com manutenção dentro da Lei Piva. As confederações grandes só podem usar 10% da verba com este fim, as médias, 15% e as pequenas, 20%.
Dos três dirigentes de filiadas ao COB ouvidos pela Folha, dois deles evitaram críticas ao comitê pelos seus altos gastos com manutenção. Um outro reclamou do percentual.
"Acho que é muito gasto [com estrutura do COB]. Não houve um aumento tão grande assim nos repasses às confederações. E temos que ver que aumentou bem mais o valor global da Lei Piva", afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alaor Azevedo, que afirma pagar mal seus funcionários para priorizar a seleção brasileira.
O dirigente defendeu uma divisão mais "equalizada" dos recursos da legislação. Entende que o COB só deve ficar com percentual entre 20% e 30% da Lei Piva -hoje, o comitê retém quase a metade do total.
Outra de suas teses é uma distribuição mais igualitária entre as diversas modalidades, com um mínimo de R$ 2 milhões para cada esporte. Assim, as grandes, que já têm patrocínio, perderiam.
Entre as confederações maiores, não há críticas, mas há contenção de custos.
O orçamento total da Confederação Brasileira de Atletismo é de R$ 12 milhões, a maior parte da Caixa Econômica Federal, em recursos que não estão sujeitos à restrição da norma da Lei Piva. Mesmo assim, a entidade estima em 15% seu investimento na manutenção.
"Fazemos um esforço para minimizar custos. Alugamos um espaço e temos funcionários, a maioria deles técnicos, como os cubanos que acompanham treinamentos pelo país", contou o presidente da CBAt, Roberto Gesta de Melo. "Não sei os números do COB, mas o [presidente] Nuzman costuma gastar com muito critério."
A CBAt ainda gasta com manutenção de atletas, com verbas para esportistas e técnicos que obtenham resultados em nível internacional.
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) também investe em auxílio de custo. "Nossos atletas são pobres", explicou o presidente da entidade, Coaracy Nunes.
Segundo ele, a estrutura consome 20% do total da verba, incluindo Lei Piva e patrocínio dos Correios, majoritário no orçamento e que não sofre restrição de gasto. "Evidente que temos que fazer isso [enxugar]", afirmou, para em seguida defender o COB. (RM)



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