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Confederações enxugam suas estruturas
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto o COB gasta a
maior parte de sua verba com
manutenção, as confederações
enxugam a estrutura para sobrar dinheiro para preparação
técnica, participações em competições e manutenção de atletas por meio de auxílios.
Até porque essas entidades
têm restrições de gastos com
manutenção dentro da Lei Piva. As confederações grandes
só podem usar 10% da verba
com este fim, as médias, 15% e
as pequenas, 20%.
Dos três dirigentes de filiadas
ao COB ouvidos pela Folha,
dois deles evitaram críticas ao
comitê pelos seus altos gastos
com manutenção. Um outro
reclamou do percentual.
"Acho que é muito gasto
[com estrutura do COB]. Não
houve um aumento tão grande
assim nos repasses às confederações. E temos que ver que aumentou bem mais o valor global da Lei Piva", afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alaor
Azevedo, que afirma pagar mal
seus funcionários para priorizar a seleção brasileira.
O dirigente defendeu uma
divisão mais "equalizada" dos
recursos da legislação. Entende
que o COB só deve ficar com
percentual entre 20% e 30% da
Lei Piva -hoje, o comitê retém
quase a metade do total.
Outra de suas teses é uma
distribuição mais igualitária
entre as diversas modalidades,
com um mínimo de R$ 2 milhões para cada esporte. Assim,
as grandes, que já têm patrocínio, perderiam.
Entre as confederações
maiores, não há críticas, mas
há contenção de custos.
O orçamento total da Confederação Brasileira de Atletismo é de R$ 12 milhões, a maior
parte da Caixa Econômica Federal, em recursos que não estão sujeitos à restrição da norma da Lei Piva. Mesmo assim, a
entidade estima em 15% seu investimento na manutenção.
"Fazemos um esforço para
minimizar custos. Alugamos
um espaço e temos funcionários, a maioria deles técnicos,
como os cubanos que acompanham treinamentos pelo país",
contou o presidente da CBAt,
Roberto Gesta de Melo. "Não
sei os números do COB, mas o
[presidente] Nuzman costuma
gastar com muito critério."
A CBAt ainda gasta com manutenção de atletas, com verbas para esportistas e técnicos
que obtenham resultados em
nível internacional.
A Confederação Brasileira de
Desportos Aquáticos (CBDA)
também investe em auxílio de
custo. "Nossos atletas são pobres", explicou o presidente da
entidade, Coaracy Nunes.
Segundo ele, a estrutura consome 20% do total da verba, incluindo Lei Piva e patrocínio
dos Correios, majoritário no
orçamento e que não sofre restrição de gasto. "Evidente que
temos que fazer isso [enxugar]", afirmou, para em seguida
defender o COB.
(RM)
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