São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 2002

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DEPOIMENTO

Conquista reflete trabalho iniciado a partir de 1977

CARLOS ARTHUR NUZMAN
ESPECIAL PARA A FOLHA

Ninguém conquista um título mundial por acaso. Ser campeão mundial é ser portador de uma história. No caso do vôlei brasileiro, essa história começou a ser contada a partir de 1977, com a formação da primeira seleção permanente.
Foi por ocasião da disputa do primeiro Mundial juvenil, que reuniu a geração de Bernard, Montanaro, Isabel, Jacqueline e cia. Aliás, foi a partir de proposta do Brasil que a FIVB (Federação Internacional de Vôlei) criou os Mundiais juvenil e infanto-Juvenil, para criar e estimular a formação da base.
Nesses 25 anos de trabalho, conseguimos formar três gerações vitoriosas.
A primeira foi campeã pan-americana (83), campeã do Mundialito (82), vice mundial (82) e vice olímpica (84).
A segunda foi a geração do ouro olímpico em Barcelona (92) e campeã da Liga Mundial (93). No feminino, foi vice mundial em 94, bronze em Atlanta-96 e Sydney-2000 e bicampeã do Grand Prix.
A terceira é a geração atual, campeã da Liga- 2001 e do Mundial na Argentina, equipe que certamente lutará por outra medalha em Atenas-2004.
O título mundial ratifica a condição do Brasil como o melhor voleibol do mundo, condição reconhecida pela própria FIVB na relação de conquistas nas três categorias, infanto-juvenil, juvenil e adulta.
Não tenho dúvida de que a grande virtude do vôlei brasileiro foi ter trabalhado a base e proporcionado um padrão de treinamento moderno e profissional. A construção é longa, paciente e exige dedicação, coragem e profissionalismo.
Na Argentina, atletas e comissão técnica reproduziram todas essas virtudes implantadas pela CBV, sob a liderança de Bernardinho, que nos deu o único título que faltava ao vôlei nacional. Aliás, Bernardinho e José Roberto Guimarães não são técnicos, como os outros, mas verdadeiros maestros, que escreveram seus nomes na história do voleibol mundial.


Carlos Arthur Nuzman, 60, é presidente do Comitê Olímpico Brasileiro


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