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DEPOIMENTO
Conquista reflete trabalho iniciado a partir de 1977
CARLOS ARTHUR NUZMAN
ESPECIAL PARA A FOLHA
Ninguém conquista um título
mundial por acaso. Ser campeão mundial é ser portador de
uma história. No caso do vôlei
brasileiro, essa história começou a ser contada a partir de
1977, com a formação da primeira seleção permanente.
Foi por ocasião da disputa do
primeiro Mundial juvenil, que
reuniu a geração de Bernard,
Montanaro, Isabel, Jacqueline
e cia. Aliás, foi a partir de proposta do Brasil que a FIVB (Federação Internacional de Vôlei) criou os Mundiais juvenil e
infanto-Juvenil, para criar e estimular a formação da base.
Nesses 25 anos de trabalho,
conseguimos formar três gerações vitoriosas.
A primeira foi campeã pan-americana (83), campeã do
Mundialito (82), vice mundial
(82) e vice olímpica (84).
A segunda foi a geração do
ouro olímpico em Barcelona
(92) e campeã da Liga Mundial
(93). No feminino, foi vice
mundial em 94, bronze em
Atlanta-96 e Sydney-2000 e bicampeã do Grand Prix.
A terceira é a geração atual,
campeã da Liga- 2001 e do
Mundial na Argentina, equipe
que certamente lutará por outra medalha em Atenas-2004.
O título mundial ratifica a
condição do Brasil como o melhor voleibol do mundo, condição reconhecida pela própria
FIVB na relação de conquistas
nas três categorias, infanto-juvenil, juvenil e adulta.
Não tenho dúvida de que a
grande virtude do vôlei brasileiro foi ter trabalhado a base e
proporcionado um padrão de
treinamento moderno e profissional. A construção é longa,
paciente e exige dedicação, coragem e profissionalismo.
Na Argentina, atletas e comissão técnica reproduziram
todas essas virtudes implantadas pela CBV, sob a liderança
de Bernardinho, que nos deu o
único título que faltava ao vôlei
nacional. Aliás, Bernardinho e
José Roberto Guimarães não
são técnicos, como os outros,
mas verdadeiros maestros, que
escreveram seus nomes na história do voleibol mundial.
Carlos Arthur Nuzman, 60, é presidente do Comitê Olímpico Brasileiro
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