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Título inédito consagra Bernardinho
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele assumiu um time que atravessava uma má fase. Decidiu iniciar uma renovação gradual na
equipe e mesclou antigas peças
com jovens revelações. Exigente e
de temperamento explosivo, inseriu na rotina dos jogadores treinamentos exaustivos. Perfeccionista, gastou horas de sono analisando cada detalhe dos adversários.
E, em menos de dois anos, reergueu a seleção masculina e conquistou o Mundial, único título
que faltava ao vôlei do país.
Bernardinho, 43, que era reserva da chamada geração de prata,
assumiu a equipe no fim de 2000,
carregando no currículo um vice
mundial (94) e duas medalhas de
bronze olímpicas (Atlanta-96 e
Sydney-00) com o time feminino.
"Eu fiquei sete anos no feminino e cheguei muito perto [dos títulos". Agora, finalmente, eu consegui. Sei que essa conquista não
vai mudar o que aconteceu em 82
[medalha de prata no Mundial",
mas eu queria dividir esse título
com toda aquela geração", disse o
treinador após o jogo de ontem.
Quando assumiu o time nacional, Bernardinho aproveitou a base deixada por Radamés Lattari,
que não havia conseguido bons
resultados, e mesclou com jovens
talentos, como André Nascimento, Henrique e Escadinha.
Uma de suas apostas, André
Nascimento foi o melhor atacante
do Mundial e receberá, como
Maurício (melhor levantador),
um prêmio de US$ 100 mil.
Em sua primeira competição
importante, em 2001, venceu a Liga Mundial após oito anos de jejum. O saldo até agora são sete
conquistas, entre elas o Mundial,
e dois vices em nove torneios.
Neste Mundial, Bernardinho se
destacou por mexer na equipe na
hora certa. Na Liga deste ano, depois de vencer o terceiro set com
Ricardinho e Anderson, insistiu
em voltar com Maurício e André
Nascimento e perdeu a partida.
Nos dois jogos decisivos na Argentina, contra Iugoslávia e Rússia, não vacilou a insistiu com os
mesmos dois reservas.
"A surpresa [atuações de Ricardinho e Anderson" foi muito importante. Todos os times haviam
marcado muito o nosso jogo. Mas
um jogador só não ganha jogo, todos jogaram muito bem".
(ML)
Colaborou João Sandrini, de
Buenos Aires
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