São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 2002

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Título inédito consagra Bernardinho

DA REPORTAGEM LOCAL

Ele assumiu um time que atravessava uma má fase. Decidiu iniciar uma renovação gradual na equipe e mesclou antigas peças com jovens revelações. Exigente e de temperamento explosivo, inseriu na rotina dos jogadores treinamentos exaustivos. Perfeccionista, gastou horas de sono analisando cada detalhe dos adversários.
E, em menos de dois anos, reergueu a seleção masculina e conquistou o Mundial, único título que faltava ao vôlei do país.
Bernardinho, 43, que era reserva da chamada geração de prata, assumiu a equipe no fim de 2000, carregando no currículo um vice mundial (94) e duas medalhas de bronze olímpicas (Atlanta-96 e Sydney-00) com o time feminino.
"Eu fiquei sete anos no feminino e cheguei muito perto [dos títulos". Agora, finalmente, eu consegui. Sei que essa conquista não vai mudar o que aconteceu em 82 [medalha de prata no Mundial", mas eu queria dividir esse título com toda aquela geração", disse o treinador após o jogo de ontem.
Quando assumiu o time nacional, Bernardinho aproveitou a base deixada por Radamés Lattari, que não havia conseguido bons resultados, e mesclou com jovens talentos, como André Nascimento, Henrique e Escadinha.
Uma de suas apostas, André Nascimento foi o melhor atacante do Mundial e receberá, como Maurício (melhor levantador), um prêmio de US$ 100 mil.
Em sua primeira competição importante, em 2001, venceu a Liga Mundial após oito anos de jejum. O saldo até agora são sete conquistas, entre elas o Mundial, e dois vices em nove torneios.
Neste Mundial, Bernardinho se destacou por mexer na equipe na hora certa. Na Liga deste ano, depois de vencer o terceiro set com Ricardinho e Anderson, insistiu em voltar com Maurício e André Nascimento e perdeu a partida.
Nos dois jogos decisivos na Argentina, contra Iugoslávia e Rússia, não vacilou a insistiu com os mesmos dois reservas.
"A surpresa [atuações de Ricardinho e Anderson" foi muito importante. Todos os times haviam marcado muito o nosso jogo. Mas um jogador só não ganha jogo, todos jogaram muito bem". (ML)


Colaborou João Sandrini, de Buenos Aires


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