São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2007

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Dunga deixa "heróis" para trás

Destaques na conquista da Copa América vão para o banco na estréia da seleção nas eliminatórias

Vágner Love, mantido como titular apesar do jejum de gols, é dos raros jogadores do título na Venezuela que permanecem na equipe

DO ENVIADO A BOGOTÁ

Quando ganhou a Copa América, há três meses, Dunga exaltou e deu fortes sinais de fidelidade ao grupo que triunfou sem astros que ignoraram a competição e com atletas que substituíram colegas lesionados.
Mas hoje, quando o Brasil estréia nas eliminatórias para o Mundial de 2010, heróis e alguns símbolos da campanha na Venezuela ficaram para trás.
O time que deve começar a partida contra a Colômbia, em Bogotá, tem quatro atletas que não estiveram no torneio continental, o goleiro Júlio César, o zagueiro Lúcio e os meia-atacantes Kaká e Ronaldinho.
Doni foi o herói das semifinais da Copa América, quando defendeu pênalti contra o Uruguai. Agora, no classificatório para o Mundial da África do Sul, não teve oportunidade como titular nem nos treinos em Teresópolis. E não reclama. "Quem jogar vai servir bem o Brasil", disse o goleiro.
Júlio César evita comemorar a titularidade antes de entrar em campo hoje, mas não mostra temor ao falar sobre a pressão popular para que Dunga convoque e escale o são-paulino Rogério na posição.
"O torcedor é passional. O Rogério passa por uma fase espetacular, mas isso não me assusta", afirmou Júlio César.
Lúcio não tomou rápido só o seu posto de titular. Também voltou com a tarja de capitão, usada por Gilberto Silva na Venezuela -na decisão, com o volante suspenso, Juan a vestiu.
"Sempre deixei bem claro que o importante é a confiança do treinador no meu trabalho. E se a cada temporada não for confirmada minha situação como capitão, não vou ligar. Irei continuar me empenhando da mesma forma", falou o jogador do Bayern de Munique.
Ronaldinho foi outro que em três meses passou de desertor a titular com direito a um mimo extra. Novamente ele usa a camisa 10, número que lhe foi tirado por Dunga durante boa parte da sua gestão.
A volta dos astros ofuscou, além de Doni, outros jogadores chaves na campanha venezuelana. Josué e Júlio Baptista, por exemplo, voltaram para a reserva. Elano, xodó do treinador desde o início de seu trabalho, é outro que virou só uma opção.
Um dos poucos que foi exaltado por Dunga na Copa América e que ainda segue como titular é Vágner Love, justamente um dos que teve desempenho mais fraco naquela competição -conseguiu marcar apenas um gol em seis partidas.
O próprio jogador reconhece que a falta de gol pode ser decisivo para o fim da sua condição de titular. "Não importa se você deu assistência, negócio do atacante é fazer o gol", disse o atleta do CSKA, que agrade Dunga.
"Quando o treinador dá confiança, isso ajuda bastante, você entra em campo pronto para marcar", falou o atacante, que no entanto não promete desespero de novamente passar em branco hoje. "Se não acontecer de marcar no primeiro jogo, é só ter tranqüilidade para fazer no segundo." (PAULO COBOS)


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