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São Paulo e Palmeiras fazem "cala boca"
Após episódio do gás, diretorias se reúnem e proíbem ofensas a rivais por parte de cartolas, comissões técnicas e atletas
Acordo de paz entre clubes
é selado para não prejudicar
ações de interesse comum, como alteração de calendário e estádios da Copa de 2014
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O gás lançado no vestiário
são-paulino em jogo no Parque
Antarctica foi a gota d'água para que o clube do Morumbi e o
Palmeiras revissem sua relação, que chegou ao pior nível na
história dos dois clubes.
Depois do incidente, ocorrido em clássico da semifinal do
Paulista, em abril, as diretorias
resolveram agir diplomaticamente para encerrar as rusgas.
Mais até do que a rivalidade
de torcidas, a briga era prejudicial aos interesses de ambos em
relação a negócios e à própria
Copa de 2014. Os presidentes
são-paulino e palmeirense, então, nomearam emissários para
cuidar de uma reaproximação.
Pelo tricolor, o diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes. Pelo alviverde, o diretor de
planejamento Luiz Gonzaga
Belluzzo. Alguns meses atrás,
os dois tiveram o primeiro encontro, no restaurante Gigetto,
no centro da cidade.
"Ficamos muito preocupados porque estava havendo
confronto de funcionários",
disse Jesus Lopes, referindo-se, principalmente, à briga entre o superintendente de futebol são-paulino, Marco Aurélio
Cunha, e o gerente de futebol
palmeirense, Toninho Cecílio.
Os dois, fazem questão de dizer, fizeram as pazes. "Tivemos
uma discussão clubística, mas
jamais deixamos de ser amigos", declarou Cunha.
"Respeito muito o Marco Aurélio, não temos problemas,
mas naquela época ele errou",
afirmou o palmeirense Cecílio.
Amigos, Jesus Lopes e Belluzzo logo chegaram a um consenso. A partir daquele encontro, passou a ser ordem que dirigentes, membros das comissões técnicas e jogadores não
dessem mais nenhuma declaração polêmica sobre o rival,
sob pena até de punição.
"Seria conveniente que minimizássemos as polêmicas. E isso tem sido seguido", afirma o
cartola são-paulino. "Eu não
acho que essa paz crie menos
expectativa para o clássico",
acredita Jesus Lopes, referindo-se ao jogo de domingo.
Por trás disso, há negócios
que têm feito os adversários andarem de mãos dadas. Os clubes estão juntos em ações contra a pirataria, em discussões
para a formação de atletas e sobre mudanças no calendário.
O mais importante, no entanto, é o apoio mútuo para que
seus estádios possam abrigar
partidas do Mundial no Brasil.
Mesmo após o presidente da
CBF, Ricardo Teixeira, dizer
que cada sede da Copa terá apenas um estádio, os são-paulinos
tem lembrado com insistência
que outras cidades, como Paris,
em 1998, e Johannesburgo, que
são menores do que a capital
paulista e tiveram, no caso da
cidade francesa, e terão, no da
cidade sul-africana, o uso de
mais de uma arena.
Em contrapartida, os palmeirenses estão dando apoio ao
Morumbi para receber a partida de abertura do Mundial.
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