São Paulo, quarta-feira, 14 de novembro de 2001

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PAINEL FC

Assunto encerrado
Reunidos em São Luís, os presidentes de 26 federações fecharam questão: não abrem mão dos campeonatos estaduais em 2002. Problemas à vista para o planejamento da TV Globo e para o calendário quadrienal do futebol, que prevê a quase extinção dessas competições.

Biscoito...
Um representante da Nike era o único ambulante com autorização para permanecer no saguão do aeroporto de São Luís, anteontem à noite, enquanto uma multidão aguardava a chegada da seleção. Sob a banca, camisas do time, não do novo modelo, mas do anterior a esse.

... para poucos
Mas o negócio se mostrou pouco rentável. A julgar pela enorme quantidade de bicicletas estacionadas perto do aeroporto, poucos entre os crédulos brasileiros poderiam dispor de R$ 70 para adquirir a camisa oficial. O vendedor escutou impassível os gritos de "Venezuela" dos excluídos da chegada da seleção, que, de novo, saiu pelos fundos.

Homem a homem
Irritado com o posicionamento da defesa, Luiz Felipe Scolari resolveu, no último treino em Teresópolis, mostrar como um bom zagueiro deveria marcar. Ex-defensor do Caxias, mostrou toda a sua habilidade. Na primeira dividida, pisou no pé de Denílson, que gritou de dor. O técnico fingiu que não viu. E não pediu desculpas.

Sem bicho 1
Os jogadores da seleção brasileira não receberão premiação em caso de classificação para a Copa. Envergonhados com a campanha da equipe, eles decidiram abrir mão de pedir "bicho" pela conquista. A decisão, unânime, foi tomada pelos atletas no fim de semana.

Sem bicho 2
A exemplo dos brasileiros, os venezuelanos não terão nenhum incentivo especial para vencer hoje. A Federação Venezuelana pagará a mesma quantia dada aos jogadores pelas outras vitórias nas eliminatórias -US$ 5.000 para cada atleta.

Ladeira abaixo
O futebol paulista continua amealhando fiascos no Brasileiro. Com apenas um time já classificado, tem só um representante entre os oito com melhor público no Nacional: o Santos, com média de 11.891 torcedores. São Caetano e Lusa, com cerca de 3.000, são os lanternas.

Minas sobe
O líder no quesito é o Atlético-MG, com média de 23.744 até a 21ª rodada. Com 11.136 e em 13º, o Cruzeiro, mesmo com a campanha pífia, está à frente do Corinthians (14º com 9.839). O clássico mineiro teve público recorde até aqui (84.529).

Gosto pelo sofrimento
O curioso é que dois times que estariam rebaixados hoje estão entre os seis primeiros. Flamengo (4º, com 16.494) e Sport (6º, com 12.512) têm levado bons públicos a seus jogos, apesar do futebol de segunda.

Queimado
Alberto Dualib dá os primeiros sinais de que se arrependeu de seguir à risca os pedidos de Luxemburgo. O presidente corintiano avalia que a renovação muito brusca do elenco prejudicou o desempenho do time.

Aprovado
A vereadora de Santos Sandra Arantes do Nascimento Felinto, que só foi reconhecida como filha por Pelé após batalha jurídica, teve seu projeto que estabelece testes de DNA gratuitos na cidade aprovado.

Mais um
Odvan conseguiu vitória na Justiça contra o Vasco e está livre para defender outra equipe.

Esperança
O Vasco anunciou que firmou parceria com a Pro Entertainment para o licenciamento de sua marca no Brasil.

A decisão é deles
A ida da Penske, equipe de Gil de Ferran e Hélio Castro Neves, para a IRL, liga rival da Indy, depende de Philip Morris, sua patrocinadora. A empresa de cigarros quer correr as 500 Milhas de Indianápolis, que pertencem à IRL. Para isso, não pode ter vínculo com outra categoria.

E-mail: painelfc.folha@uol.com.br

DIVIDIDA

De Jair Picerni, técnico do São Caetano, sobre seu time:
- Nós somos como a Ferrari. Quando estamos na frente, ninguém passa.

CONTRA-ATAQUE

Tempos de cachorros e linguiça

Algumas pessoas podem não se lembrar mais, mas já houve época em que a seleção brasileira não passava sufoco contra adversários de menor tradição. Nem precisava se esforçar muito para golear.
Em 1969, nas eliminatórias para a Copa de 70, o Brasil tinha jogo contra a Venezuela no Maracanã. Ao final do primeiro tempo, o placar exibia um vergonhoso -isso para aquela época- 0 a 0.
O empate contra os venezuelanos era encarado como derrota.
Diante da torcida silenciosa, os jogadores encontraram uma barreira na porta dos vestiários quando foram para o intervalo.
João Saldanha, em frente à porta fechada, girava a chave no dedo. Cabisbaixos, os jogadores se amontoavam entre a escada e a porta do vestiário.
- Por que vocês desceram? Primeiro é preciso jogar. Voltem para o campo e ganhem esse jogo agora, disse o treinador.
As palavras acordaram o time. Com o brio mexido, o time ganhou de goleada: 6 a 0. Na Copa do México, arrebatou definitivamente a taça Jules Rimet.



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