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AÇÃO
Muitas novidades
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Acompanhei de perto as
pretensiosas reuniões que
deram origem à Associação Brasileira de Surfe Profissional e ao
Circuito Brasileiro de surfe.
No então imponente prédio da
Ocean Pacific, localizado em São
Paulo, reuniam-se surfistas-empresários, surfistas-jornalistas e
surfistas-organizadores.
Foi dali que, em 1986, cinco das
principais marcas de surfwear do
país resolveram se juntar para
viabilizar a primeira edição do
circuito. O que há 16 anos esses
surfistas empreendedores pretendiam -mas, acredito, não imaginavam- é que o Brasileiro de
surfe profissional seria um dia organizado por uma das maiores
empresas de comunicação do
país, a Abril, e patrocinado por
uma das maiores montadoras do
mundo, a Volkswagen.
Não imaginavam também que
teria uma competição tão acirrada e uma final tão emocionante
quanto foi a sexta e decisiva etapa do SuperSurf, realizada na
Prainha, no Rio de Janeiro, de
quarta até o último domingo.
Com ondas grandes e/ou boas
durante toda a competição e com
o incrível cenário da Prainha (a
única praia numa grande cidade
que conheço e que, graças à ação
dos surfistas, segue preservada)
para ajudar, a prova definiu o
campeão brasileiro de 2002 em
grande estilo.
Quando o campeonato teve início, 20 dos 46 competidores regulares do circuito tinham condições de chegar ao título, à medida
que as baterias evoluíam, diminuía o volume de pretendentes,
mas, entre os remanescentes, aumentava a proporção.
Nas semifinais, todos os quatro
competidores eram candidatos ao
título da temporada. Aquele que
vencesse a prova sairia da Prainha como campeão brasileiro, R$
25 mil e uma pick-up Saveiro.
Entre eles, só Peterson Rosa já
experimentara o prazer dessa vitória, aliás por três vezes, e passou
sem dificuldades por Eric Miyakawa, que perdeu a oportunidade
de vencer a bateria logo no início,
em duas ondas nas quais falhou.
Na outra semi, com Marcelo
Trekinho e Leonardo Neves, os
cariocas tinham garantido um representante na final. Trekinho,
apesar da torcida local, parece ter
sentido o peso da disputa: não se
achou na água e ficou mais fácil
para Léo.
Para evitar o tetra do experiente Rosa, Léo se afastou dele na
água, evitando o risco da marcação e do uso da prioridade. Deu
certo, no meio da bateria de 30
minutos o carioca pegou um longo tubo que recebeu nota 10 dos
juízes e virou a decisão. Administrou o resultado até o final e merecidamente entrou para a galeria de campeões, agora com 11 nomes, em 16 edições do Brasileiro.
No feminino, Andréa Lopes já
havia conquistado o título e também uma Saveiro na etapa anterior. Silvana Lima, do Ceará,
competindo como convidada, foi
a surpresa da etapa. Disputou a
final com Jacqueline Silva, uma
das duas representantes brasileiras no Mundial, e só perdeu a bateria nos últimos segundos.
Durante a etapa, uma reunião
decidiu pelo aumento do número
de competidores dos 48 atuais para 80, com a volta dos Top 16 e dos
Back 14. Em outra reunião, houve
a eleição da diretoria da Abrasp
para o próximo biênio com a vitória da situação e Pedro Muller na
presidência. Nas duas, as acirradas discussões e os difíceis acordos
em nada lembravam o consenso
que reinava nas reuniões na OP.
Ferrugem lubrificado
Rodil Ferrugem venceu a decisiva etapa do Mundial de skate,
WCS, em São Paulo, e ficou com o título de street. No vertical, o
norte-americano Andy Mac Donald já havia assegurado o título.
Reality Show
A Roxy/Quiksilver e a MTV Americana estão à procura de oito meninas surfistas amadoras entre 18 e 24 anos que topem viajar o
mundo competindo entre si para a produção de um programa.
Veículo nova de graça
Com 120 páginas, estreou o jornal de surfe e skate "Nuts".
EMA
Alexandre Freitas, responsável pelo circuito de corridas de aventura, continua internado na Austrália acometido por uma bactéria
contraída durante sua participação no Eco-Challenge.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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