São Paulo, domingo, 14 de novembro de 2010

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Virada

Seleção brasileira sua para virar semifinal contra o Japão e, hoje, na busca por título inédito do Mundial de vôlei, equipe reverá algoz de 2006, a Rússia

MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

"A gente já sabia que ia ser difícil, mas não tão difícil desse jeito." A líbero Fabi resumiu bem o sentimento da seleção brasileira logo depois da suada vitória sobre o Japão por 3 sets a 2 (22/25, 33/35, 25/22, 25/22 e 15/11), na semifinal do Mundial.
Hoje, um dia após encarar a batalha em Tóquio, o Brasil buscará mais uma vez o título inédito, atuando contra o seu algoz do último Mundial, a Rússia. Os dois finalistas do campeonato chegam invictos à decisão, mas as brasileiras entrarão em quadra hoje certamente mais cansadas.
Ontem, atuando diante de um ginásio lotado em Tóquio, o Brasil precisou virar uma partida no qual estava perdendo por 2 sets a 0 e contra uma equipe cuja principal força se encontra na defesa.
Mesmo contando com uma equipe com média de altura 10 cm maior do que a do Japão, o Brasil batalhava a todo instante para converter seus ataques em pontos.
"É complicado, chega uma hora que cansa [atacar e a bola não cair], e a gente fica pensando: "Não sei o que eu faço agora". É impressionante, e irritante, como falou a Fabi. A gente dá porrada, e a bola sobe, a gente larga, e a bola sobe, mas que bom que deu tudo certo", disse uma aliviada Natália após o jogo.
Mas não foi só a defesa japonesa que sobressaiu. O Brasil abusou do direito de errar, sobretudo nos dois primeiros sets. No total, o Brasil cedeu 34 pontos em erros, enquanto o Japão, 20.
O panorama do jogo só mudou no terceiro set, quando o técnico José Roberto Guimarães colocou em quadra a ponteira Sassá no lugar de Jaqueline. A reserva virou bolas sucessivas, e o time nacional ganhou confiança suficiente para sair do sufoco.
Fabiana também foi peça fundamental para a virada no jogo. A meio de rede pediu repetidamente que a bola fosse levantada para ela nos terceiro e quarto sets. E a levantadora Fabíola atendeu ao pedido da capitã.
"Chamei a responsabilidade para mim para deixar as meninas tranquilas, para podermos ir para cima juntas", contou Fabiana, que marcou 20 pontos ontem, uma pontuação elevada para alguém que atua em sua posição.
"Eu sabia que, se eu rodasse uma bola, eu ia vibrar tanto, gritar tanto, que ia puxar o time junto. Falei: "Vamos que nosso momento é agora, e cada ponto vale ouro"."
A vitória motivou o time brasileiro. O fantasma da derrota de 2006 na final para a Rússia já não assusta mais a equipe de Zé Roberto. Há quatro anos, o Brasil deixou escapar o título no tie-break.
"2006 já passou. O grupo é outro. A situação é outra. Estou focada no que está acontecendo hoje", disse Fabiana, uma das quatro titulares do Brasil que jogaram contra as russas há quatro anos.
Sheilla, Jaqueline e Fabi também estavam em quadra.

NA TV
Brasil x Rússia
Final do Mundial feminino de vôlei
8h30 Band e Sportv


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