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profissão de risco?
Treinador vira emprego estável na temporada 07
Pela 1ª vez nos pontos corridos, taxa de permanência de técnicos supera 50%
Apenas 3 times de 14 que já ganharam o Brasileiro e que estão na elite neste ano terão comandos novos nos Campeonatos Estaduais
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
O emprego de treinador de
futebol, que tradicionalmente é
uma "profissão de risco" no
Brasil pela freqüência das demissões, começou 2007 com
uma rara estabilidade.
Nunca, na história dos pontos corridos em Campeonatos
Brasileiros (iniciada 2003),
uma temporada teve, em seu
início, um número tão alto de
técnicos mantidos no cargo.
Considerando os 16 clubes
que ficaram na elite nacional,
só 4 (ou 25%) trocaram comandantes desde o fim do Brasileiro passado: Cruzeiro, Figueirense, Palmeiras e Paraná.
E o fenômeno não é visto só
no primeiro escalão. Se forem
avaliados os 31 clubes que já tiveram o direito de disputar a
primeira divisão do país no período, nada menos que 19 (ou
61,2%) começam 2007 com o
técnico que encerraram 2006.
No começo das três últimas
temporadas, considerando os
mesmos 31 times, foram mantidos 14, ou 45,2% dos líderes das
comissões técnicas.
Se o corte considerar os 14
clubes da elite que já conquistaram o Brasileiro, o percentual
de empregos mantidos é mais
expressivo: 78,6%. Só três times nestas condições, Cruzeiro, Palmeiras e Sport, não entram nos Estaduais com o mesmo comando com que terminaram a temporada de 2006.
Neste ano, a fila dos empregos mantidos é puxada pelos
clubes do Rio de Janeiro.
Pela primeira vez na história
dos pontos corridos no Brasileiro todos os cariocas começam 2007 com os técnicos que
encerraram o torneio anterior.
Entre eles, o destaque é o
Vasco. O clube que, no ano
2000, trocou Oswaldo de Oliveira por Joel Santana nos mata-matas da Copa João Havelange, só não tem técnico há
mais tempo que o Grêmio. Renato Gaúcho está no cargo desde 20 de julho de 2005.
Para o vice de futebol do Flamengo, Kleber Leite, há uma
mudança cultural dos dirigentes. "Mudou a rotação dos discos e acho isso muito saudável.
A postura cômoda de [o dirigente] atribuir os insucessos do
time ao técnico está sendo deixada de lado. É bom, porque
cria um maior respeito aos treinadores dentro dos elencos."
Contudo, Mano Menezes,
treinador do Grêmio e recordista de antigüidade no emprego entre os 31 técnicos dos clubes que jogaram o Brasileiro de
pontos corridos (incluindo
América-RN, Sport e Náutico,
que debutarão com esse regulamento na elite neste ano),
aponta que existe "uma evolução", mas ressalva que ainda é
cedo para identificar uma mudança no conceito dos cartolas.
No clube gaúcho desde 23 de
abril de 2005, ele primeiro levou o Grêmio ao título da Série
B, depois, a uma vaga na Libertadores, o que o tornou ídolo
em Porto Alegre. Menezes
aponta que o cenário que se
apresenta neste ano pode gerar
uma maior identificação entre
técnicos e torcedores de um
clube, como antigamente.
Mas ressalva: "Cabe aos técnicos saberem criar condições
para tanto".
Colaborou FABIO TURA , do Datafolha
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