São Paulo, sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

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Alonso faz elogio, mas tira Massa do páreo

Para espanhol, os melhores duelos da F-1 neste ano não terão o brasileiro

"Marqueteiro", bicampeão repete juras que fizera na McLaren e declara que a Ferrari será a equipe em que encerrará sua carreira

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MADONNA DI CAMPIGLIO

"Estamos começando um novo Mundial e será uma disputa interessante com o Lewis [Hamilton], o Jenson [Button], o Michael [Schumacher], os pilotos da Red Bull [Sebastian Vettel e Mark Webber]..."
Ato falho ou não, na primeira entrevista como piloto da Ferrari, Fernando Alonso ignorou o companheiro Felipe Massa ao falar sobre os duelos que prevê no Mundial de F-1, que começa no dia 14 de março.
E, apesar de a escuderia negar que haverá favorecimento a algum piloto, o bicampeão deixou claro seu lugar no time. "Nunca pedi para ser número um em nenhum dos times pelos quais passei. Isso vem de não sei onde e continua sendo repetido por uma minoria", falou ontem, em Madonna di Campiglio, onde a Ferrari organiza todos os anos um encontro com a imprensa mundial.
"O que não quero, com certeza, é ser o número dois, algo que aconteceu algumas vezes em 2007", disse ele, sobre seu insucesso na McLaren, quando foi companheiro de Hamilton e deixou a equipe ao fim do primeiro de três anos de contrato. Apesar do discurso até agressivo, Alonso tem aproveitado a semana na estação de esqui para fazer uma das coisas que mais sabe: política. De conversas de pé de ouvido com Stefano Domenicali, chefe ferrarista, a "plantões inocentes" no centro de imprensa do evento, o espanhol adotou atitude mais "marqueteira" que a de seu novo parceiro. E bem diferente da de seu antecessor, Kimi Raikkonen, que nem italiano falava. Até afagou o piloto brasileiro.
"Tive desentendimentos com o Felipe em 2007, mas foram coisas passageiras e que já resolvemos", explicou ele, que teve algumas discussões acaloradas com Massa naquela temporada por um não concordar com manobras do outro na pista. "Tenho aproveitado para conversar com o Felipe. Neste meu começo na Ferrari, ele será muito importante porque já conhece o time, e será bom poder seguir os passos dele." Nos cerca de 40 minutos em que esteve com a imprensa, Alonso também citou patrocinadores e parceiros e fez juras de amor à Ferrari, o que já havia feito com que Hamilton comentasse que ele fizera o mesmo ao chegar à McLaren.
"Para qualquer piloto, a Ferrari é o ponto mais alto da carreira. Depois de passar por esta equipe, é praticamente impossível achar motivação para correr por qualquer outro time", disse o espanhol, que já foi também da Minardi e da Renault. "Estou 100% certo de que a Ferrari será minha última equipe", disse ele, que se mudou de Genebra para Lugano, na Suíça, para ficar mais perto da fábrica ferrarista.


A jornalista TATIANA CUNHA viaja a convite da Ferrari


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