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Elite do país veleja por ouro inédito
Com Scheidt, Torben e Lars na disputa, Brasil busca primeiro título mundial em casa na principal classe do iatismo
Com a primeira de suas seis regatas realizada na baía
de Guanabara, competição no Rio, a partir de amanhã, contará com a nata da star
CAIO BARRETTO BRISO
DA SUCURSAL DO RIO
Se o iatismo fosse comparado
ao automobilismo, a classe star
seria a F-1. Nela competem os
melhores velejadores do mundo, e o equilíbrio é tão grande
que nunca se pode prever qual
será a dupla vencedora de uma
regata. Menos ainda em um
Campeonato Mundial.
Mas, neste ano, com três duplas de primeira linha e competindo no Rio de Janeiro, os brasileiros, que somam quatro ouros na história do Mundial, têm
boas chances de alcançar o topo
do pódio pela primeira vez em
casa, feito não obtido em 1960,
1980 e 1996, quando o torneio
também ocorreu no Rio.
A primeira das seis regatas
será realizada amanhã, na baía
de Guanabara, às 13h.
"Estamos ajustando o barco
todos os dias, e a performance
dele está muito boa. A competição será difícil, com 11 campeões mundiais. Não dá para
dizer quem é favorito", diz Torben Grael, eleito pela Federação Internacional de Vela (Isaf)
o melhor velejador do ano passado, quando venceu com folga
a Volvo Ocean Race, tradicional
regata de volta ao mundo -ele
foi o capitão do Ericsson 4.
Torben é considerado por especialistas e até por adversários
o velejador mais completo do
planeta. Também pesa a seu favor o talento do proeiro Marcelo Ferreira, único brasileiro bicampeão mundial, com quem
Torben já faturou nada menos
do que dois ouros olímpicos e
também um Mundial (1990),
em mais de 20 anos de parceria.
"É uma competição curta.
Temos que ir bem logo nas primeiras regatas, pois o campeonato tem apenas seis. Não se
pode errar", declara Robert
Scheidt. Ele também tem, ao
seu lado, um grande proeiro:
Bruno Prada. A dupla conquistou, em 2007, o último ouro
mundial para o Brasil.
Para Lars Grael, bronze na
edição de 2009 do torneio, na
Suécia, com Ronald Seifert, será preciso suar muito para ganhar. "Pode ser nosso primeiro
ouro em casa, mas o torneio
deste ano tem umas 20 duplas
com chances de vencer."
Além das três duplas tops envolvendo os brasileiros, uma
amostra do alto nível da prova é
a presença da dupla inglesa que
faturou a medalha de ouro nos
Jogos de Pequim, formada por
Iain Percy e Andrew Simpson.
Também estarão competindo nas águas do Rio a dupla suíça número 1 do ranking mundial, Flávio Marazzi e Enrico de
Maria, e os norte-americanos
George Szabo e Rick Peters,
atuais campeões do mundo.
Serão 81 barcos no total. Eles
irão disputar só a primeira regata na baía de Guanabara -as
outras cinco serão a 6 km da
praia de Copacabana, em mar
aberto, onde a água é mais limpa, e os ventos são mais fortes.
Cada regata dura, no máximo, duas horas e 30 minutos,
num percurso de 22,5 km. Hoje, a partir das 10h, ocorrerá
uma tradicional regata brasileira, que não conta pontos no
Mundial e que é aberta a outros
barcos. Servirá de treino para
quem quiser ser campeão no
dia 22, data da última regata.
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