São Paulo, sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

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Elite do país veleja por ouro inédito

Com Scheidt, Torben e Lars na disputa, Brasil busca primeiro título mundial em casa na principal classe do iatismo

Com a primeira de suas seis regatas realizada na baía de Guanabara, competição no Rio, a partir de amanhã, contará com a nata da star

CAIO BARRETTO BRISO
DA SUCURSAL DO RIO

Se o iatismo fosse comparado ao automobilismo, a classe star seria a F-1. Nela competem os melhores velejadores do mundo, e o equilíbrio é tão grande que nunca se pode prever qual será a dupla vencedora de uma regata. Menos ainda em um Campeonato Mundial.
Mas, neste ano, com três duplas de primeira linha e competindo no Rio de Janeiro, os brasileiros, que somam quatro ouros na história do Mundial, têm boas chances de alcançar o topo do pódio pela primeira vez em casa, feito não obtido em 1960, 1980 e 1996, quando o torneio também ocorreu no Rio.
A primeira das seis regatas será realizada amanhã, na baía de Guanabara, às 13h.
"Estamos ajustando o barco todos os dias, e a performance dele está muito boa. A competição será difícil, com 11 campeões mundiais. Não dá para dizer quem é favorito", diz Torben Grael, eleito pela Federação Internacional de Vela (Isaf) o melhor velejador do ano passado, quando venceu com folga a Volvo Ocean Race, tradicional regata de volta ao mundo -ele foi o capitão do Ericsson 4.
Torben é considerado por especialistas e até por adversários o velejador mais completo do planeta. Também pesa a seu favor o talento do proeiro Marcelo Ferreira, único brasileiro bicampeão mundial, com quem Torben já faturou nada menos do que dois ouros olímpicos e também um Mundial (1990), em mais de 20 anos de parceria.
"É uma competição curta. Temos que ir bem logo nas primeiras regatas, pois o campeonato tem apenas seis. Não se pode errar", declara Robert Scheidt. Ele também tem, ao seu lado, um grande proeiro: Bruno Prada. A dupla conquistou, em 2007, o último ouro mundial para o Brasil.
Para Lars Grael, bronze na edição de 2009 do torneio, na Suécia, com Ronald Seifert, será preciso suar muito para ganhar. "Pode ser nosso primeiro ouro em casa, mas o torneio deste ano tem umas 20 duplas com chances de vencer."
Além das três duplas tops envolvendo os brasileiros, uma amostra do alto nível da prova é a presença da dupla inglesa que faturou a medalha de ouro nos Jogos de Pequim, formada por Iain Percy e Andrew Simpson.
Também estarão competindo nas águas do Rio a dupla suíça número 1 do ranking mundial, Flávio Marazzi e Enrico de Maria, e os norte-americanos George Szabo e Rick Peters, atuais campeões do mundo.
Serão 81 barcos no total. Eles irão disputar só a primeira regata na baía de Guanabara -as outras cinco serão a 6 km da praia de Copacabana, em mar aberto, onde a água é mais limpa, e os ventos são mais fortes.
Cada regata dura, no máximo, duas horas e 30 minutos, num percurso de 22,5 km. Hoje, a partir das 10h, ocorrerá uma tradicional regata brasileira, que não conta pontos no Mundial e que é aberta a outros barcos. Servirá de treino para quem quiser ser campeão no dia 22, data da última regata.


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