São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 2001 |
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Clube anuncia fim de acordo com o norte-americano Bank of America Vasco, em crise, rompe com parceiro milionário
RAPHAEL GOMIDE SÉRGIO RANGEL DA SUCURSAL DO RIO Em meio a uma grave crise financeira, o Vasco da Gama anunciou ontem o rompimento do contrato de parceria com a VGL (Vasco da Gama Licenciamentos S/A), empresa que explorava o uso da imagem do clube, e afirmou ter retomado todos os direitos sobre a sua marca. A rescisão unilateral do contrato aconteceu porque a empresa, ligada ao norte-americano Bank of America, estaria inadimplente e não teria cumprido termos estabelecidos no acordo, segundo nota da diretoria do Vasco. O vice-presidente jurídico do Vasco, Paulo Reis, disse que a VGL deve ao clube US$ 12 milhões. Essa dívida, segundo ele, é a causa da crise do clube. A VGL foi formada pelas duas partes do acordo para administrar a marca do clube. Anteontem, os advogados do clube entraram com uma ação na 7ª Vara Cível do Rio, pedindo a rescisão contratual da parceria, por descumprimento do acordo pela outra parte. Em dezembro do ano passado, a Folha antecipou que o presidente do Vasco, Eurico Miranda, pretendia romper em breve o contrato de parceria com a empresa. Segundo ele, a Vasco Licenciamentos devia cerca de US$ 8 milhões ao clube e tentava ter ingerência nas decisões da diretoria. ""Estamos em um final de acerto de contas. Não sei se vamos acertar isso bem ou mal", disse Eurico Miranda na ocasião. O relacionamento entre o Vasco e seu parceiro piorou quando a equipe carioca entrou em campo, sem consultar a empresa, com o logotipo do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) na camisa, na decisão da Copa João Havelange, no mês passado. O contrato entre as partes foi estabelecido em 8 de abril de 1998, ano do centenário do clube carioca. De acordo com Eurico, deveria durar cem anos. Mas o acordo não chegou a completar nem o seu terceiro aniversário. A decisão do Vasco não surpreendeu o Bank of America. Procurado pela Folha, Fernando Gonçalves, o principal executivo da VGL, afirmou que "esse processo já vinha em discussão". Gonçalves não comentou os motivos da rescisão. "Toda a expressão pública de opinião ficará a cargo de nossos advogados", disse ele, que sempre afirmou ser ex-atleta do clube e vascaíno. Os advogados do Bank of America entraram com ação na Justiça contra o Vasco. A Folha não conseguiu ouvir Eurico Miranda ontem à tarde. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Empresa pede indenização de R$ 50 milhões por danos Índice |
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