São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 2003 |
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Santos x São Paulo de hoje apresenta os dois mais badalados jogadores em atividade no Brasil Meninos superpoderosos
RODRIGO BUENO DA REPORTAGEM LOCAL Gol partindo desde o campo de defesa, pedaladas e chapéus, gol após drible da vaca de costas para o gol, elásticos e dribles de corpo. Aquele que é considerado o melhor jogador do país na atualidade e aquele que mais encanta os torcedores brasileiros hoje têm encontro marcado na Vila Belmiro. Kaká e Robinho, os dois maiores símbolos da talentosa nova geração do futebol brasileiro, são as grandes atrações do clássico entre Santos e São Paulo pelo Campeonato Paulista, mas, mais que isso, são as grandes esperanças do país na Olimpíada de 2004, e potencialmente, no Mundial de 2006. Um despontou em um Rio-São Paulo entrando no segundo tempo e fazendo dois gols que deram um título inédito para o São Paulo. O outro se consagrou em um Campeonato Brasileiro driblando e marcando na final que tirou o Santos de uma fila de 18 anos. Aos 20 e aos 19 anos, respectivamente, Kaká e Robinho vêm dividindo a atenção da mídia e o imaginário do torcedor brasileiro. "Estou em formação e falta muito para eu chegar ao meu ápice", diz, humilde, Kaká, o jogador preferido no país do técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira, que já traçou o futuro de Robinho. "Ele pode queimar etapas." O são-paulino espalhou "kakazetes" pelo Brasil, virou uma das mais influentes celebridades do país e é cobiçado por vários clubes europeus. O santista já despertou comparações com os dois maiores jogadores da história da seleção, Pelé e Garrincha, e arrancou aplausos e ovações no exterior. Kaká, que já teve proposta de até US$ 14 milhões para atuar na Europa, admitiu anteontem pela primeira vez que está preparado para jogar fora do país -estuda inglês desde o início deste ano. Robinho, que já fez a Juventus de Turim correr atrás de sua assinatura em um contrato, fechou recentemente acordo milionário com a multinacional americana Nike -é o mais bem pago no país por esse tipo de patrocínio. Os dois começaram suas carreiras franzinos e conseguiram se impor diante de adversários bem mais fortes e experientes antes mesmo de iniciarem um programa de fortalecimento muscular. O maior astro são-paulino, que ofusca, entre outros, o goleiro Rogério e o meia Ricardinho, já tem lugar cativo na seleção principal e também a braçadeira de capitão da equipe nacional olímpica. A maior sensação da equipe mais badalada do país na atualidade, que se destaca ao lado de talentos como Diego e Léo, sabe que a sua história com a "camisa amarelinha" vai começar neste ano. Duas unanimidades como atletas, dois exemplos de bons garotos, simpáticos ao público e à mídia. Kaká foi condecorado embaixador do Unicef, o fundo das Nações Unidas para a infância, e atua em campanhas de cunho social. Robinho, amparado em sua já grande popularidade e seu carisma, ensaia ações do mesmo tipo. "Perdi um pouco da minha privacidade, mas os prós são muito maiores que os contras", diz Kaká sobre o fato de ter se tornado um superstar ainda tão jovem. Robinho, com cerca de um ano a menos de profissionalismo, começou a experimentar o estrelato mesmo no final do ano passado, tempo já suficiente para ele mudar para sempre a sua vida. Os maiores astros do pós-penta não treinaram ontem, mas estão confirmados no jogo de hoje. Futebol moleque, de gente grande. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Amigos, Kaká e Robinho anseiam pelo dueto Índice |
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