São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2009

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São Paulo flerta com padrão de 2008

Às vésperas de pegar o Corinthians, time tem números nos fundamentos parecidos com os da campanha do Brasileiro

Comissão técnica prepara elenco para alcançar boa forma física ainda nesta fase do Paulista e na estreia da Libertadores, dizem atletas

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao final de cada jogo das rodadas iniciais do Paulista, o discurso repetia-se: o São Paulo é um time que está se ajeitando e a parte física é prioridade. Mas, contra o Corinthians, a equipe já tem o fôlego necessário e atingiu padrão de jogo próximo ao do Brasileiro de 2008.
É o que mostram os dados levantados das declarações dos atletas, assim como dos números do Datafolha relativos aos fundamentos técnicos nos primeiros sete jogos do Paulista.
O controle de bola já é parecido em relação à temporada passada. No Nacional, eram 244 passes por jogo, pouco mais do que os 230 do atual Paulista. O índice de acerto é praticamente igual, em torno de 82%.
O número de cruzamentos também é bem similar. Eram 21,9 em 2008, aumentados para 22,1 neste ano. O time obtém exatamente a mesma quantidade de escanteios.
Com produção parecida no meio-campo, o resultado na frente também não mudou muito. O time atual conclui 15,1 vezes por jogo. Ou seja, é uma finalização a menos do que no ano passado. E a pontaria até apresentou leve melhora.
Mas, paradoxalmente, caiu um pouco o número de gols -1,57 por partida, 10% a menos do que ano passado.
"Dificilmente você vai ver um bom jogo no Paulista porque é início de temporada. O importante é ganhar. Depois, dá liga [na equipe]", afirmou o técnico Muricy Ramalho.
O time está ganhando porque também caiu o número de gols sofridos -também em torno de 10%. Ainda de forma paradoxal, o único fundamento em que o time sofreu queda acentuada de rendimento foi o desarme. Foram só 107,1 por jogo neste ano, contra 124 no Brasileiro.
Talvez a explicação esteja nas constantes alterações do sistema defensivo, que ora joga com dois zagueiros, ora com três. É que Muricy tem como objetivo ter duas opções para atuar durante a temporada.
"Estamos muito acostumados com o 3-5-2 pelas características da equipe. Mas o time também se adaptou bem ao 4-4-2. Tanto que venceu dois jogos", analisou o ala Zé Luis.
É certo que para ambos os sistemas funcionarem tem sido importante a presença de Hernanes, que volta de suspensão. Mais adiantado, tem atuado como cérebro do time.
O próprio Muricy reconheceu que a presença de um atleta criativo como ele, atuando como meia, muda a forma de jogar da equipe. Na teoria, com ele, é mais fácil usar a formação com quatro no meio-campo.
"Mas não tenho preferência. Posso usar os dois esquemas", despistou o técnico, que tem evitado revelar as escalações de todos os jogos até agora.
Para o clássico, o mais provável é que opte pela equipe com três zagueiros, com a volta de André Dias, que também retorna de suspensão. Mas há a possibilidade de escalar o time com quatro no meio, o que criaria uma vaga no setor.
Independentemente da tática, a equipe chega ao clássico já recuperada do forte trabalho físico do início do Paulista. Explica-se: para se preparar para a Taça Libertadores, prioridade da temporada traçada pelo clube, o time seguiu sua pré-temporada durante o Estadual.
"A previsão da comissão era que chegasse bem à sétima rodada. E foi o que aconteceu", afirmou o meia Jorge Wagner.
O ala Zé Luis confirmou que o time chega à Libertadores em "um nível físico muito bom". Isso após o time demorar um pouco a chegar ao ritmo porque cada jogador volta das férias em estágio físico diferente.
Mais equilibrado fisicamente e próximo do padrão do ano passado, o São Paulo se vê preparado para enfrentar o Corinthians. (RODRIGO MATTOS)


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