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São Paulo flerta com padrão de 2008
Às vésperas de pegar o Corinthians, time tem números nos fundamentos parecidos com os da campanha do Brasileiro
Comissão técnica prepara elenco para alcançar boa forma física ainda nesta fase do Paulista e na estreia da Libertadores, dizem atletas
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao final de cada jogo das rodadas iniciais do Paulista, o discurso repetia-se: o São Paulo é
um time que está se ajeitando e
a parte física é prioridade. Mas,
contra o Corinthians, a equipe
já tem o fôlego necessário e
atingiu padrão de jogo próximo
ao do Brasileiro de 2008.
É o que mostram os dados levantados das declarações dos
atletas, assim como dos números do Datafolha relativos aos
fundamentos técnicos nos primeiros sete jogos do Paulista.
O controle de bola já é parecido em relação à temporada passada. No Nacional, eram 244
passes por jogo, pouco mais do
que os 230 do atual Paulista. O
índice de acerto é praticamente
igual, em torno de 82%.
O número de cruzamentos
também é bem similar. Eram
21,9 em 2008, aumentados para 22,1 neste ano. O time obtém
exatamente a mesma quantidade de escanteios.
Com produção parecida no
meio-campo, o resultado na
frente também não mudou
muito. O time atual conclui 15,1
vezes por jogo. Ou seja, é uma
finalização a menos do que no
ano passado. E a pontaria até
apresentou leve melhora.
Mas, paradoxalmente, caiu
um pouco o número de gols
-1,57 por partida, 10% a menos
do que ano passado.
"Dificilmente você vai ver
um bom jogo no Paulista porque é início de temporada. O
importante é ganhar. Depois,
dá liga [na equipe]", afirmou o
técnico Muricy Ramalho.
O time está ganhando porque
também caiu o número de gols
sofridos -também em torno de
10%. Ainda de forma paradoxal,
o único fundamento em que o
time sofreu queda acentuada
de rendimento foi o desarme.
Foram só 107,1 por jogo neste
ano, contra 124 no Brasileiro.
Talvez a explicação esteja nas
constantes alterações do sistema defensivo, que ora joga com
dois zagueiros, ora com três. É
que Muricy tem como objetivo
ter duas opções para atuar durante a temporada.
"Estamos muito acostumados com o 3-5-2 pelas características da equipe. Mas o time
também se adaptou bem ao 4-4-2. Tanto que venceu dois jogos", analisou o ala Zé Luis.
É certo que para ambos os
sistemas funcionarem tem sido
importante a presença de Hernanes, que volta de suspensão.
Mais adiantado, tem atuado como cérebro do time.
O próprio Muricy reconheceu que a presença de um atleta
criativo como ele, atuando como meia, muda a forma de jogar da equipe. Na teoria, com
ele, é mais fácil usar a formação
com quatro no meio-campo.
"Mas não tenho preferência.
Posso usar os dois esquemas",
despistou o técnico, que tem
evitado revelar as escalações de
todos os jogos até agora.
Para o clássico, o mais provável é que opte pela equipe com
três zagueiros, com a volta de
André Dias, que também retorna de suspensão. Mas há a possibilidade de escalar o time com
quatro no meio, o que criaria
uma vaga no setor.
Independentemente da tática, a equipe chega ao clássico já
recuperada do forte trabalho físico do início do Paulista. Explica-se: para se preparar para a
Taça Libertadores, prioridade
da temporada traçada pelo clube, o time seguiu sua pré-temporada durante o Estadual.
"A previsão da comissão era
que chegasse bem à sétima rodada. E foi o que aconteceu",
afirmou o meia Jorge Wagner.
O ala Zé Luis confirmou que
o time chega à Libertadores em
"um nível físico muito bom".
Isso após o time demorar um
pouco a chegar ao ritmo porque
cada jogador volta das férias em
estágio físico diferente.
Mais equilibrado fisicamente
e próximo do padrão do ano
passado, o São Paulo se vê preparado para enfrentar o Corinthians.
(RODRIGO MATTOS)
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