São Paulo, segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

O melhor do ano

O MAIOR problema do Corinthians, em 2010, é a falta de sequência. O remédio foi escancarado por um técnico de outro clube, no meio da semana: "Querer tudo é coisa de criança mimada. Não dá para cuidar do elenco no aspecto físico e ao mesmo tempo querer uma equipe pronta, formada."
É por isso que Mano Menezes tem deixado claro que o que julga bom, neste momento do ano, é bom para a fase de classificação do Paulistão. Para a Libertadores, a história precisará ser diferente.
Isso à parte, o Corinthians do segundo tempo contra a Portuguesa, no sábado, foi o de melhor futebol no ano de 2010. Especialmente à medida que Elias subiu para ajudar na organização das jogadas, aproximou-se da área da Portuguesa e começou a finalizar. Primeiro, de fora da área, rente à trave de Fábio. Na segunda, de dentro da área, aproveitou o rebote e fez seu segundo gol no ano.
A falta de sequência não está evidente apenas nas escalações, que mudam rodada após rodada. É clara também no posicionamento tático. Contra o Sertãozinho, Jorge Henrique era meia de ligação, jogava por dentro, projetava-se para finalizar de fora da área.
Contra a Portuguesa, o time voltou a atuar no 4-2-3-1, com Jorge Henrique aberto pelo lado direito, Tcheco como armador central, Edno aberto pelo lado esquerdo.
Dessa maneira, com Roberto Carlos e Edno criando pela esquerda, o Corinthians construiu quatro chances de gol entre os 20min e os 26min da primeira etapa. Mas terminou o primeiro tempo perdendo, por causa de seu goleiro. Não fosse o peru de Felipe, a Portuguesa não teria ameaçado, quanto mais aberto o placar.
No segundo tempo, Mano Menezes voltou com Iarley à direita, Souza como centroavante. Havia distância demais entre os meio-campistas, exceto quando Elias se aproximava do ataque. A evidência de que Elias precisava se juntar aos meias, deixar de ser volante, fez Mano colocar Jucilei no aquecimento. Antes de o volante entrar, Elias já havia empatado o jogo.
Quando o Corinthians terá regularidade? Quando definir seus três meias, logo atrás de Ronaldo, ou seus dois meias e o parceiro do Fenômeno na frente. Em suma, só quando a Libertadores chegar.



O RIVAL
No 1 a 1 festejado pelo Corinthians entre Cerro Porteño e Independiente de Medellín, o que houve de melhor foi Cesar Ramirez, do Cerro. O atacante, que foi do Flamengo, movimenta-se e abre espaços para os laterais. Mas o Corinthians terá menos dificuldade na primeira fase do que o Cruzeiro.

FORÇA VASCAÍNA
O Fla é favorito diante do Botafogo, desde que o time não esteja, no Carnaval, disposto a ver tudo acabar na quarta. Se confirmar o favoritismo, terá um grande rival no Vasco. Organizado, com Philippe Coutinho, 18, exibindo maturidade e Souza, vice mundial no sub-20, jogando o fino na direita.

SEMPRE CLEITON
Dos 16 gols do Palmeiras nesta temporada, 6 nasceram de passes de Cleiton Xavier. Seis foram marcados por Diego Souza, que também deu um passe decisivo para gol. E três tentos foram marcados por Cleiton Xavier, responsável, portanto, por 52% dos gols da equipe alviverde. A dependência preocupa o treinador Muricy Ramalho. Contudo é melhor ter à disposição uma dupla assim do que não ter jogadores de meio de campo que ajudem a organizar.


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