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O PERSONAGEM
Valdemir vê
de perto a
revolta dos
albaneses
da Reportagem Local
Valdemir Souza dos Santos,
28, ex-atacante do Barreira-RJ,
foi um dos poucos brasileiros
que presenciaram de perto a
revolta popular que acontece
na Albânia.
Em busca de melhores salários, se arriscou no exterior,
primeiro na Grécia, depois na
Albânia, país que está bem perto de uma guerra civil.
Em entrevista à Folha, Valdemir falou sobre sua passagem
pelo futebol albanês.
(RBu)
Folha - Como surgiu a chance
de jogar na Albânia?
Valdemir -Fiz amizade com
Edu (meia que atuou na Albânia) no Barreira. Na Grécia,
soube que ele estava jogando
lá. Ele me disse que estavam
pagando bem. Então fui.
Folha - Você não tece receio
de jogar em um pequeno país
sem tradição no futebol?
Valdemir - Não tinha uma
boa imagem do país. Sabia que
era pobre e que teve comunismo. Na Grécia, também não falavam bem dos albaneses. Fui
pelo dinheiro.
Folha - O seu contrato parecia
muito vantajoso?
Valdemir - Fiz um contrato
de um ano e meio para ganhar
US$ 150 mil, muito mais do que
recebia no Barreira.
Folha - Quanto tempo você ficou na Albânia?
Valdemir - Cheguei lá em
outubro de 96. Fiquei até janeiro, quando a situação piorou.
Pegaram o dinheiro das pirâmides, e a revolta começou.
Folha - Você chegou a presenciar duras cenas da revolta?
Valdemir - Uma noite saí
para comprar uma Coca-Cola.
As pessoas estavam queimando carros e arrebentado a prefeitura.
Folha - O que achou da experiência na Albânia?
Valdemir - ``Lamento só pelo povo albanês, que é muito
carinhoso e nos recebeu bem.
Não eram como me falaram.''
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