São Paulo, sábado, 15 de março de 1997.

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O PERSONAGEM
Valdemir vê de perto a revolta dos albaneses

da Reportagem Local

Valdemir Souza dos Santos, 28, ex-atacante do Barreira-RJ, foi um dos poucos brasileiros que presenciaram de perto a revolta popular que acontece na Albânia.
Em busca de melhores salários, se arriscou no exterior, primeiro na Grécia, depois na Albânia, país que está bem perto de uma guerra civil.
Em entrevista à Folha, Valdemir falou sobre sua passagem pelo futebol albanês. (RBu)

Folha - Como surgiu a chance de jogar na Albânia?
Valdemir -
Fiz amizade com Edu (meia que atuou na Albânia) no Barreira. Na Grécia, soube que ele estava jogando lá. Ele me disse que estavam pagando bem. Então fui.
Folha - Você não tece receio de jogar em um pequeno país sem tradição no futebol?
Valdemir -
Não tinha uma boa imagem do país. Sabia que era pobre e que teve comunismo. Na Grécia, também não falavam bem dos albaneses. Fui pelo dinheiro.
Folha - O seu contrato parecia muito vantajoso?
Valdemir -
Fiz um contrato de um ano e meio para ganhar US$ 150 mil, muito mais do que recebia no Barreira.
Folha - Quanto tempo você ficou na Albânia?
Valdemir -
Cheguei lá em outubro de 96. Fiquei até janeiro, quando a situação piorou. Pegaram o dinheiro das pirâmides, e a revolta começou.
Folha - Você chegou a presenciar duras cenas da revolta?
Valdemir -
Uma noite saí para comprar uma Coca-Cola. As pessoas estavam queimando carros e arrebentado a prefeitura.
Folha - O que achou da experiência na Albânia?
Valdemir -
``Lamento só pelo povo albanês, que é muito carinhoso e nos recebeu bem. Não eram como me falaram.''

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