São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

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"Com Vampeta não falo mais"

Presidente corintiano, Andres Sanchez diz que se irritou com cobrança de jogador após dispensa

Semanas atrás os dois se esbarraram em um bar da cidade, e volante foi cobrar dirigente, que prometera a ele mantê-lo no clube


Tom Dib/Lancepress
O meia Diogo Rincón, o lateral Alessandro, o volante Fabinho e o meia Marcel, durante treinamento do Corinthians no Parque São Jorge para o jogo contra o Juventus

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos dias que sucederam a queda corintiana para a segunda divisão, a diretoria do clube começava a planejar a reformulação no elenco para 2008.
Um jogador estava seguro de que, qualquer que fosse a decisão, a "faxina" não iria atingi-lo. Afinal, ele recebera a promessa do presidente Andres Sanchez de que continuaria no grupo.
Mas bastou o técnico Mano Menezes ser contratado para que Vampeta, ídolo corintiano na década de 90, deixasse o Parque São Jorge pela porta dos fundos. Acabou sendo símbolo da reformulação que tirou do clube 20 jogadores que ajudaram a pintar o capítulo mais triste da história do alvinegro.
A mágoa do volante não terminou. Hoje ele defenderá as cores do rival Juventus no Morumbi. Deve acompanhar, ao menos nos primeiros minutos, a partida do banco de reservas.
Vampeta, por sinal, não conseguiu assegurar a titularidade no modesto time da Mooca.
Ele reclamou com amigos de que Andres nem ao menos lhe telefonou para dizer que ele não seguiria no clube.
A irritação quase terminou em briga num bar da capital semanas atrás. O jogador e Andres se esbarraram, e Vampeta o teria chamado de safado.
Ao ser questionado pela Folha, Andres respondeu: "Safado, não. Ele me chamou de mau-caráter e filho da puta".
"Com ele não falo mais", continuou o cartola. "Não tenho culpa se o técnico não quis que ele ficasse. O Mano tinha acabado de chegar. Não podia contrariá-lo", explicou.
Vampeta, que não atendeu aos telefonemas da reportagem anteontem e ontem, declarou a pessoas próximas que, se Andres não fosse garanti-lo, não deveria ter-lhe prometido.
Mano se recusou a entrar em polêmica com o veterano atleta, de 34 anos -o volante fez aniversário anteontem.
Ao GloboEsporte.com, o volante disse que considera o jogo uma despedida. "Se fizer gol, vou comemorar. Tenho que respeitar o Juventus, que me paga. Mas não escondo que sou corintiano", falou ele, que elogiou o elenco de seu ex-clube.
O vice de futebol do Corinthians, Mário Gobbi, afirmou que a decisão de não renovar com Vampeta não foi apenas do treinador. "Toda a equipe técnica achou que o tempo dele passou. O Vampeta não se encaixava no perfil. Tínhamos de reformular. Estamos num ano em que não podemos errar", concluiu o cartola.0 (EDUARDO ARRUDA E PAULO GALDIERI)


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