São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2010

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Isinbaieva falha, e Murer leva o ouro

Brasileira aproveita dia ruim da recordista do salto com vara para subir ao topo do pódio do Mundial indoor de Doha

Russa, dona do recorde de 5,06 m, revive pesadelo do Mundial de Berlim-2009 e, com só 4,60 m, deixa o Qatar sem conquistar medalha

JOSÉ EDUARDO MARTINS
MARIANA BASTOS
SANDRO MACEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ielena Isinbaieva vacilou no Mundial de Berlim, no ano passado, e Fabiana Murer deixou uma chance de ouro escapar. Na segunda vez que a recordista mundial do salto com vara falhou em um Mundial, a brasileira agarrou a oportunidade e levou o título ontem, em Doha.
No ano passado, a russa, que acumula 27 recordes, decepcionou o público de Berlim e nem sequer obteve a classificação para a final. Murer também foi eliminada na primeira fase.
Meses depois, a brasileira atribuiu seu baixo rendimento na Alemanha a um problema de encaixe da vara no colchão.
Mas ontem, na final do Mundial indoor de Doha, após mais um fiasco de Isinbaieva, Murer cravou 4,80 m e subiu no lugar mais alto do pódio. Um avanço em relação à última edição, em Valencia-2008, quando a brasileira conquistou o bronze.
"Não é que eu ganhei dela [Isinbaieva]. Foi ela quem saltou mal. Então, eu aproveitei a chance, fiz meu trabalho e ganhei a prova", disse a atleta, nascida em Campinas, que completará 29 anos amanhã.
A russa, de fato, foi quem perdeu. Única mulher a superar a barreira dos 5 m no salto com vara, Isinbaieva experimenta uma fase de instabilidade desde o fiasco na Alemanha. Ontem, seu melhor salto foi de 4,60 m, marca muito inferior ao seu recorde mundial (5,06 m).
"Sempre sinto a pressão de ter de ser a melhor", disse Isinbaieva, 27. "Talvez esteja cansada emocionalmente e precise de algum descanso", completou ela, que cogita se afastar das competições nos próximos meses para descansar.
Amiga de Isinbaieva, Murer não teve tempo de conversar com a russa após a competição.
Para a brasileira, que ficou conhecida depois de "perder" uma de suas varas na Olimpíada de Pequim-2008, o ouro em Doha chegou em um momento de consolidação de uma boa fase. Antes do Mundial, ela havia acumulado quatro medalhas -dois ouros e duas pratas- em meetings internacionais.
"Estou contente porque consegui fazer o que eu estava planejando. Acho que poderia ter sido melhor. Minha meta era saltar 4,85 m, mas estou feliz do mesmo jeito", contou Murer.
No fim de fevereiro, ela igualou a melhor marca de sua carreira (4,82 m), no Meeting de Birmingham. Com isso, estabeleceu a segunda melhor marca do ano, atrás exatamente de Isinbaieva, que, em 2010, já alcançou os 4,85 m.
Ontem, para levar o ouro, Murer saltou 4,80 m na primeira tentativa. A russa Svetlana Feofonova, que acabou ficando com a medalha de prata, saltou a mesma altura, mas somente na segunda tentativa. Ambas as atletas ainda tentaram ultrapassar o sarrafo na marca de 4,85 m, mas não conseguiram.
"Acho que já no segundo semestre consigo superar essa marca", declarou Murer, que com o ouro tornou-se a primeira mulher do país a se sagrar campeã mundial no atletismo -feito que nem a campeã olímpica do salto em distância, Maurren Maggi, obteve.
Com agências internacionais



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