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Isinbaieva falha, e Murer leva o ouro
Brasileira aproveita dia ruim da recordista do salto com vara para subir ao topo do pódio do Mundial indoor de Doha
Russa, dona do recorde de 5,06 m, revive pesadelo do Mundial de Berlim-2009 e, com só 4,60 m, deixa o Qatar sem conquistar medalha
JOSÉ EDUARDO MARTINS
MARIANA BASTOS
SANDRO MACEDO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ielena Isinbaieva vacilou no
Mundial de Berlim, no ano passado, e Fabiana Murer deixou
uma chance de ouro escapar.
Na segunda vez que a recordista mundial do salto com vara
falhou em um Mundial, a brasileira agarrou a oportunidade e
levou o título ontem, em Doha.
No ano passado, a russa, que
acumula 27 recordes, decepcionou o público de Berlim e nem
sequer obteve a classificação
para a final. Murer também foi
eliminada na primeira fase.
Meses depois, a brasileira
atribuiu seu baixo rendimento
na Alemanha a um problema de
encaixe da vara no colchão.
Mas ontem, na final do Mundial indoor de Doha, após mais
um fiasco de Isinbaieva, Murer
cravou 4,80 m e subiu no lugar
mais alto do pódio. Um avanço
em relação à última edição, em
Valencia-2008, quando a brasileira conquistou o bronze.
"Não é que eu ganhei dela
[Isinbaieva]. Foi ela quem saltou mal. Então, eu aproveitei a
chance, fiz meu trabalho e ganhei a prova", disse a atleta,
nascida em Campinas, que
completará 29 anos amanhã.
A russa, de fato, foi quem perdeu. Única mulher a superar a
barreira dos 5 m no salto com
vara, Isinbaieva experimenta
uma fase de instabilidade desde
o fiasco na Alemanha. Ontem,
seu melhor salto foi de 4,60 m,
marca muito inferior ao seu recorde mundial (5,06 m).
"Sempre sinto a pressão de
ter de ser a melhor", disse Isinbaieva, 27. "Talvez esteja cansada emocionalmente e precise
de algum descanso", completou ela, que cogita se afastar das
competições nos próximos meses para descansar.
Amiga de Isinbaieva, Murer
não teve tempo de conversar
com a russa após a competição.
Para a brasileira, que ficou
conhecida depois de "perder"
uma de suas varas na Olimpíada de Pequim-2008, o ouro em
Doha chegou em um momento
de consolidação de uma boa fase. Antes do Mundial, ela havia
acumulado quatro medalhas
-dois ouros e duas pratas- em
meetings internacionais.
"Estou contente porque consegui fazer o que eu estava planejando. Acho que poderia ter
sido melhor. Minha meta era
saltar 4,85 m, mas estou feliz do
mesmo jeito", contou Murer.
No fim de fevereiro, ela igualou a melhor marca de sua carreira (4,82 m), no Meeting de
Birmingham. Com isso, estabeleceu a segunda melhor marca
do ano, atrás exatamente de
Isinbaieva, que, em 2010, já alcançou os 4,85 m.
Ontem, para levar o ouro,
Murer saltou 4,80 m na primeira tentativa. A russa Svetlana
Feofonova, que acabou ficando
com a medalha de prata, saltou
a mesma altura, mas somente
na segunda tentativa. Ambas as
atletas ainda tentaram ultrapassar o sarrafo na marca de
4,85 m, mas não conseguiram.
"Acho que já no segundo semestre consigo superar essa
marca", declarou Murer, que
com o ouro tornou-se a primeira mulher do país a se sagrar
campeã mundial no atletismo
-feito que nem a campeã olímpica do salto em distância,
Maurren Maggi, obteve.
Com agências internacionais
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