São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

São Paulo ataca pelo chão, leva susto e vence

Sem Washington, time muda e bate Rio Branco

São Paulo 2
Rio Branco 1


RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Criticado e defendido pelos torcedores, opiniões que se alteram às vezes no mesmo jogo, o atacante Washington tornou--se paradigma no São Paulo. Sua presença ou ausência alteram a forma de o time atuar.
Foi assim na vitória, em casa, ontem, diante do Rio Branco. Sem o jogador, a equipe apelou pouco às jogadas aéreas, optando por passes rápidos. Ironicamente, acabou salvo por uma cabeçada no final do jogo.
O primeiro gol são-paulino, no entanto, foi um retrato do estilo da equipe na partida.
Cléber Santana avançou pela esquerda. Tinha espaço para o cruzamento alto, mas preferiu um passe rasteiro para Jorge Wagner, na entrada da área. Após o chute, a bola parou em Léo Lima, que devolveu, de letra, para Jorge Wagner marcar, aos 12min do primeiro tempo.
Jorge Wagner, aliás, avançava como centroavante para ocupar um vazio. À frente, havia dois atacantes rápidos, Fernandinho e Dagoberto. Acostumados a jogar pelos lados, eles não ficavam no meio da área.
"Sempre quando jogo lá, consigo encostar mais nos atacantes", explicou Jorge Wagner, que avançava com Léo Lima.
A troca de passes, de fato, era uma constante. Foram 342 no total, com o alto índice de acerto de 89,8%. Mas eles resultavam em poucas conclusões.
Essa tônica se manteve no segundo tempo, mesmo com a troca de Dagoberto por Marlos. Não havia uma conclusão perigosa de cabeça até então.
Também não foram muitos os chutes a gol mesmo quando o São Paulo passou a atuar com três jogadores ofensivos, depois da entrada de Henrique.
Em vantagem, o time tornou-se apático. Até tomar o gol. Em escanteio pelo alto, Márcio Carioca empatou de cabeça, aos 36min do segundo tempo.
Surpreendido, Ricardo Gomes tirou Hernanes do banco. E foi o meia quem cruzou para a cabeçada do zagueiro André Luis, aos 46min do segundo tempo: jogo desempatado.
Caberá a Ricardo Gomes definir qual o melhor padrão para evitar novos sustos. Para ele, há pouca diferença entre a equipe com ou sem Washington.
"Não muda muito. Só a posição do Dagoberto, que tem que se posicionar mais pelo meio. Foi o que falei para ele", analisou. O técnico ressaltou ter gostado da atuação do time pela qualidade na troca de passes.
Até agora, o São Paulo conquistou 61,1% dos pontos com Washington em campo, em um total de 12 partidas. Sem ele, foram 73,3% dos pontos obtidos, mas em apenas cinco jogos.
Ressalte-se que Washington, como titular, esteve presente em embates mais difíceis, como clássicos e jogos de Libertadores. Além de sua média de gols de 0,75 gol/partida, significativa para um atacante.
No geral, o resultado é positivo. O São Paulo se estabiliza no G4 do Paulista, em terceiro.
O time volta a jogar na quinta-feira, contra o Nacional do Paraguai, pela Libertadores.


Texto Anterior: À moda antiga, Corinthians ganha em 15 minutos
Próximo Texto: Penumbra: Luz do estádio tem pequena falha
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.