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São Paulo ataca pelo chão, leva susto e vence
Sem Washington, time muda e bate Rio Branco
São Paulo 2
Rio Branco 1
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Criticado e defendido pelos
torcedores, opiniões que se alteram às vezes no mesmo jogo,
o atacante Washington tornou--se paradigma no São Paulo.
Sua presença ou ausência alteram a forma de o time atuar.
Foi assim na vitória, em casa,
ontem, diante do Rio Branco.
Sem o jogador, a equipe apelou
pouco às jogadas aéreas, optando por passes rápidos. Ironicamente, acabou salvo por uma
cabeçada no final do jogo.
O primeiro gol são-paulino,
no entanto, foi um retrato do
estilo da equipe na partida.
Cléber Santana avançou pela
esquerda. Tinha espaço para o
cruzamento alto, mas preferiu
um passe rasteiro para Jorge
Wagner, na entrada da área.
Após o chute, a bola parou em
Léo Lima, que devolveu, de letra, para Jorge Wagner marcar,
aos 12min do primeiro tempo.
Jorge Wagner, aliás, avançava como centroavante para
ocupar um vazio. À frente, havia dois atacantes rápidos, Fernandinho e Dagoberto. Acostumados a jogar pelos lados, eles
não ficavam no meio da área.
"Sempre quando jogo lá, consigo encostar mais nos atacantes", explicou Jorge Wagner,
que avançava com Léo Lima.
A troca de passes, de fato, era
uma constante. Foram 342 no
total, com o alto índice de acerto de 89,8%. Mas eles resultavam em poucas conclusões.
Essa tônica se manteve no
segundo tempo, mesmo com a
troca de Dagoberto por Marlos.
Não havia uma conclusão perigosa de cabeça até então.
Também não foram muitos
os chutes a gol mesmo quando
o São Paulo passou a atuar com
três jogadores ofensivos, depois da entrada de Henrique.
Em vantagem, o time tornou-se apático. Até tomar o gol.
Em escanteio pelo alto, Márcio
Carioca empatou de cabeça, aos
36min do segundo tempo.
Surpreendido, Ricardo Gomes tirou Hernanes do banco.
E foi o meia quem cruzou para a
cabeçada do zagueiro André
Luis, aos 46min do segundo
tempo: jogo desempatado.
Caberá a Ricardo Gomes definir qual o melhor padrão para
evitar novos sustos. Para ele, há
pouca diferença entre a equipe
com ou sem Washington.
"Não muda muito. Só a posição do Dagoberto, que tem que
se posicionar mais pelo meio.
Foi o que falei para ele", analisou. O técnico ressaltou ter gostado da atuação do time pela
qualidade na troca de passes.
Até agora, o São Paulo conquistou 61,1% dos pontos com
Washington em campo, em um
total de 12 partidas. Sem ele, foram 73,3% dos pontos obtidos,
mas em apenas cinco jogos.
Ressalte-se que Washington,
como titular, esteve presente
em embates mais difíceis, como
clássicos e jogos de Libertadores. Além de sua média de gols
de 0,75 gol/partida, significativa para um atacante.
No geral, o resultado é positivo. O São Paulo se estabiliza no
G4 do Paulista, em terceiro.
O time volta a jogar na quinta-feira, contra o Nacional do
Paraguai, pela Libertadores.
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