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Após briga e vaias, Palmeiras quer jogos fora do Parque Antarctica
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A briga generalizada entre os jogadores de Cerro Porteño e Palmeiras e as vaias da torcida para o
time, anteontem, fizeram a diretoria do clube pensar em tomar
uma atitude radical: não mandar
os jogos no Parque Antarctica.
Segundo o diretor de futebol
Salvador Hugo Palaia, as manifestações contrárias a atletas, ao técnico Emerson Leão e aos diretores
têm atrapalhado o desempenho
do time quando atua em casa.
Por isso, a idéia do dirigente é
levar o Palmeiras para o interior
do Estado, fazendo uma espécie
de turnê para exercer seus mandos de campo no Campeonato
Brasileiro e também na Libertadores -torneio em que, até a derrota para o Cerro, o time jamais
havia perdido no Parque Antarctica para clubes estrangeiros.
"Chegou a hora de irmos para o
interior. É uma idéia que vem se
formando há tempos. Os jogadores estão se sentindo pressionados. Já que não se dá valor [para o
Palmeiras] jogando aqui, vamos
para outro lugar", diz o dirigente,
irritado com as manifestações
dos torcedores. "Tem jogador
que não pode nem pisar em campo que já é xingado", completa.
A proposta de fazer o Palmeiras
mandar jogos no interior ainda
precisa ser aprovada pelo presidente Affonso della Monica. Porém, como Emerson Leão apóia a
iniciativa de Palaia, a idéia deve
emplacar no clube. Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Presidente Prudente seriam as casas
do time como mandante.
Além de ter sido o estopim para
que os dirigentes pensassem em
afastar o Palmeiras do Parque
Antarctica, a partida de anteontem pode trazer outras conseqüências.
A Confederação Sul-Americana
deve receber na segunda-feira a
súmula, feita pelo árbitro, e o relatório do jogo, elaborado pelo
delegado da entidade que estava
no estádio. Esses documentos deverão conter observações sobre a
briga generalizada entre paraguaios e brasileiros e serão encaminhados para análise na comissão disciplinar, que decidirá se o
episódio renderá sanções -tanto
Cerro quanto Palmeiras correm o
risco de serem punidos.
Para Leão, toda a confusão
ocorrida no Parque Antarctica é
culpa do árbitro René Ortubé. Segundo o técnico palmeirense, ao
resolver expulsar Baez e Douglas
na volta para o segundo tempo,
causou toda a confusão.
"A briga foi desagradável. Mas
eu falei para o quatro árbitro [o
brasileiro Salvio Spinola] logo
após a confusão do primeiro tempo para ele avisar o juiz para pensar no que ia fazer na volta, pois
poderia gerar mais confusão. E foi
exatamente o que ele fez", disse
Leão. "Mas o árbitro é boliviano,
então não precisa dizer mais nada", completou.
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