São Paulo, sábado, 15 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após briga e vaias, Palmeiras quer jogos fora do Parque Antarctica

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A briga generalizada entre os jogadores de Cerro Porteño e Palmeiras e as vaias da torcida para o time, anteontem, fizeram a diretoria do clube pensar em tomar uma atitude radical: não mandar os jogos no Parque Antarctica.
Segundo o diretor de futebol Salvador Hugo Palaia, as manifestações contrárias a atletas, ao técnico Emerson Leão e aos diretores têm atrapalhado o desempenho do time quando atua em casa.
Por isso, a idéia do dirigente é levar o Palmeiras para o interior do Estado, fazendo uma espécie de turnê para exercer seus mandos de campo no Campeonato Brasileiro e também na Libertadores -torneio em que, até a derrota para o Cerro, o time jamais havia perdido no Parque Antarctica para clubes estrangeiros.
"Chegou a hora de irmos para o interior. É uma idéia que vem se formando há tempos. Os jogadores estão se sentindo pressionados. Já que não se dá valor [para o Palmeiras] jogando aqui, vamos para outro lugar", diz o dirigente, irritado com as manifestações dos torcedores. "Tem jogador que não pode nem pisar em campo que já é xingado", completa.
A proposta de fazer o Palmeiras mandar jogos no interior ainda precisa ser aprovada pelo presidente Affonso della Monica. Porém, como Emerson Leão apóia a iniciativa de Palaia, a idéia deve emplacar no clube. Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Presidente Prudente seriam as casas do time como mandante.
Além de ter sido o estopim para que os dirigentes pensassem em afastar o Palmeiras do Parque Antarctica, a partida de anteontem pode trazer outras conseqüências.
A Confederação Sul-Americana deve receber na segunda-feira a súmula, feita pelo árbitro, e o relatório do jogo, elaborado pelo delegado da entidade que estava no estádio. Esses documentos deverão conter observações sobre a briga generalizada entre paraguaios e brasileiros e serão encaminhados para análise na comissão disciplinar, que decidirá se o episódio renderá sanções -tanto Cerro quanto Palmeiras correm o risco de serem punidos.
Para Leão, toda a confusão ocorrida no Parque Antarctica é culpa do árbitro René Ortubé. Segundo o técnico palmeirense, ao resolver expulsar Baez e Douglas na volta para o segundo tempo, causou toda a confusão.
"A briga foi desagradável. Mas eu falei para o quatro árbitro [o brasileiro Salvio Spinola] logo após a confusão do primeiro tempo para ele avisar o juiz para pensar no que ia fazer na volta, pois poderia gerar mais confusão. E foi exatamente o que ele fez", disse Leão. "Mas o árbitro é boliviano, então não precisa dizer mais nada", completou.


Texto Anterior: Futebol: Sem concorrência, CBF renova com Nike
Próximo Texto: O personagem: Alvo constante, Lúcio pede para deixar o clube
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.