São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2010

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FUTEBOL

Futebolton


Estilo tosco de jogo de times pequenos ingleses ganha admiradores no país em meio à onda de adoração ao Barça


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

"FUTEBOLTON! Uma modalidade alternativa de futebol que costuma dar bons resultados. Cá para nós, melhor que o Barcelonabol e seus toquinhos irritantes. Vida longa ao Futebolton!"
A onda é falar de futebol bem jogado, admirar o Barcelona, o Santos, o Messi, o Neymar, o Ganso... Mas o texto que abre a coluna mostra que há quem goste de futebol de outro jeito. O texto em questão abre a comunidade criada no Orkut nesta semana sobre o "Futebolton", um apelido dado ao tipo de jogo tosco praticado por algumas equipes inglesas de menor porte na tão badalada e globalizada Premier League.
Não são britânicos os membros da comunidade. São brasileiros, na maioria jovens, que aprenderam a curtir no futebol inglês não só o virtuoso Arsenal e o insinuante Manchester United mas também o rústico Stoke City, de Delap e seu "lateral-monstro", ou o limitado Bolton, que já não pratica tanto o "Futebolton" após a saída do técnico Gary Megson. O personagem escolhido pelo pessoal no Orkut para simbolizar essa "modalidade" (que deve provocar arrepios em quase todos os românticos da bola e defensores do futebol-arte) é o treinador Sam Allardyce, hoje no Blackburn, um dos times mais cascas-grossas da Inglaterra nos últimos tempos.
E não são brucutus apenas que admiram esse estilo "feio" de jogo, que os mais antigos conhecem como "Kick and Rush". Mirelle Oncken, jovem torcedora de Chelsea, Corinthians e Paraná, é uma das garotas que estão na comunidade e que reconhecem o valor do mais básico estilo britânico, aquele no qual a qualidade técnica não é o ponto forte, mas sim muita vontade, jogo vertical, passes longos, ligação direta, "laterais-monstro", entradas firmes...
Coloquei feio entre aspas no paragráfo anterior porque beleza é algo bem subjetivo. Alguns dos adoradores do "Futebolton" entendem mesmo que há graça num jogo cheio de raça, vontade, carrinho, chutão seguido de uma corrida frenética rumo ao gol do adversário, bola alçada à area com quase o time inteiro esperando para cabecear ou trombar.
Os ingleses valorizam muito o esforço dos atletas, mas não deixam de apreciar jogadas refinadas e obras-primas em campo. Há espaço para artistas e para o "Futebolton" na Premier League e, agora, no Brasil.

NOTAS DA COPA-1982
1º Brasil 9
2º França e Itália 8
4º Alemanha Ocidental, Inglaterra e Polônia 7
7º Argélia e União Soviética 6
9º Camarões 5
10º Áustria e Escócia 4
12º Argentina, Bélgica, Irlanda do Norte, Hungria, Honduras e Peru 3
18º Espanha, Iugoslávia, Kuait e Tchecolováquia 2
22º Chile 1
23º El Salvador e Nova Zelândia 0

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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