São Paulo, quinta, 15 de abril de 1999

Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Depois de "inventar' público no torneio, FPF culpa o Corinthians, a CBF e até a F-1 pela apatia dos torcedores
Farah já admite que Paulista esvaziou

Fernando Santos/Folha Imagem
O presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, dá coletiva na sede da entidade para explicar o público fictício no Estadual


PAULO COBOS
ROBERTO DIAS
da Reportagem Local

Uma semana após alardear em campanha publicitária o sucesso do Estadual -"recorde de público nos últimos 90 anos"-, a Federação Paulista de Futebol admitiu ontem que o torneio deste ano, pelo contrário, vem registrando queda no número de torcedores.
A declaração do presidente Eduardo José Farah foi dada um dia depois de a Folha revelar que a entidade havia superestimado seus cálculos de público pagante.
O dirigente, porém, apontou problemas externos para justificar a diminuição do público -uso de "mistão" por parte do Corinthians e possivelmente do Palmeiras, omissão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no calendário do futebol e até a F-1.
Esses "inconvenientes" foram apresentados ontem em entrevista que a entidade marcou para explicar a média de público pagante de algumas partidas divulgada acima da capacidade dos estádios (leia texto abaixo).
Segundo ele, os seis jogos da última rodada, disputados no final de semana passado, tiveram média de 6.725 torcedores por partida.
Nas rodadas anteriores, antes das divergências entre público pagante e capacidade dos estádios divulgadas pela Folha, a entidade anunciava uma média de 10.743 pessoas presentes por partida.
"Os torcedores de Corinthians e Palmeiras temeram as ameaças dos clubes de não escalarem seus titulares. Além disso, a F-1 também tirou interesse do futebol", diz Farah, sem lembrar que dos seis jogos da rodada apenas dois foram disputados na capital, onde foi realizada a corrida, e que ela aconteceu em horário diferentedos jogos do Estadual.
Na entrevista, Farah confirmou que não vai pagar a cota de R$ 600 mil para os "grandes" que escalarem reservas nas suas partidas.
"Sem suas estrelas, Corinthians ou Palmeiras estão no mesmo nível de Guarani ou Matonense" afirmou Farah, que marcou uma reunião com os dirigentes dos times para a próxima segunda-feira, em que vai comunicar a posição da federação sobre o caso.
Para justificar a posição da entidade, Farah diz que a tabela do Paulista estava pronta desde setembro de 98 e não foi respeitada pela CBF e pela Confederação Sul-Americana.



Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.