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TÊNIS
Segunda divisão
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Ninguém discorda que Andre Agassi, aos 32 anos, é um
dos maiores nomes da história do
tênis. Dono de sete Grand Slams,
14 Masters Series (o último deles
em Roma, no domingo, após
campanha perfeita), 52 títulos no
circuito profissional, mais de 700
vitórias, o "careca" faz parte da
elite do esporte.
Sobre os maiores nomes do tênis, não há muita dúvida: Bjorn
Borg, Jimmy Connors, Rod Laver,
John McEnroe, Ilie Nastase, John
Newcombe, Pete Sampras, Ivan
Lendl...
Já sobre os tenistas de segunda
categoria, quanta discussão! Para
muitos leitores desta coluna, pasme, um Nicolas Massú, por exemplo, faz parte da elite do tênis e jamais poderia ser classificado, como foi neste espaço, apenas como
um tenista de segunda divisão.
Para quem não sabe (e a maioria não sabe), o chileno Nicolas
Massú nasceu em Viña del Mar
em outubro de 1979. Quando tinha cinco anos, um de seus avôs,
Ladislao, de origem húngara,
imaginou que o menino poderia
se dar bem no tênis. Não hesitou:
levou Nicolas e seu irmão mais
velho, Jorge, para um clube local.
Jorge ficou pelo caminho, mas
Nicolas mostrou que seu Ladislao
estava certo. Juvenil, chegou a ser
o quinto no ranking mundial em
1997, quando tinha recém-completado 18 anos. Passou ao circuito profissional.
Naquele 1997, só jogou uma vez
como profissional. Perdeu e ficou
registrado como o sujeito número
607 do ranking mundial. No ano
seguinte, garimpou posição atrás
de posição, ganhou jogos pelo circuito e fechou a temporada já como número 188.
O salto definitivo aconteceu no
ano seguinte, em 1999. Ganhou
dois challengers e entrou para o
seleto grupo dos cem melhores tenistas do planeta. Desde então,
vem melhorando a cada ano: número 97 em 1999, número 87 em
2000, número 66 em 2001, atualmente é o número 37.
Nicolas ganhou seu primeiro
ATP Tour (Buenos Aires) neste
ano, e não há duvida de que outros títulos virão, mais cedo ou
mais tarde. Quem sabe até um
Masters Series? Um Grand Slam?
Por enquanto, por sua carreira
até agora, por motivos óbvios, pelas diferenças com Agassi, Sampras, Gustavo Kuerten, diferentemente do que vociferam dezenas
de leitores em e-mails para esta
coluna, Nicolas Massú é o segundo escalão do tênis mundial. Assim como Fernando González,
Younes El Ayanoui, Gaston Gaudio, David Nalbandian...
Quem também anda reclamando de discriminação é o espanhol
Juan Carlos Ferrero, número nove do ranking e um dos maiores
nomes do saibro atualmente.
Em Roma, não gostou de ter seu
jogo marcado para a longínqua
quadra número seis. Queria, óbvio, jogar na central. Lá no fundo,
perdeu e foi eliminado. Disse que
a quadra era um lixo (uso esse
termo para evitar usar palavras
"mais fortes" neste espaço).
Segundo Ferrero, os espanhóis
são discriminados no mundo todo, em todos os torneios. Concorda com ele o também espanhol
Carlos Moyá, ex-número um do
mundo, ainda que por alguns
dias apenas. Disse que foi "um
choque" ver Ferrero jogar no fundão. "Quando eu era número um
do mundo, me botaram em uma
quadra lá longe em Indian Wells.
Agora isso com Ferrero. Será que
não gostam da gente?"
Os jovens que começam
Está rolando em Porto Alegre a terceira etapa do Credicard Visa
Juniors Cup, um dos maiores torneios entre juvenis no país. As disputas são nas categorias 12, 14, 16 e 18. O qualifying começou na segunda. Hoje ocorrem os primeiros jogos das chaves principais. Na
próxima semana, os tenistas vão para Brasília. Lá, é vez da segunda
etapa do Circuito Juvenil Banco do Brasil, na academia Vila do Tênis & Squash. Em quadra, garotos e garotas de 15 Estados.
O "velho" que não volta
Patrick Rafter, um dos nomes mais quentes nas bolsas de apostas
para Wimbledon, deixou claro nesta semana que não pretende
voltar a jogar. Pelo menos neste ano. Aos 29 anos, Rafter, que vai
ser pai em julho, disse que não há chance de disputar Wimbledon.
Planos para 2003? "Às vezes acho que volto, outras vezes, que não."
O croata Goran Ivanisevic, que bateu Rafter na final em 2001, também não estará em Wimbledon. Irá passar por cirurgia no ombro.
E-mail reandaku@uol.com.br
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