São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006

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VÔLEI

O desafio

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

No vôlei feminino, uma dúvida vai atormentar o técnico José Roberto Guimarães nesta temporada: quem serão as três centrais da seleção no Campeonato Mundial, a principal competição do ano? Na disputa, só tem fera: Valeskinha, Walewska, Fabiana e Carol Gattaz.
Valeskinha, 1,80 m, perde no físico. Compensa a estatura com bela impulsão e muita técnica. Foi a melhor bloqueadora da Superliga. Mas a questão é: será que dá para manter Valeskinha no time e dispensar uma das três torres? Walewska tem 1,90 m, Carol Gattaz, 1,91m, e Fabiana, 1,93 m.
Walewska, que nas duas últimas temporadas atuou na Itália e ficou fora da seleção, é a nossa Regla Torres, a fera do meio de rede da seleção cubana, que foi tricampeã olímpica nos Jogos de Sidney, em 2000.
Carol e Fabiana evoluíram muito na última temporada, tanto no ataque como no bloqueio.
A decisão anunciada por Zé Roberto de testar Valeskinha como ponteira já dá sinais de que ela é a candidata com mais chances de perder a posição no meio da rede.
Valeskinha é a mais versátil das quatro. Tem um bom passe, e essa foi a qualidade que animou o técnico a testá-la na nova posição.
Valeskinha é rápida, pensa rápido, mas o problema são as bolas altas. Será que nesta altura da vida, aos 30 anos, ela tem condições de se aprimorar nessas bolas de tal maneira para poder competir com jovens ponteiras como Jaqueline, Sassá, Natália e Paula Pequeno, que deve voltar à seleção para o Mundial?
Vamos torcer, mas vai ser bem difícil para Valeskinha. Não acho que ela tenha ataque para ser ponteira de seleção. O primeiro teste na posição será na Copa Pan-Americana, de 29 de junho a 7 de julho, em Porto Rico.
Se der certo, Zé Roberto tem dupla vitória. Resolve a ponta de rede, a posição com menos opções de jogadoras no Brasil, e mantém Valeskinha. Ela é uma atleta de confiança do técnico e importante para o grupo. Em 2005, ela foi escolhida capitã da seleção com os votos das jogadoras.

Entra-e-sai
Nos clubes, a época é de montar os times. Uma das surpresas foi a transferência do técnico Mauro Grasso, que estava havia nove anos no Banespa/São Bernardo, para o Minas.
O Florianópolis, atual campeão, está formando mais um timão: renovou com Bruninho, Sidão e já trouxe Evandro e João Paulo.
No feminino, difícil entender o ranking da CBV. A atacante Renatinha, que fez uma Superliga perfeita pelo Rio, continua com seis pontos. Mari, que operou o ombro, voltou ao Osasco só em dezembro, passou boa parte dos jogos no banco e quando entrou não foi bem, está com sete pontos.
Resultado: o Rio já definiu suas duas jogadoras de sete pontos: Sassá e Fabiana. Jaqueline vai ter que procurar outro time. Renatinha, com seis, pode continuar na equipe.
O Osasco renovou com Paula Pequeno. Para a outra vaga de sete pontos, vai ter que escolher entre Mari e Valeskinha.

Italiano
Foi bem mais fácil do que era esperado: o Bergamo, da atacante Francesca Piccinini, derrotou o Jesi nos três primeiros jogos, da série de cinco, e é o novo campeão italiano. Bergamo, Jesi e Pesaro, da brasileira Sheila e terceiro colocado no torneio, se classificaram para a Liga dos Campeões de 2007. O Perugia, de Fofão e Walewska, ficou com a vaga para a Copa Européia (CEV).

Novos ares
A dupla que comandou a fase de ouro da seleção italiana masculina nos anos 90 voltou a se reunir no Montichiari. O técnico Julio Velasco terá como auxiliar de luxo nesta temporada Angiolino Frigoni. Velasco resolveu trocar de equipe após duas temporadas de fracassos surpreendentes na direção do Modena, do levantador Ricardinho.
cidasan@uol.com.br


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