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VÔLEI
O desafio
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
No vôlei feminino, uma
dúvida vai atormentar o
técnico José Roberto Guimarães
nesta temporada: quem serão as
três centrais da seleção no Campeonato Mundial, a principal
competição do ano? Na disputa,
só tem fera: Valeskinha, Walewska, Fabiana e Carol Gattaz.
Valeskinha, 1,80 m, perde no físico. Compensa a estatura com
bela impulsão e muita técnica.
Foi a melhor bloqueadora da Superliga. Mas a questão é: será que
dá para manter Valeskinha no time e dispensar uma das três torres? Walewska tem 1,90 m, Carol
Gattaz, 1,91m, e Fabiana, 1,93 m.
Walewska, que nas duas últimas temporadas atuou na Itália e
ficou fora da seleção, é a nossa
Regla Torres, a fera do meio de rede da seleção cubana, que foi tricampeã olímpica nos Jogos de
Sidney, em 2000.
Carol e Fabiana evoluíram
muito na última temporada, tanto no ataque como no bloqueio.
A decisão anunciada por Zé Roberto de testar Valeskinha como
ponteira já dá sinais de que ela é
a candidata com mais chances de
perder a posição no meio da rede.
Valeskinha é a mais versátil das
quatro. Tem um bom passe, e essa
foi a qualidade que animou o técnico a testá-la na nova posição.
Valeskinha é rápida, pensa rápido, mas o problema são as bolas
altas. Será que nesta altura da vida, aos 30 anos, ela tem condições
de se aprimorar nessas bolas de
tal maneira para poder competir
com jovens ponteiras como Jaqueline, Sassá, Natália e Paula
Pequeno, que deve voltar à seleção para o Mundial?
Vamos torcer, mas vai ser bem
difícil para Valeskinha. Não acho
que ela tenha ataque para ser
ponteira de seleção. O primeiro
teste na posição será na Copa
Pan-Americana, de 29 de junho a
7 de julho, em Porto Rico.
Se der certo, Zé Roberto tem dupla vitória. Resolve a ponta de rede, a posição com menos opções
de jogadoras no Brasil, e mantém
Valeskinha. Ela é uma atleta de
confiança do técnico e importante
para o grupo. Em 2005, ela foi escolhida capitã da seleção com os
votos das jogadoras.
Entra-e-sai
Nos clubes, a época é de montar
os times. Uma das surpresas foi a
transferência do técnico Mauro
Grasso, que estava havia nove
anos no Banespa/São Bernardo,
para o Minas.
O Florianópolis, atual campeão, está formando mais um timão: renovou com Bruninho, Sidão e já trouxe Evandro e João
Paulo.
No feminino, difícil entender o
ranking da CBV. A atacante Renatinha, que fez uma Superliga
perfeita pelo Rio, continua com
seis pontos. Mari, que operou o
ombro, voltou ao Osasco só em
dezembro, passou boa parte dos
jogos no banco e quando entrou
não foi bem, está com sete pontos.
Resultado: o Rio já definiu suas
duas jogadoras de sete pontos:
Sassá e Fabiana. Jaqueline vai ter
que procurar outro time. Renatinha, com seis, pode continuar na
equipe.
O Osasco renovou com Paula
Pequeno. Para a outra vaga de sete pontos, vai ter que escolher entre Mari e Valeskinha.
Italiano
Foi bem mais fácil do que era esperado: o Bergamo, da atacante Francesca Piccinini, derrotou o Jesi nos três primeiros jogos, da série de
cinco, e é o novo campeão italiano. Bergamo, Jesi e Pesaro, da brasileira Sheila e terceiro colocado no torneio, se classificaram para a Liga dos Campeões de 2007. O Perugia, de Fofão e Walewska, ficou
com a vaga para a Copa Européia (CEV).
Novos ares
A dupla que comandou a fase de ouro da seleção italiana masculina
nos anos 90 voltou a se reunir no Montichiari. O técnico Julio Velasco
terá como auxiliar de luxo nesta temporada Angiolino Frigoni. Velasco resolveu trocar de equipe após duas temporadas de fracassos
surpreendentes na direção do Modena, do levantador Ricardinho.
cidasan@uol.com.br
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