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bode expiatório
"Foi o Mano quem me demitiu"
Preparador físico Walmir Cruz quebra o silêncio e diz ter sido tirado do Corinthians pelo técnico
Profissional diz ter feito um
relatório para superiores
que indica Ronaldo como
jogador acima da média
e dos que mais treinam
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
Walmir Cruz não para de
atender o telefone.
Conta que é "gente do futebol" solidarizando-se com o
preparador físico demitido do
Corinthians, junto com dois
auxiliares, após a queda na Libertadores. Ele teme carregar
nas costas o peso de mais um
fracasso corintiano. "É a impressão errada que ficou", disse
ele, em entrevista à Folha.
Ao quebrar o silêncio, Cruz
rebateu Mano Menezes, afirmou ter sido demitido por ele e
entregado relatório mostrando
que Ronaldo era um dos atletas
com maior volume de treinos e
acima da média fisicamente.
FOLHA - Você acredita que acabou
como bode expiatório da eliminação do Corinthians na Libertadores?
WALMIR CRUZ
- Eu não sei se a
ideia, ao me demitirem, foi essa. Mas acabou passando essa
impressão errada.
FOLHA - Como foi sua demissão?
CRUZ
- Na sexta-feira, dei treino, e o Mário Gobbi e o Mano
me chamaram para conversar.
O Mano falou: "Pedi demissão,
eles não aceitaram, renovaram
comigo até o final de 2011, e
quero fazer umas mudanças na
comissão técnica". Eu disse que
não havia entendido.
FOLHA - Então foi o Mano quem falou que você estava fora?
CRUZ
- Foi. Eu não concordei.
Disse que, se tivéssemos passado pelo Flamengo, nada disso
aconteceria. O Mano falou que
não foi responsável pelas demissões, e isso não é verdade.
FOLHA - E o Mário Gobbi?
CRUZ
- O Mário não faria isso.
Ele me adora e sempre teve
muito respeito por mim.
FOLHA - Mas como era sua relação
com o Mano?
CRUZ
- Nosso relacionamento
sempre foi muito bom. Ele
nunca se expressou de forma
agressiva comigo.
FOLHA - Como estava o condicionamento físico do time?
CRUZ
- O time sempre esteve
bem em termos de condicionamento. O Roberto Carlos, por
exemplo, está voando. O que
pode ter atrapalhado [para a
eliminação da Libertadores] é o
aspecto emocional do grupo.
FOLHA - Como assim?
CRUZ
- Quando fui demitido, o
Mano se queixou de o Elias ter
sido substituído contra o Flamengo alegando cansaço. Disse
a ele que o problema do Elias
não era físico, mas emocional.
É só ver que o Elias jogou domingo contra o Atlético-PR e
não cansou.
FOLHA - Muito se falou da péssima
forma física do Ronaldo. Qual era a
condição dele?
CRUZ
- Na semana anterior à
minha demissão, eu entreguei
um relatório ao Mano e ao Mário. É um documento com gráficos mostrando que o problema do Ronaldo não era de falta
de treinos. E que ele era um dos
que têm maior volume de treinos e que está até acima da média do grupo fisicamente.
FOLHA - Então qual foi o problema
com ele?
CRUZ
- Eu só posso falar de
dentro do campo. Jamais me
envolvi nas questões de fora.
Mas posso dizer que o Ronaldo,
apesar de ser a estrela que é,
sempre cumpriu tudo o que a
gente combinou.
FOLHA - Sua amizade com o Antônio Carlos [técnico do Palmeiras e
desafeto de Mano Menezes] pode
ter contribuído para sua demissão?
CRUZ
- Não sei até que ponto
poderia pesar isso. Faz tempo
que não falo com ele.
FOLHA - Qual era a sua situação?
CRUZ
- Renovei com o Corinthians até dezembro de 2011
porque a ideia era montar uma
comissão técnica fixa. Agora estamos vendo como é que fica.
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