São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2006

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Austrália vê fôlego como trunfo

Jogadores atribuem virada na estréia e chance de vitória frente ao Brasil à preparação física intensa

Auxiliar técnico classifica imersão em água e gelo, método que é veladamente criticado por atletas de Parreira, como essencial


RODRIGO MATTOS
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se não tem como ir na técnica, vai na força. Se não tem como marcar o drible, o jeito é correr mais. E, de preferência, com mais intensidade nos minutos finais da partida. É com esse espírito que os jogadores australianos pretendem entrar em campo contra o Brasil, no domingo.
Depois de uma virada com três gols nos últimos oito minutos diante do Japão na estréia, a Austrália crê em seu preparo físico como o grande trunfo para equilibrar o duelo contra a seleção brasileira.
Para os jogadores australianos, a condição física foi vital para que obtivessem o 3 a 1 contra os japoneses, ainda mais sob o calor da tarde alemã no estádio de Kaiserslautern.
Essa confiança toda no fôlego como fator de equilíbrio contra um time mais técnico, porém, não nasceu apenas com o resultado da aestréia. Vem da árdua preparação australiana, em regime quase militar.
Concentrados há mais de três semanas, os jogadores têm sido submetidos não apenas a treinos com bola, mas também a uma intensa preparação física. Desde o dia 21 de maio, quando a seleção se reuniu, treinos físicos, com duração de duas horas, são quase diários.
A primeira folga que o time australiano teve durante todo o período de concentração foi concedida ontem -diferentemente, por exemplo, dos jogadores da seleção brasileira, que, também ontem, desfrutaram de seu terceiro dia de descanso.
E, contra o Brasil, a Austrália já tem uma estratégia para fazer valer o que considera seu grande trunfo.
Quem conta é Graham Arnold, membro da comissão técnica australiana. "Quando se fala de Cafu e Roberto Carlos tem que se lembrar das idades deles [36 e 33 anos, respectivamente]. Vamos definitivamente nos focar em explorar os espaços deixados às costas deles."
Segundo Arnold, a confiança na possibilidade de correrem mais que os brasileiros no domingo se baseia também no trabalho de recuperação física após os jogos. O auxiliar do técnico holandês Guus Hiddink aponta como essencial a imersão dos jogadores em banheiras com água e gelo. "Nossos rapazes têm se recuperado de maneira fantástica."
O método de Graham, coincidentemente, é usado também pelo preparador físico do Brasil Moracy Sant'Anna. Mas, veladamente, jogadores da seleção não têm demonstrado muito entusiasmo em aderir ao banho de água fria.


Com agências internacionais

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