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Espanha dá goleada e frita astro ucraniano
Schevchenko, que era dúvida, pouco fez no confronto que abriu o Grupo H
Triunfo por 4 a 0 é o placar mais elástico até aqui nesta Copa, e espanhóis garantem vaga antecipada nas oitavas se vencerem o próximo jogo
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A LEIPZIG
Na partida mais quente da
Copa, a maior lavada. A Espanha cozinhou a Ucrânia ontem
e assumiu a ponta do Grupo H
com uma goleada de 4 a 0.
O maior placar do Mundial
até agora foi construído sob
uma temperatura de 33 graus
(umidade do ar em 26%). Shevchenko, o astro solitário da
Ucrânia, foi sombra na partida.
""Foi uma vergonha como
perdemos. Mas era praticamente impossível jogar em
condições tão quentes contra
um adversário forte como a Espanha, que mereceu a vitória",
afirmou o técnico da Ucrânia,
Oleg Blokhin.
Para o treinador espanhol
Luis Aragonés, os gols marcados logo no início pelo seu time
desmontaram o adversário.
""Sabíamos que eles eram fortes
fisicamente, mas o segundo gol
[marcado aos 17min do primeiro tempo] fez eles abaixarem os
braços. Foi mais fácil do que
pensava. Fomos sempre superiores", disse o técnico.
De fato, a Espanha deu um
banho. Foram 22 finalizações
contra apenas sete dos estreantes em Copa. Shevchenko, que
era dúvida por se recuperar de
lesão, esteve irreconhecível:
uma finalização apenas (e errada), sete bolas perdidas (maior
índice de seu time), dois cruzamentos (ambos equivocados) e
dois dribles (um certo e outro
errado).
""Eu não estava totalmente
bem, mas era importante jogar.
Não senti dores", afirmou o
craque, que antes da Copa trocou o Milan pelo Chelsea.
""A Ucrânia foi muito castigada no jogo. Um gol da Espanha
foi de falta e outro de pênalti.
Mesmo quando estava 3 a 0, tivemos chances. E com um a
menos ficou difícil. Mas temos
dois jogos e podemos fazer seis
pontos", disse Shevchenko,
ainda otimista.
A bola parada foi decisiva. O
primeiro gol, aos 13min, saiu de
um escanteio aproveitado por
Xabi Alonso de cabeça na primeira trave. Quatro minutos
depois, Villa bateu falta e contou com a sorte (desvio na barreira) para vencer o goleiro
Shovkovskyi. O jogo foi definido em pênalti convertido por
Villa no terceiro minuto da segunda etapa -o lance faltoso
na área, duvidoso, resultou na
expulsão de Vashchuk.
A partir daí, a Espanha foi se
poupando, trocando atletas e
desperdiçando chances. Raúl
entrou no lugar de Villa, mas
não marcou. Fernando Torres
fechou o placar aos 36min em
ótima jogada que teve como
destaque a subida do zagueiro
Puyol ao ataque.
A Espanha não perde uma
partida de Copa desde 1998
-em 2002, saiu invicta, sendo
eliminada pela Coréia do Sul
nos pênaltis, nas quartas-de-final. Com sua torcida lotando o
estádio em Leipzig (todos os 43
mil ingressos vendidos) e cantando ""A por ellos, Oé!" (algo
como ""para cima deles"), surge
como uma força.
""Historicamente, não temos
feito boas participações em Copas. Mas temos a chance de demonstrar que estamos perto
dos que ganham Copas", afirmou Aragonés.
Os espanhóis, de uma forma
geral, mostram bastante euforia. ""O time foi fenomenal",
afirmou Xavi. ""Fiquei com vontade de meter o terceiro", disse
Villa, que perdeu uma chance
na cara do gol para se isolar na
artilharia da Copa -com dois
gols, ele divide o topo da tabela
de goleadores com outros quatro jogadores.
O site do diário ""Marca" estampa que "a Espanha, sim, joga bonito". O zagueiro Puyol,
porém, pede cautela: ""Antes da
estréia, não éramos tão ruins.
Agora, não somos tão bons".'
A Espanha volta a jogar na segunda contra a Tunísia em
Stuttgart. A Ucrânia pega a Arábia Saudita em Hamburgo, no
mesmo dia. Os espanhóis garantem a classificação já na segunda rodada se vencerem. O
time está há 23 jogos invicto.
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