São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 2002

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ATLETISMO

Vanderlei Cordeiro e Maria Zeferina vencem maratona e fazem os melhores tempos da história da prova paulista

SP vê dobradinha nacional e novas marcas

Patrícia Santos/Folha Imagem
O fundista Vanderlei Cordeiro de Lima, 33, comemora sua vitória na Maratona Internacional de São Paulo, prova em que fez sua estréia no país e obteve a melhor marca da maratona em solo brasileiro


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma prova com pouca competitividade internacional, os brasileiros conseguiram ontem as melhores marcas da história da Maratona de São Paulo.
O fundista Vanderlei Cordeiro de Lima, 33, que correu sua primeira maratona no Brasil, foi o vencedor da prova masculina, enquanto Maria Zeferina Balldaia, 30, campeã da última edição da corrida de São Silvestre, chegou em primeiro entre as mulheres.
A prova masculina teve pouca mudança de líderes. O marroquino Ghanmouni Rachid, 24, assumiu a ponta logo no começo, imprimindo um ritmo muito forte.
Rachid, um desconhecido, chegou a abrir quase 200 metros de distância do segundo pelotão. Porém, no quilômetro 28, durante o trecho da prova que passa pela USP (Universidade de São Paulo), cedeu a liderança para Lima, que não foi ameaçado por ninguém.
O paranaense conseguiu a marca de 2h11min19s. Se não é um tempo significativo -apenas o 58º melhor deste ano-, ao menos foi a melhor marca de maratona já obtida em solo brasileiro.
"São Paulo não oferece as melhores condições de clima e de percurso em relação às melhores maratonas do mundo", atesta Ricardo D'Angelo, técnico de Lima.
O problema da temperatura foi amenizado ontem, já que não fez muito sol durante a prova (cerca de 20C), iniciada às 9h.
A chuva que caiu na sexta-feira também foi apontada como um fator para melhorar o desempenho dos atletas, já que teria ajudado a dissipar os poluentes.
No entanto o percurso, cheio de subidas e descidas, não é o ideal para se obter boas marcas.
"Em comparação com outras provas, que disputo no exterior, é bastante difícil correr aqui", afirmou Lima, que agradeceu o jogo de equipe feito por seus companheiros Daniel Lopes Ferreira, 35, e Luís Antônio dos Santos, 38.
"A vitória não foi minha. Foi de nós. O Daniel fez um trabalho importante para mim até o quilômetro 25", afirmou ele, que agora busca o índice para o Pan-Americano de Santo Domingo (República Dominicana), em 2003.
"Vou correr mais uma maratona neste ano, em Amsterdã ou Chicago, em outubro", contou.
Em segundo lugar chegou o queniano Elijah Korir, 34, seguido por Diamantino dos Santos, 41, que admitiu que a prova paulistana teve pouca competitividade.
"Os atletas que vieram de fora não são tão fortes. Em 2001, havia quenianos melhores. Acho que eles preferiram outras corridas mais importantes, que também são nesta época, como a Maratona de Berlim [que será em 29 de setembro"", disse Santos.
O fundista reclamou do jogo de equipe feito pelos atletas do Pão de Açúcar. "Esperava uma boa prova do Vanderlei e o tempo que ele fez mostra que ele é um grande corredor. Mas o que o Daniel fez não seria permitido em provas internacionais", afirmou o atleta.


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