São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 2008

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"Europeu", Brasil mira Pequim

Seleção masculina de basquete busca estilo espanhol no Pré-Olímpico em estréia contra o Líbano

Moncho Monsalve, primeiro estrangeiro a dirigir Brasil, pede defesa forte e menos precipitação no ataque para equipe voltar à Olimpíada


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em busca do estilo europeu, a seleção masculina estréia hoje, às 16h, contra o Líbano no Pré-Olímpico Mundial de Atenas. O torneio distribui as três últimas vagas em Pequim.
Para tentar voltar à Olimpíada após intervalo de 12 anos, o time adulto terá, pela primeira vez em torneios oficiais, o comando de um estrangeiro, o espanhol Moncho Monsalve.
No Torneio Acrópolis, disputado na semana passada e preparatório para a seletiva olímpica, a equipe brasileira já mostrou uma nova cara, com uma defesa mais aguerrida e melhor posicionamento tático.
O problema é que o time voltou a apresentar algumas falhas costumeiras. Quando não tem a posse de bola, os brasileiros tendem a confundir seu posicionamento se enfrentam uma equipe que troca muitos passes.
No ataque, a ansiedade para pontuar leva a arremessos precipitados, freqüentemente da linha de três pontos, mesmo que a equipe esteja com uma boa vantagem e não precise se recuperar no marcador, como ocorreu contra a Croácia.
Moncho tem pedido, reiteradas vezes, um jogo mais cadenciado, com maior troca de bolas, e que o time gaste o tempo no ataque antes de arremessar.
"É claro que todos ficam ansiosos, mas precisamos jogar com equilíbrio e concentração nos 40 minutos para alcançarmos o objetivo final", diz ele.
Contrariando a tradição brasileira de ataque desenfreado e pouca preocupação defensiva, o espanhol tenta fazer com que seus comandados dêem preferência a evitar que os rivais façam cestas e busquem menos pontuações centenárias.
"De um modo geral, para que a seleção consiga bons resultados no Pré-Olímpico, é fundamental que a equipe sofra entre 72 e 76 pontos e faça de 78 a 86", contabiliza o espanhol.
É mais ou menos a receita seguida pela Espanha, terra de Moncho, no Mundial de 2006.
Para conquistar seu primeiro título do torneio, no Japão, os espanhóis fizeram média de 88,6 pontos e cederam só 66,6.
O problema é que a mudança é radical para o padrões nacionais. No Pré-Olímpico de Las Vegas-07, quando a seleção não passou do quarto lugar, o time brasileiro esteve bem longe das metas de seu atual treinador.
O Brasil fez, em média, 89,7 pontos por jogo e sofreu 87.
"Precisamos corrigir o posicionamento defensivo e melhorar o aproveitamento nos rebotes", preocupa-se o técnico.
Na derrota para a Austrália, na quarta-feira, no último amistoso do Brasil antes da estréia de hoje, a desvantagem no garrafão foi absurda: 37 a 25.
É o setor que mais preocupa o treinador, que já perdeu três pivôs por conta de lesões: Anderson Varejão, Nenê e Paulão.
Para suprir essas ausências, o time contará com Tiago Splitter, um dos destaques do Tau Vitória, campeão espanhol e semifinalista da Euroliga. "Muita gente não confia nesta seleção, mas vamos provar que somos capazes", afirma Splitter.


NA TV - Brasil x Líbano
ESPN Brasil, Sportv e TV Esporte Interativo, ao vivo, às 16h




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