São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2011

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Verba olímpica sai depois de 20 meses

2016
Ministério do Esporte repassa R$ 33,1 milhões a confederações, dinheiro prometido por Lula em 2009


RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

O governo federal demorou um ano e oito meses para liberar verbas para transformar o Brasil em uma potência olímpica. O dinheiro foi prometido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva logo após o Rio se tornar sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Nos últimos dois meses, o Ministério do Esporte repassou R$ 33,1 milhões para confederações de esportes olímpicos. A previsão é que recebam R$ 46 milhões em 2011.
Houve outras liberações para federações e ONGs para o desenvolvimento do esporte de alto rendimento e também para paraolímpicos.
No total, são 45 projetos só neste ano, que somam R$ 86,1 milhões. Há até uma pequena fatia para esportes não olímpicos, como surfe.
Se uma parte do dinheiro já foi liberada, algumas dessas propostas ainda estão em análise dentro do ministério, como centros de treinamento para a canoagem em São Bernardo e Caxias do Sul.
Outros projetos, já aprovados, ainda não tiveram verba liberada, como os R$ 11,2 milhões previstos para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro).
Prometidos em 2009, todos esses recursos tiveram o empenho (destinação do dinheiro) feitos em dezembro de 2010 pelo ministério. A partir daí, poderiam ser repassados imediatamente. Mas só saíram agora.
Nos bastidores, dirigentes olímpicos atribuem o problema à troca na presidência da República e ao contingenciamento de verbas. Fato é que o atraso do dinheiro retardou a programação dos esportes.
A confederação de tiro esportivo só agora pôde contratar equipe multidisciplinar com dez pessoas, como psicólogos, preparadores físicos e médicos para atender a seu time nacional no Rio.
"Já tínhamos feito o contato no final do ano passado porque considerávamos certo. Mas, depois, pedimos para eles esperarem. Agora, eles foram contratados", declarou o assessor da confederação, Miguel Freitas.
A entidade recebeu R$ 1,15 milhão para manter a equipe por um ano. Após esse prazo, terá de renovar o convênio.
No caso da confederação de ginástica, foram R$ 5,2 milhões liberados para a compra de equipamentos. A intenção é aparelhar entre cinco e oito centros de treinamento regionais pelo país.
"Não dá para ter só um centro em um país desse tamanho", disse o supervisor de seleções da confederação, Klayler Mourthe. Falta receber mais R$ 2 milhões.
"O processo tem sido bastante demorado. Essa gestão [da confederação] tem tido o cuidado de detalhar bem. Claro, quanto mais rápido tiver o dinheiro, melhor."
Quem também quer espalhar aparelhos pelo país é a CBJ (Confederação Brasileira de Judô), que recebeu R$ 2,6 milhões para comprar placares eletrônicos e tatames para distribuí-los às federações.
"As federações já têm alguns equipamentos. A nossa intenção é dar um padrão melhor", disse o presidente da CBJ, Paulo Wanderley.


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