São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2004

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PINGUE-PONGUE

Não duvide de uma mulher, diz Martina, que estréia aos 47

DO ENVIADO A ATENAS

Ela venceu 167 títulos individuais e 174 em duplas, mais do que qualquer outro tenista profissional, homem ou mulher. Amealhou US$ 21,1 milhões até o momento. Conquistou 18 torneios de Grand Slam. E agora, aos 47, disputa a primeira Olimpíada.
A americana Martina Navratilova entra em quadra hoje, ao lado de Lisa Raymond, para enfrentar a dupla Yuliya Beygelzimer/Tetyana Perebiynis (Ucrânia). Não fale com ela sobre idade ou limitações. Ativista dos direitos de igualdade sexual, já se adianta: "As mulheres têm sido subestimadas há milênios. Não duvide da nossa capacidade. Idade não é problema". (MARCELO DIEGO)

Folha - Por que você disputa agora sua primeira Olimpíada?
Martina Navratilova -
Em 1988 [Seul], eu estava realmente muito cansada, e a idéia de pegar um vôo e atravessar o mundo não me agradava. Em 1992 [Barcelona], queria jogar, mas havia compromissos com meus patrocinadores e eu tive que disputar a Fed Cup. Em 1996 [Atlanta], já estava aposentada. Agora, voltei ao circuito profissional para pontuar e poder estar aqui.

Folha - Você julga estar competitiva para este torneio?
Navratilova -
É engraçado. As mulheres têm sido subestimadas há milênios. Não duvide de nossa capacidade. Deixe-me contar uma coisa: no Colorado, uma nevasca surpreendeu as pessoas, que ficaram presas por horas. Só homens morreram. As mulheres sobreviveram. Isso prova do que somos capazes. Não vejo a idade como problema. É algo superável. Você não morre quando você faz 30 anos...

Folha - O que representa jogar pelos EUA neste momento?
Navratilova -
Isso não passa muito pela minha cabeça. Para mim, trata-se de competir e tentar ganhar. Sei que os EUA não são o país mais amado do mundo, mas não há nada que eu possa fazer a respeito.

Folha - A pressão é diferente?
Navratilova -
Para mim, é a de sempre. Jogo porque amo este esporte. Às vezes, os resultados são bons; às vezes, não.

Folha - E outras formas de pressão, como o temor de possíveis atentados à delegação americana?
Navratilova -
Atenas é hoje o lugar mais seguro do planeta. Não consigo entrar em nenhum local sem minha credencial, mesmo sendo conhecida. Por que me incomodar? Acho que estamos ficando um pouco paranóicos demais.

Folha - O que você pretende fazer em Atenas, fora jogar?
Navratilova -
Estou tentando achar brechas para ver outras modalidades e até mesmo para conhecer esportistas de países que não costumamos acompanhar muito no tênis.


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