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VÔLEI
As novas gerações
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Desta vez, não deu: o Brasil
perdeu para a Rússia por 3 a
0 (28/30, 18/25 e 23/25) na final do
Mundial juvenil masculino, na
Índia. Mas a medalha de prata é
um bom resultado e um sinal do
grande futuro do vôlei brasileiro,
que neste ano já ganhou o título
mundial juvenil e infanto-juvenil
no feminino.
A vitória dos russos não foi surpresa. Sexta-feira, o técnico da
Holanda, Gido Vermeulen, já dizia que a Rússia era a melhor
equipe do Mundial. Basta dar
uma olhadinha na campanha:
venceu os setes jogos, com apenas
três sets perdidos. O Brasil só teve
uma derrota, justamente na final,
e perdeu sete sets.
O que impressiona nessas novas
gerações, com média de 19 anos, é
o potencial físico. A média de altura dos russos é de 2,00 m. O Brasil, e essa é a grande conquista,
não fica abaixo: tem 1,98 m. É
uma seleção mais alta do que a
adulta, que foi campeã da Liga
Mundial com média de 1,95 m.
O central da seleção juvenil, Lucas Saaltkamp, mede 2,09 m. Altura superior ao mais alto jogador da seleção adulta, o central
Rodrigão, de 2,05 m. Chama a
atenção também o físico dos levantadores: Luisinho, que atua
no Minas, tem 1,96 m, e Bruno, filho de Vera Mossa e do técnico
Bernardinho, com 1,90 m.
Neste país que tem hoje uma
carência de ponteiros, outra boa
nova na seleção juvenil é Thiago
Alves, 19 anos e 1,94 m. Ele é o
capitão do time e, ao longo do
campeonato, esteve sempre bem
colocado nas estatísticas em
quatro fundamentos: ataque, saque, recepção e defesa. O menino
promete.
Mas sempre fica uma pergunta:
"Qual o segredo para o Brasil conseguir esses grandes resultados
nas categorias de base?". Uma
resposta pode ser encontrada na
seleção brasileira feminina infanto-juvenil, que no final de julho
foi bicampeã mundial em Macau,
na China.
O trabalho do técnico Luizomar
de Moura começou com uma
grande peneira de jogadoras de
várias cidades brasileiras e que
reuniu 52 atletas. Entre elas estava a catarinense Natália Pereira,
16 anos, 1,83 m e eleita a melhor
jogadora do Mundial.
Na seleção juvenil feminina,
que chegou ao pentacampeonato
mundial comandada por Antônio Rizola, o que impressiona
também é o físico. A levantadora
Ana Tiemi tem 18 anos e 1,88 m. A
central Thaísa, de 1,96 m, já está
até treinando, como convidada,
na seleção brasileira adulta.
O que preocupa nessa história
toda é o futuro. O vôlei brasileiro
hoje vive uma certa contradição:
as seleções vão bem, mas a situação dos clubes não é das melhores.
Os torneios estão cada vez mais
esvaziados. Resultado: muitas vezes não há times para essa nova
geração jogar e se desenvolver
mais.
Os que mais se destacam conseguem uma vaga em um dos poucos grandes clubes, mas também
acabam amargando muito tempo no banco. O desafio do vôlei
brasileiro é melhorar a situação
dos clubes e cuidar dessas novas
gerações para que elas cheguem,
com o mesmo talento, ao time
adulto.
Os Thiagos
Dos 12 jogadores da seleção brasileira juvenil, quatro têm o mesmo
nome: Thiago. Ou seja, um terço do time. São três atacantes (Thiago
Alves, Thiago Machado e Thiago Sens) e um líbero (Tiago Brendle).
Paulista
O técnico da seleção brasileira, José Roberto Guimarães, acompanhou da arquibancada a vitória da Unisul por 3 sets a 1 sobre o Araraquara, no sábado, em Barueri. Zé Roberto vai assumir o comando da
Unisul na Superliga. Enquanto isso, quem está dirigindo o time é seu
auxiliar, Marcos Kwiek. A Unisul, do levantador Vinhedo, é a favorita para a conquista do título paulista. Amanhã, a equipe vai enfrentar
o Ferraz de Vasconcelos, comandado por Ricardo Navajas, no ginásio do São Paulo, no Morumbi.
E-mail
cidasan@uol.com.br
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