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Policiais cadeirantes são incorporados à Força Nacional no Parapan
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
Um mês de investigação
levou o cabo Waldemar Coelho e sete colegas do serviço
de inteligência da PM de
Pernambuco, a uma favela
para prender os assassinos
de um policial, em 92. Emboscados, viraram alvo de
criminosos. Coelho correu e
entrou num beco sem saída.
Foi atingido cinco vezes,
uma na sétima vértebra. Sem
colete, ficou paraplégico e
passou 14 meses no hospital.
O vice-campeão brasileiro
de taekwondo Luiz Maurício
dos Santos era cabo da equipe esportiva da PM no Distrito Federal e tinha montado academia para treinar policiais e crianças pobres no
quartel. Ensinava defesa
pessoal e estava no auge como atleta em 98, quando foi
atropelado por um motorista alcoolizado e perdeu o
movimento das pernas.
Os dois policiais estavam
reformados e na reserva como sargentos (há promoção
automática nessas situações) até sexta. Desde então
são os pioneiros de projeto
da Senasp de inclusão de deficientes na Força Nacional.
Segunda-feira, de boina
vermelha e uniforme da
FNS, foram responsáveis
por fazer a revista de cadeirantes, como eles, na entrada
do Engenhão. Junto dos
atletas parapan-americanos,
estão alojados na Vila e ficam
no Rio até o dia 21.
"Os atletas adoram nos ver
aqui", conta Maurício, 41.
Estavam na reserva, mas
não inativos. Maurício continuou a dar aulas de taekwondo e tem até um colega faixa
preta da Força Nacional no
Rio como aluno. Tornou-se
presidente de associação de
deficientes físicos. "Sou ativista até demais. Estou precisando de férias", brincou.
Como Waldemar, passou a
praticar basquete em cadeira
de rodas. O sargento pernambucano se animou. Não
chegou à seleção nacional
nem disputou Parapan, mas
integrou por oito anos a seleção de basquete em cadeiras
de rodas de seu Estado.
Afastados da atividade policial, os integrantes da Força Nacional aceitaram de
pronto a oferta de atuar no
Parapan. "Fiquei empolgado. Tanto que nem dormi direito. Na noite de quinta para sexta, quando viria, fiquei
tão agitado que minha mulher se irritou: "Vai dormir!"."
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