São Paulo, quarta-feira, 15 de agosto de 2007

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RÉGIS ANDAKU

Aprender a gostar

Com um nome estranho, carisma a ser descoberto e estilo de jogo monótono, Novak Djokovic chegou lá

PODERÁ UM tenista sérvio de nome estranho, Novak Djokovic, conquistar o coração dos torcedores apaixonados por tênis? Torcedores que estão romanticamente ligados a Roger Federer e Rafael Nadal? E torcedores americanos e britânicos tão esperançosos com Andy Roddick, James Blake e Andy Murray? Difícil dizer que sim.
Djokovic, 20, tem até uma bela história, de criança croata que, fã do futebol, foi levada ao tênis com quatro anos por conta das quadras que havia perto do restaurante da família. Do menino que, entre sonhos de ser um novo Sampras, corria para casa ao ouvir o barulho das bombas por Belgrado no fim da década passada. Do garoto que fugiu para a Alemanha em busca de paz e uma chance de virar tenista profissional. Quietinho, quietinho, com um tipo físico nada invejável, um carisma ainda a ser descoberto e um estilo de jogo morno, que não chega a empolgar nem mesmo os torcedores mais entusiasmados, Djokovic chegou lá.
De juvenil quase inexpressivo para 187º do ranking mundial, daí para 83º no ano seguinte, para então 16º na temporada posterior, para quinto e, agora, terceiro, muito caminho se foi e pouco tempo se passou. E Djokovic não vai parar de crescer. Neste ano, enquanto se fala de Federer x Nadal, Djokovic coleciona resultados consistentes em todos os pisos. Corre por fora, mas já desponta como o tenista com os melhores resultados em solo americano.
Na Austrália, além de ganhar um ATP Tour, caiu diante de Federer nas oitavas no rebound ace. Na França, saibro, caiu apenas diante de Nadal nas semifinais. Na Inglaterra, grama, novamente semifinais, diante de Nadal outra vez. Na temporada americana, chegou à final dos três Masters Series: foi vice em Indian Wells, mas ganhou em Miami e Montréal. Nesta semana, joga em Cincinnati para, desde os tempos de Andre Agassi, tornar-se o primeiro tenista a chegar à final dos quatro Masters Series das Américas.
No fim de semana, bateu Roddick, Nadal e Federer. Djokovic não é mais zebra. Melhor se acostumar a ele e a seu nome. Um nome estranho, um jogo pouco espetacular, um sujeito sem sal, sem carisma. Mas que chegou para ficar.

ANTICLÍMAX
Andre Sá, Ricardo Mello, Rogério Silva e Flávio Saretta caíram, um a um, diante do colombiano Michael Quintero. Na final, Quintero perdeu para o argentino Brian Dabul em dois sets. Frustrante, para dizer o mínimo, a participação brasileira no Credicard Citi MasterCard Tennis Cup, em Campos do Jordão.

FINO IS BACK
Fernando Meligeni debutou com o vice no circuito master. Em Portugal, perdeu para o espanhol Sergi Bruguera na final. Relato completo do torneio (com fotos do turista em Barcelona) no cada vez mais divertido Blog do Fininho (blogdofininho.blog.uol.com.br).

reandaku@uol.com.br


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