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RÉGIS ANDAKU
Aprender a gostar
Com um nome estranho, carisma a ser descoberto e estilo de jogo monótono, Novak Djokovic chegou lá
PODERÁ UM tenista sérvio de
nome estranho, Novak Djokovic, conquistar o coração dos
torcedores apaixonados por tênis?
Torcedores que estão romanticamente ligados a Roger Federer e Rafael Nadal? E torcedores americanos e britânicos tão esperançosos
com Andy Roddick, James Blake e
Andy Murray? Difícil dizer que sim.
Djokovic, 20, tem até uma bela
história, de criança croata que, fã do
futebol, foi levada ao tênis com quatro anos por conta das quadras que
havia perto do restaurante da família. Do menino que, entre sonhos de
ser um novo Sampras, corria para
casa ao ouvir o barulho das bombas
por Belgrado no fim da década passada. Do garoto que fugiu para a Alemanha em busca de paz e uma chance de virar tenista profissional.
Quietinho, quietinho, com um tipo físico nada invejável, um carisma
ainda a ser descoberto e um estilo de
jogo morno, que não chega a empolgar nem mesmo os torcedores mais
entusiasmados, Djokovic chegou lá.
De juvenil quase inexpressivo para 187º do ranking mundial, daí para
83º no ano seguinte, para então 16º
na temporada posterior, para quinto
e, agora, terceiro, muito caminho se
foi e pouco tempo se passou. E Djokovic não vai parar de crescer.
Neste ano, enquanto se fala de Federer x Nadal, Djokovic coleciona
resultados consistentes em todos os
pisos. Corre por fora, mas já desponta como o tenista com os melhores
resultados em solo americano.
Na Austrália, além de ganhar um
ATP Tour, caiu diante de Federer
nas oitavas no rebound ace. Na
França, saibro, caiu apenas diante
de Nadal nas semifinais. Na Inglaterra, grama, novamente semifinais,
diante de Nadal outra vez.
Na temporada americana, chegou
à final dos três Masters Series: foi vice em Indian Wells, mas ganhou em
Miami e Montréal. Nesta semana,
joga em Cincinnati para, desde os
tempos de Andre Agassi, tornar-se o
primeiro tenista a chegar à final dos
quatro Masters Series das Américas.
No fim de semana, bateu Roddick,
Nadal e Federer. Djokovic não é
mais zebra. Melhor se acostumar a
ele e a seu nome. Um nome estranho, um jogo pouco espetacular, um
sujeito sem sal, sem carisma. Mas
que chegou para ficar.
ANTICLÍMAX
Andre Sá, Ricardo Mello, Rogério
Silva e Flávio Saretta caíram, um a
um, diante do colombiano Michael
Quintero. Na final, Quintero perdeu para o argentino Brian Dabul
em dois sets. Frustrante, para dizer
o mínimo, a participação brasileira
no Credicard Citi MasterCard Tennis Cup, em Campos do Jordão.
FINO IS BACK
Fernando Meligeni debutou com o
vice no circuito master. Em Portugal, perdeu para o espanhol Sergi
Bruguera na final. Relato completo
do torneio (com fotos do turista em
Barcelona) no cada vez mais divertido Blog do Fininho (blogdofininho.blog.uol.com.br).
reandaku@uol.com.br
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